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Estado de Minas

'Bolsonaro E Ciro trazem instabilidade', afirma Meirelles


postado em 15/04/2018 11:24

Bras�lia, 15 - O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou, em sua primeira entrevista ap�s deixar o cargo, que a elei��o deste ano traz risco de instabilidade do Pa�s e que candidatos de esquerda, como Ciro Gomes (PDT), e de direita, como Jair Bolsonaro (PSL), representam um desmonte da pol�tica de reformas do governo Michel Temer.

Mais � vontade fora do traje de ministro, ele disse estar convicto de que ser� o candidato do MDB � Presid�ncia se Temer abdicar da vaga. Questionado sobre as acusa��es de corrup��o que pairam sobre seu novo partido, afirmou que n�o ser� afetado por sua trajet�ria pessoal: "Nunca fui pol�tico".

Meirelles tamb�m negou ser o "candidato do mercado". Ele come�ou a montar sua equipe neste fim de semana e prepara a instala��o de um gabinete na sede nacional do MDB, em Bras�lia, de onde vai despachar com privacidade.

O senhor fez um acordo com Temer antes de deixar o cargo?

N�o revelo minhas conversas com o presidente. Tenho convic��o de que, n�o sendo o presidente Temer, o candidato do partido serei eu. N�o h� possibilidade de ser outro.

Sendo Temer, o sr. ser� o vice?

N�o. No momento n�o estou considerando essa possibilidade. Se o presidente Temer julgar que tem condi��es de ganhar a elei��o, ele vai ser candidato e certamente � um projeto �timo. Isso vai ser um julgamento, uma avalia��o que eu e ele vamos fazer juntos, num primeiro momento, mas depois tamb�m conversando com o restante das lideran�as do partido: quem � que tem melhores condi��es.

O sr. se filiou ao MDB, que tem integrantes sob investiga��o. Isso pode afetar sua campanha?

N�o acredito que afete em nada pelo meu hist�rico pessoal. Eu n�o participei de nada il�cito e ilegal. � �bvio. Eu nunca fui pol�tico. Disputei uma elei��o autofinanciada em 2002. S�. Em segundo lugar, isso � trabalho normal da Justi�a. N�o � s� um partido. Todos os partidos est�o sujeitos a terem pessoas sendo acusadas. A Justi�a vai decidir se s�o inocentes ou n�o s�o.

O sr. trabalhou para a J&F, cujos s�cios, os irm�os Batista, delataram corrup��o. Alguma vez percebeu algo suspeito?

Meu trabalho estava estritamente relacionado � cria��o e lan�amento da plataforma digital do banco Original, sem rela��o com os outros neg�cios do grupo. Nunca tive conhecimento de atividade il�cita.

Nas elei��es de 2002, o Pa�s viveu grande instabilidade dos mercados. Isso pode se repetir?

Acho que vai ocorrer instabilidade em 2018. N�o necessariamente na mesma dimens�o. Aquele n�vel era a incerteza pol�tica com vulnerabilidades da economia, que agudizavam o processo. N�o tinha reservas, existia uma dificuldade com a d�vida dom�stica. Agora � o risco da volta atr�s. O risco do desmonte, de desestabiliza��o da economia, por propostas de candidatos.

Quem s�o eles?

Os candidatos dos extremos que est�o a�. Seja Bolsonaro, seja Lula. O Ciro est� propondo v�rias coisas radicais nesse sentido. O Bolsonaro est� apresentando propostas liberais, mas tem todo um hist�rico de votos a favor do intervencionismo econ�mico. Como parlamentar, ele foi contra todas essas reformas. Temos um candidato (Ciro) que prop�e desestabilizar. Ele prop�e interferir no c�mbio para desvalorizar, est� criando instabilidade. Vai romper contratos na �rea de concess�o de petr�leo e energia, expropriar capital estrangeiro. � o que se temia do Lula em 2002 e que n�o fez. S�o candidatos que pretendem reverter parte da agenda de moderniza��o do Pa�s implementada. S�o propostas que remetem ao que foi tentado no passado e fracassou.

O sr. colocaria nesse grupo o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa?

