
O ex-ministro da Justi�a e deputado federal Osmar Serraglio (PP-PR) confirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que o senador mineiro A�cio Neves (PSDB) o pressionou para que fosse nomeado um delegado da Pol�cia Federal “de sua prefer�ncia” para investigar den�ncias envolvendo seu nome. A PF � vinculada ao Minist�rio da Justi�a.
As declara��es do parlamentar refor�am a den�ncia apresentada pela Procuradoria Geral de Justi�a (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) de que o mineiro tentou obstruir a Justi�a. Nesta semana, os ministros do STF acataram a den�ncia e tornaram o tucano r�u. O ent�o procurador-geral Rodrigo Janot argumentou na den�ncia que Osmar Serraglio deixou o minist�rio em maio do ano passado, em raz�o de press�o feita por A�cio e outros parlamentares investigados sobre o presidente Michel Temer (MDB).
Em conversa gravada com o empres�rio Joesley Batista, A�cio Neves desqualificou a nomea��o de Osmar Serraglio e usou palavr�es para se referir a ele.
A defesa do senador A�cio Neves (PSDB) divulgou uma nota nesta sexta-feira afirmando que ele “jamais tentou interferir na nomea��o de delegados para a condu��o de qualquer inqu�rito. Essa quest�o � afeita exclusivamente � PF, que n�o se submete a esse tipo de inger�ncia”, diz o texto assinado pelo advogado Alberto Zacharias Toron.
Ainda de acordo com a nota, as conversas que ele teve sobre o tema foram “no sentido de mostrar seu inconformismo com inqu�ritos abertos sem qualquer base f�tica, em especial, com a demora em serem conclu�dos, levando a um inevit�vel desgaste”. Sobre os palavr�es usados para se referir a Serraglio, o advogado lembrou que na ocasi�o da divulga��o da conversa, o senador pediu desculpas ao ex-ministro.
R�dio
A defesa do senador tamb�m rebateu declara��es do empres�rio Joesley Batista, � PGR, de que pagou R$ 50 mil mensais a A�cio Neves por meio da r�dio Arco �ris, afiliada da Jovem Pan em Belo Horizonte, da qual era s�cio. Segundo Joesley, o pagamento foi acertado no Rio de Janeiro, e o dinheiro seria usado para “despesas pessoais”.
Em nota, a defesa argumentou que as declara��es de Joesley s�o uma “demonstra��o de m�-f� e desespero” na tentativa de manuten��o o “extraordin�rio” acordo de dela��o, que corre o risco de ser anulado.
“O senador jamais fez qualquer pedido nesse sentido ao delator, da mesma forma que, em toda a sua vida p�blica n�o consta nenhum ato em favor do grupo empresarial. O sr. Joesley Batista se utiliza de uma rela��o comercial l�cita mantida entre empresas de seu grupo e um ve�culo de forte inser��o no mercado mineiro para forjar mais uma falsa acusa��o”, diz a nota assinado por Alberto Zacharias Toron.
Segundo o advogado, o contrato com a emissora de r�dio representou uma rela��o comercial legal, tanto que foi mantido at� a data de encerramento.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Joesley entregou aos procuradores 16 notas fiscais, emitidas entre 2015 e 2017 pela r�dio, no valor total de R$ 864 mil. O relato faz parte de um dos anexos entregues pelo empres�rio � PGR em agosto do ano passado.
As notas fiscais trazem como discrimina��o do gasto a presta��o de servi�os de publicidade por meio de patroc�nio do Jornal da Manh�, programa da r�dio. A�cio vendeu as cotas da r�dio em setembro de 2016, para a irm�, Andrea Neves, por R$ ,6,6 milh�es.