Bras�lia, 24 - A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) suspeita que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), o Dudu da Fonte, tentaram comprar o sil�ncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investiga��es da Lava Jato contra eles. Os dois parlamentares foram alvo de busca e apreens�o nesta ter�a-feira, 24, no Congresso e em endere�os relacionados. Tamb�m alvo da opera��o, o ex-deputado federal M�rcio Junqueira foi preso preventivamente, apontado como o intermedi�rio dos deputados.
Segundo a PGR, o esquema investigado inclui o pagamento de despesas pessoais, amea�as e at� proposta para a mudan�a do teor de depoimento que incriminaria os alvos da opera��o de hoje. O objetivo das medidas cautelares � reunir mais provas provas de que houve atua��o para compra de sil�ncio.
Al�m do mandado de pris�o contra o ex-deputado federal M�rcio Junqueira, foram cumpridos oito mandados de busca e apreens�o. Al�m dos gabinetes ocupados pelos parlamentares no Congresso Nacional e dos respectivos apartamentos funcionais, em Bras�lia, foram realizadas buscas em endere�os residenciais na capital federal, em Teresina (PI), Recife (PE) e Boa Vista (RR).
A opera��o foi deflagrada por autoriza��o do ministro Edson Fachin ex-deputado (pris�o), relator de um inqu�rito que apura repasses a pol�ticos do PP por meio de contrato fict�cio, com suspeitas de pr�tica dos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. At� agora, n�o havia informa��o nos autos sobre obstru��o � investiga��o.
Depois de uma decis�o da semana passada, que limitou o objeto da investiga��o, a PF e a PGR continuar�o a apurar repasse de R$ 1,6 milh�o aos deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Arthur Lira (PP-AL), Eduardo da Fonte (PP-PE) e ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), em 2011, por meio de um contrato fict�cio com a empresa KFC Hidrossemeadura, pertencente a Leonardo Meirelles e o grupo Queiroz Galv�o.
Esses valores teriam sido operacionalizados por Henry Hoyer, que teria assumido o papel anteriormente desempenhado pelo doleiro Alberto Youssef, na operacionaliza��o dos pagamentos de propina de esquemas criminosos na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Alberto Youssef e Leonardo Meirelles, ambos colaboradores, prestaram informa��es na investiga��o.
Inicialmente, o inqu�rito apurava o repasse de R$ 2,7 milh�es da empreiteira Queiroz Galv�o sob disfarce de doa��es eleitorais oficiais ao Diret�rio Nacional do PP em 2010, para posterior distribui��o a parlamentares. Uma decis�o do ministro Edson Fachin na semana passada enviou a parte sobre os R$ 2,7 milh�es para ser analisada no Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o, para apurar a participa��o de Francisco Dornelles, vice-governador do Rio de Janeiro, que n�o tem foro por prerrogativa de fun��o no Supremo.
Defesas
Advogados de Arthur Lira e Aguinaldo Ribeiro afirmaram que os pol�ticos n�o foram alvo da opera��o.
Em nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida e Castro, o Kakay, se manifestou em nome de Nogueira. "A defesa do senador Ciro Nogueira est� acompanhando as buscas que est�o sendo realizadas na resid�ncia e no gabinete do senador. Esclarece a defesa que o senador se encontra fora do Brasil, n�o sabendo em qual pa�s e que n�o foi poss�vel ainda falar com ele", afirmou.
"Desconhece a defesa, at� o presente momento, as raz�es da determina��o judicial do Ministro (Edson) Fachin. � certo que o senador sempre se colocou � disposi��o do Poder Judici�rio, prestando depoimentos sempre que necess�rio e, inclusive, j� foi alvo de busca e apreens�o. Continuar� a agir o senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos. No momento, a defesa aguarda contato com o senador para poder ter o necess�rio instrumento de poderes que dar� direito ao acesso aos fundamentos da medida de busca e apreens�o", finalizou.
A reportagem buscou contato com o gabinete de Eduardo da Fonte, mas n�o obteve respostas. O espa�o est� aberto para manifesta��o.
(Breno Pires, Teo Cury e Fabio Serapi�o)