Em sua plataforma ele ainda afirma que n�o ter� problemas em adotar programas que fa�am parte dos tradicionalmente ligados a partidos de esquerda ou de direita. O crit�rio, segundo ele, ser� a compet�ncia.
Como forma de tornar o estado mais competitivo, Zema considera que � necess�rio enxugar a administra��o com o corte, principalmente de cargos comissionados, e reduzir as al�quotas de impostos como ICMS.
Em frentes mais pol�micas ele n�o descarta a privatiza��o de empresas como Cemig e Copasa, mas acredita que todos os casos devem ser analisados.
O sr. � um candidato sem experi�ncia pol�tica e de um partido desconhecido. Qual a sua expectativa numa disputa para o governo de Minas?
A minha expectativa � a melhor poss�vel. Gosto de falar que nunca fui de escalar o Monte Everest, pular de paraquedas, mas gosto de desafio. Para quem abriu 440 lojas n�o � nenhum desafio visitar os munic�pios de Minas Gerais, at� porque conhe�o a maioria. S� caminhoneiro conhece o estado melhor que eu. E no interior n�s somos bem conhecidos devido a essa presen�a (rede de varejo). Na maioria das cidades, eu que fui locar o im�vel, contratar pessoal. Ent�o, tenho contato no estado todo. S�o mais de 300 munic�pios em que temos lojas, sem contar os postos, que s�o operados por terceiros. Ent�o � um grande desafio, mas est� longe de ser imposs�vel, � plenamente vi�vel. D� pra ver que as pessoas est�o querendo, e muito, alguma coisa diferente do que est� a�.
Se chegar agosto e sentir que a candidatura n�o engrenou, o sr. pode compor com outro partido? Pode ser vice, optar por outro cargo?
Vamos at� o final. Pode ser que algu�m queira compor conosco. Desde que se enquadre nos nossos princ�pios e valores n�s estamos abertos. S� que, pelo que vimos at� agora, nenhum dos pol�ticos da velha-guarda quer o que estamos pregando, que � o fim do foro privilegiado, a ficha limpa, n�o usar recursos p�blicos na campanha, passar por um processo seletivo. N�o queremos um campe�o de votos que depois de eleito n�o fa�a nada na Assembleia ou no Congresso. Ent�o, vai ser muito dif�cil conseguir algu�m que compartilhe desses princ�pios. Mas se n�s continuarmos crescendo, e estamos crescendo, muitas pessoas ceder�o.
Qual ser� sua plataforma de governo?
O fim dos privil�gios. O ato n�mero um que eu gostaria de assinar: transformar o Pal�cio das Mangabeiras em um museu das mordomias.
Acabar com o Pal�cio das Mangabeiras?
Sim. Transform�-lo no museu das mordomias. Queremos que o governador tenha uma vida como um cidad�o comum, n�o como a de um monarca, como acontece hoje. Governador tem que morar em um apartamento confort�vel como todos n�s seres comuns vivemos. Queremos enxugar a m�quina no que for poss�vel tamb�m. O PT � mestre em prolifera��o de cargos.
Se chegar ao governo, pensa em demitir...
Vamos ter que cortar.
Mas onde?
Principalmente nos cargos comissionados, porque inicialmente � onde d� pra fazer. Porque a lei prev�. Caso a situa��o fiscal continue se deteriorando, voc� pode ir al�m dos cargos comissionados.
Vai vender a Cidade Administrativa?
Se houver necessidade e for um valor justo. A quest�o � financeira. Fazer o que for financeiramente melhor, considerando o lado humano tamb�m. N�o sei se a maioria dessas pessoas est�o se deslocando para l� todos os dias. N�o sei se aquilo � um elefante branco, se as pessoas v�o se interessar. Ent�o, se for s� pra aumentar o pagamento de aluguel trazendo todas essas pessoas pra c�, n�o justifica (a venda), mas cabe uma an�lise. Mas o que queremos � o fim dos privil�gios e gera��o de emprego. V�o ser os nossos dois grandes pilares. Gerar emprego � ter um governo est�vel, sem d�ficit, porque um governo como esse, bagun�ado, totalmente sem crit�rio nos gastos, sem nenhum compromisso com o equil�brio fiscal � um governo que espanta investimentos.
Que empresa p�blica o sr. venderia?
Somos favor�veis �s privatiza��es. Mas privatizar por privatizar, at� que ponto isso � bom? Vejo que � necess�rio ter um momento adequado, com pre�o que justifique a privatiza��o. Mas se for pra resultar em maior competitividade e melhoria para o consumidor, estamos dispostos a privatizar a Cemig e a Copasa. Codemig n�o, porque ela � uma recebedora de royalties. O que ele (Fernando Pimentel) est� fazendo � o contr�rio do que eu penso. Na minha opini�o, a Codemig deveria ser extinta e ter uma unidade na Secretaria da Fazenda que recebesse os royalties, um departamento. N�o precisa ter uma empresa para ficar recebendo isso, com uma estrutura com presidente, conselho, tudo para receber royalties.
