Bras�lia, 24 - O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta ter�a-feira, 24, que o presidente Michel Temer, no jantar desta noite, no Pal�cio da Alvorada, com uma parcela dos presidentes de diret�rios regi�es do MDB, quer "sentir o partido" e ouvir cada um deles.
Segundo Marun, pelo menos mais dois outros jantares como estes ser�o realizados com emedebistas, quando ser� defendido "o projeto do presidente Temer, que � o projeto de uma candidatura que defenda e d� continuidade ao que estamos fazendo". De acordo com o ministro, a postura dissidente do senador Renan Calheiros (AL) n�o � uma amea�a � uni�o de uma candidatura emedebista porque ele "n�o representa a maioria do partido".
Marun foi questionado tamb�m sobre a possibilidade de o MDB abrir m�o de sua candidatura e o presidente Temer apoiar um nome de centro para o Planalto, que poderia ser do ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin, liderando uma chapa unificada de centro.
"O meu sentimento � de que o presidente Alckmin, porque � presidente do PSDB, para que ele viesse a se tornar o candidato desse projeto pol�tico que n�s estamos a� empreendendo e levando adiante ele, teria de ter posi��es mais claras em rela��o ao que n�s j� fizemos e ao que n�s pensamos em fazer. Penso que isso � uma condi��o si ne qua non e fundamental", declarou Marun.
"Se ele tiver essas atitudes e posi��es mais claras a respeito disso, quem sou eu para dizer que ele n�o pode vir a ser o nosso candidato? Mas, hoje, eu diria que essa possibilidade... n�o vou dizer que ela � remota, mas ela n�o se apresenta, at� onde eu consigo enxergar".
A defesa do legado de Temer e de seu governo � condi��o fundamental para ter seu apoio seja representando uma candidatura de uni�o de centro, seja outro nome do partido. Desde a semana passada o presidente Michel Temer tem reunido lideran�as emedebistas em busca de unidade em rela��o ao seu nome, ou algu�m que ele apoie, exatamente desde que seja para defender seu legado.
Mas, ao mesmo tempo, no fim de semana, n�o quer deixar escapar a possibilidade de uma chapa unificada de centro, se for o caminho mais vi�vel. Por isso mesmo, se reuniu com lideran�as que disputam o governo paulista Jo�o Doria (PSDB), M�rcio Fran�a (PSB) e Paulo Skaff (MDB), na sexta-feira e s�bado, tamb�m em busca de um nome de consenso no maior col�gio eleitoral do Pa�s.
As costuras v�o prosseguir, agora com as lideran�as regionais, uma vez por semana, de forma que, at� meados de maio j� tenha conversado com todos os presidentes de diret�rios regionais do MDB. Questionado se o presidente vai pedir apoio e palanque para sua candidatura nestas reuni�es, Marun respondeu: "Vamos conversar sobre pol�tica mas, obviamente, n�o vamos desprezar apoio".
E explicou: "N�s vamos conversar sobre este assunto. N�o � dizer que vamos reunir aqui voc�s pra pedir apoio. Estamos reunindo grupos pequenos para conversas francas, para que os convidados possam expressar, sem muita pressa, as suas opini�es. Queremos ter um sentimento real do pensamento do partido".
Lembrado que Renan Calheiros est� em forte oposi��o ao governo Temer e defende apoio � uma candidatura petista, Marun reconheceu o fato de existirem setores do MDB que "infelizmente defendem a n�o candidatura (de Temer ou emedebistas) ou o apoio a candidaturas vinculadas ao PT".
Ressalvou, no entanto que, "esse n�o � o pensamento da maioria do partido". Marun ressaltou que, pelas declara��es do senador alagoano, a posi��o dele � divergente. "Mas vamos seguir em frente. Tenho convic��o de que ele � minoria", comentou. Perguntado se Renan amea�ava o projeto do presidente Temer, Marun declarou que "o projeto do presidente Temer � projeto de candidatura do governo. Ele (Temer) se predisp�e a ser ele o candidato. Mas o projeto mesmo � uma candidatura que defenda e d� continuidade ao trabalho que n�s estamos realizando, que n�s entendemos que � o melhor para o Brasil. Ali�s, n�o consigo ver qual outra pauta pro Brasil".
Em seguida, passou a listar o que considera os ganhos da administra��o Temer, como redu��o da infla��o e dos juros. "Qual � a pauta do Pa�s? A pauta � a que estamos seguindo com ela. Ou algu�m vai mentir que a reforma da previd�ncia n�o � necess�ria?", comentou ele, repetindo a tese de que "torce para que n�o sejam eleitos mentirosos nestas elei��es". E justificou: porque mentir para ganhar votos e dizer que reforma da previd�ncia n�o � necess�ria � quase que se constitui um crime de lesa p�tria".
(T�nia Monteiro e Carla Ara�jo)