Eu n�o sei o que o Joaquim Barbosa pensa de economia.

O que diferencia o sr. do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM)?

Tenho resultado concreto para mostrar. As pessoas est�o cansadas de falat�rio. Entramos no governo na maior recess�o da hist�ria. O Brasil saiu da recess�o, est� crescendo, criando empregos, a infla��o � a mais baixa em 20 anos. Trabalhamos uma agenda reformista que est� aumentando a possibilidade de os brasileiros ganharem mais e terem uma vida melhor, dando condi��es, com equil�brio das contas p�blicas, de o governo executar pol�ticas mais eficientes. Ele (Alckmin) foi governador de S�o Paulo e, portanto, n�o tem um hist�rico de realiza��es de pol�ticas nacionais.

Como v� a decis�o do Superior Tribunal de Justi�a de remeter para a esfera eleitoral a investiga��o sobre Alckmin na Lava Jato?

Defendo a investiga��o de todas as suspeitas, sem partidarismo. Sou contra a politiza��o de a��es judiciais.

Como fica o quadro sem Lula?

Enfraquece muito a posi��o do PT e torna a elei��o um pouco mais aberta. Lula � o pr�-candidato mais conhecido. Na medida em que ele sai, abre-se um espa�o grande para os eleitores procurarem conhecer quem s�o os outros. N�o concordo que a Justi�a esteja agindo politicamente (no caso de Lula). Acho que ela est� cumprindo a sua fun��o. � um grande avan�o institucional o que est� sendo feito em Curitiba e nos tribunais superiores. Se o Lula n�o puder disputar a elei��o, ser� pelo funcionamento do estado de direito.

Qual a diferen�a entre a candidatura do sr. e a de Temer?

N�o sei qual seria o plano de governo e de campanha dele. Sei o que ele est� fazendo e eu concordo, evidentemente, participo do governo. Eu sei qual � o meu projeto. S�o tr�s eixos. Prosseguimento das reformas e da moderniza��o da economia. N�o s� a reforma da Previd�ncia, mas a tribut�ria, uma s�rie de quest�es relacionadas aos Estados. Segundo, um grande avan�o na qualidade dos servi�os p�blicos � popula��o, seja na educa��o, sa�de, seguran�a e infraestrutura. O terceiro pilar � a maneira como o Pa�s funciona, o que na economia olhamos sob o ponto de vista de produtividade.

Alguns l�deres regionais do MDB apoiam outros candidatos... Num partido t�o enraizado, � normal que os l�deres pensem diferente. Estou organizando uma agenda de visitas aos diret�rios do MDB e l�deres.

Como o sr. vai se tornar conhecido numa campanha curta?

� curta, mas � suficiente por causa do tempo da televis�o. N�o preciso de muito tempo para as pessoas reagirem: este � o candidato que eu quero. Quando elas veem o hist�rico na televis�o, um v�deo bem feito, mostrando cenas da vida real, seja no exterior, na presid�ncia de um banco global, seja no Banco Central... 'Oh, ent�o realmente foi ele o grande respons�vel pela estabilidade, pela infla��o baixa e pelo crescimento do Brasil naquela �poca, p�, bacana'. Ent�o, muitos resumem o seguinte: 'Ele (Meirelles) � um homem competente (...) E a partir da� foi chamado pelo Lula porque o Brasil tinha problema. Ele resolveu o problema. A�, de novo, o Brasil estava com um problema grave. O Temer chamou, (ele) resolveu o problema'. � uma hist�ria forte. As pessoas gostam.

O sr. financiar� sua campanha?

Sim. Eu posso, se julgar adequado, financiar a campanha dentro dos limites. � uma vantagem, porque n�o existe nenhuma suspeita de qualquer tipo de financiamento ilegal.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o "candidato do mercado" n�o ganhar� a elei��o. O sr. � o "candidato do mercado"?

N�o. Eu sou o candidato do crescimento e do emprego e contra o atraso. O mercado funcionando bem � consequ�ncia de qualquer pol�tica econ�mica. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Adriana Fernandes e Felipe Fraz�o)


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