Qual a proposta para fazer a economia voltar a crescer?
Eu sempre visito o Tri�ngulo, que � onde moro, e o Sul de Minas, onde n�s temos bastante postos, e � muito comum voc� ver as pessoas sa�rem de Minas e ir fazer compra em S�o Paulo. Primeiro, porque a gasolina l� � R$ 1 mais barata. Se voc� est� a 100 quil�metros da divisa e for encher o tanque, quase que compensa ir l�. E ainda tem gente que vai para fazer compra de supermercado, compra de material de constru��o. Isso porque, no geral, as al�quotas de Minas est�o mais altas que as de S�o Paulo. Com isso, voc� tira a competitividade das empresas de Minas e ainda manda quem est� pr�ximo da divisa ir comprar do lado de l�. N�o existe posto de gasolina nas cidades pr�ximas da divisa com o estado de Minas, faliram, ou est�o l� dependendo s� da loja de conveni�ncia, porque combust�vel mesmo voc� n�o consegue vender por causa da diferen�a de pre�o. Ent�o, Minas tem que voltar, ficar competitiva.
Esse aumento da competitividade viria como? Com redu��o do ICMS?
Precisa. Sei que � uma situa��o complicada. Agora, Minas, analise s�, tem as maiores al�quotas, os produtos mais caros e o maior d�ficit. O que ser� que tem por tr�s disso? � muita falta de boa gest�o, na minha opini�o, sen�o n�o chegaria ao ponto, que chegou. S�o Paulo, que vende mais barato, est� com as contas em dia, n�o est� parcelando sal�rios dos servidores e tem dinheiro para investir e aqui temos falta de dinheiro. N�o precisa ir longe. Mas algu�m pode falar: “Mas S�o Paulo � um caso � parte”. Mas e o Esp�rito Santo? � um estado bem menor e est� com as contas em dia, est�o equilibradas tamb�m. Parece que falta seriedade aqui. Um estado que est� com essa situa��o n�o pode ficar aumentando a folha de pagamento como o atual (governador) tem feito, deveria ser o sentido inverso.
Com a proibi��o do financiamento empresarial, como vai bancar sua campanha?
A campanha vai ser a mais espartana e, tenho certeza, a mais eficiente. Nessa pr�-campanha, at� outubro, vamos visitar 300 cidades. Nenhum candidato vai fazer isso nesse per�odo. Vamos fazer isso de carro, que � o que eu sei andar, conhe�o todas as estradas. Falo que s� quem conhece Minas mais que eu s�o os caminhoneiros. Mas vamos ter contribui��es pessoais. Tem empres�rios que est�o dando R$ 10 mil, tem um que est� dando R$ 50 mil, outro R$ 80 mil, ent�o � dessa maneira que vamos levar. S�o pessoas f�sicas.
E o senhor vai colocar do pr�prio bolso?
Tamb�m estou contribuindo, da mesma forma que esses doadores. E tem o Novo tamb�m. Funcionamos da mesma forma que um time de futebol. Precisamos jogar bem, ter torcida e ter pagante. Atualmente, o Novo tem 20 mil filiados que contribuem todo m�s e mant�m nosso partido. Diferentemente dos outros, que ficam dependendo de verba do fundo partid�rio para poder se manter.
O pa�s vive momento de polariza��o entre esquerda e direita. Como o senhor se posiciona?
As pessoas falam que n�s somos um partido de direita, mas somos um partido que prega o que j� deu certo.
Mas tem coisas da direita e da esquerda que deram certo. Como vai ser?
Exato! Da esquerda somos favor�veis ao Bolsa-Fam�lia. Um pa�s igual ao Brasil, em regi�es onde n�o tem emprego, que n�o tem fonte de renda, voc� vai deixar essas pessoas na inani��o? Ent�o, somos favor�veis ao Bolsa-Fam�lia, somos um partido ajustado � realidade do Brasil e n�o a uma ideologia. Tem que ser feito um exame geral e aplicado o medicamento conforme a doen�a.
A presen�a na disputa do ex-governador de Minas e atual senador, Antonio Anastasia, e at� mesmo a chegada da ex-presidente Dilma tem impacto na forma de o senhor fazer a campanha?
N�s vamos continuar trabalhando da mesma forma. Isso demonstra, de certa maneira, uma esp�cie de “deixa eu ver aonde eu vou me salvar”. Esse � o caso claro da Dilma, que n�o mora em Minas. Por que ela n�o se candidatou no estado do domic�lio dela? Alguma coisa n�o cheira bem nessa mudan�a a�. E a volta do Anastasia, que foi muito reticente, tamb�m significa uma falta de op��o de todos os partidos que devem compor com ele agora. N�o deixa de ser um candidato que tem mais expressividade do que os outros que estavam no p�reo. Acho que veio para tentar ampliar um pouco a chance dos demais que n�o estavam tendo uma alternativa muito boa.