S�o Paulo, 11 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quarta-feira, 11, em entrevista � r�dio CBN, considerar que o ex-governador de S�o Paulo e presidenci�vel tucano, Geraldo Alckmin, � um nome competitivo, mas que a elei��o deste ano deve se mostrar dif�cil porque tem v�rias candidaturas, sem que nenhuma desponte.
Para o cacique tucano, Alckmin tem chances n�o s� porque venceu v�rias elei��es no Estado de S�o Paulo, mas tamb�m porque deve dispor de uma alian�a pol�tica maior que a de outros candidatos este ano.
"Temos que lembrar que a elei��o � casada. As alian�as eleitorais pesam, o tempo de televis�o pesa", disse FHC na entrevista. O tucano teceu os coment�rios ap�s comentar sobre a situa��o do deputado Jair Bolsonaro (PSL), que, em sua opini�o, sobe nas pesquisas porque a popula��o est� insegura e quer ordem. "Agora, vamos ver na campanha o que ele vai dizer, como as for�as sociais v�o se colocar", disse.
Sobre quais candidaturas se mostram competitivas no momento, o tucano disse que s� os embates p�blicos entre os candidatos devem mostrar isso. Para o ex-presidente, ser� competitivo aquele que tiver mensagem e capacidade de repass�-la ao eleitorado, mas que tamb�m � preciso ter capacidade de governar e de dialogar com o Congresso. "Para governar, n�o basta mensagem", disse.
O ex-presidente evitou comentar sobre a candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que se filiou na semana passada ao PSB, mas notou que o jurista deixou uma lembran�a positiva por sua atua��o no mensal�o. Ele tamb�m voltou a dizer que n�o estimulou a candidatura do apresentador de TV Luciano Huck. "N�o estimulei Luciano, estimulei tudo que � novo. Acho importante abrir espa�o para lideran�as novas", comentou.
Lula
O ex-presidente afirmou tamb�m que n�o ficou contente com a pris�o do ex-presidente Lula, mas que a "justi�a se cumpriu". "N�o acho que seja bom para ningu�m (a pris�o de Lula). � um momento delicado da vida pol�tica brasileira, especialmente porque as acusa��es n�o s�o pol�ticas, s�o de conduta", opinou.
Na entrevista, o tucano afirmou ainda que n�o considera o petista um preso pol�tico, uma vez que a Justi�a brasileira � livre e que todos os tr�mites necess�rios foram cumpridos.
Para FHC, a pris�o de Lula � triste porque tanto o PSDB e o PT, que polarizaram a pol�tica brasileira nas �ltimas duas d�cadas, nasceram com ideais pr�ximos, mas acabaram deixando de se unir na luta contra "os verdadeiros males" do Pa�s, como o patrimonialismo e o corporativismo.
Por outro lado, o ex-presidente rebateu as acusa��es de que a Lava Jato estaria sendo parcial, focando especialmente em pol�ticos do PT. "Acho que o que est� no foco da Lava Jato � o poder central, e o PSDB n�o estava no poder", afirmou.
Questionado sobre qual seria sua opini�o sobre a pris�o em segunda inst�ncia, que pode ser revista novamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), FHC disse que a execu��o provis�ria de pena foi pensada para se impedir a prescri��o de processos � custa de meios protelat�rios. Ele indicou que poderia apoiar a ideia de permitir a pris�o ap�s aprecia��o pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ), ideia defendida pelos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, caso ela previsse um prazo para o julgamento dessas a��es.
Temer
FHC disse que relutou em apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como fez na �poca de Collor, uma vez que isso significa uma grande perda de capacidade de governar o Pa�s. Por outro lado, o ex-presidente disse considerar que o atual mandat�rio, Michel Temer, conseguiu fazer muito mais mudan�as do que imaginava. O tucano entende que a popularidade do emedebista deve ter dificuldades para subir mesmo diante dos avan�os vistos em seu governo. "O povo esquece que votou no vice. Pensa que votou no outro".
(Marcelo Osakabe)