Bolsonaro alinha-se ao regime da escravid�o, diz Raquel

S�o Paulo, 14 - Para fundamentar a den�ncia junto ao Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro por racismo praticado contra quilombolas, ind�genas, refugiados, mulheres e LGBTs, a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, destacou 11 trechos do discurso do deputado federal e pr�-candidato do PSL � Presid�ncia da Rep�blica no Clube Hebraica do Rio de Janeiro.

"Para melhor compreens�o do conte�do e extens�o do discurso discriminat�rio e racista do denunciado, destaco os seguintes trechos de sua manifesta��o, que caracteriza o que a doutrina denomina de discurso de �dio (hate speech)", escreveu Raquel, que ainda destacou outras quatro manifesta��es de Bolsonaro, anteriores ao caso do Clube Hebraica, como quando ele declarou: "N�o vou dar uma de hip�crita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apare�a com um bigodudo por a�. Para mim ele vai ter morrido mesmo."

A PGR afirma que Bolsonaro tratou com 'total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas' e referiu-se a eles como animais, em uma manifesta��o que 'alinha-se ao regime da escravid�o, em que negros eram tratados como mera mercadoria, e � ideia de desigualdade entre seres humanos'. Raquel tamb�m salienta que, na vis�o de Bolsonaro, 'h� indiv�duos ou povos superiores a outros, tratando quilombolas como seres inferiores.'

Se condenado, Bolsonaro poder� cumprir pena de reclus�o de 1 a 3 anos. A procuradora-geral pede ainda o pagamento m�nimo de R$ 400 mil por danos morais coletivos.

COM A PALAVRA, BOLSONARO

Procurado pela reportagem na sexta-feira, 13, o deputado disse que n�o quis ofender ningu�m.

"Se faz brincadeira hoje em dia, tudo � �dio, tudo � preconceito. Se eu chamo voc� de quatro olhos, de gordo, n�o t� ofendendo os gordos do Brasil. Eles querem fazer o que na Alemanha j� existe: tipificar o crime de �dio. Pra mim pode ser, e pra voc� pode n�o ser", disse o parlamentar.

"Tanta coisa importante pro Brasil, pro Judici�rio se debru�ar e vai ficar em cima de uma brincadeira dessa. � a pessoa que eu fiz a brincadeira que tem de tomar as provid�ncias. A vida segue", comentou o deputado.

(Luiz Fernando Teixeira e Fausto Macedo)