S�o Paulo, 25 - O empres�rio Carlos Alberto Bettoni pediu � Justi�a que determine ao delegado que conduziu inqu�rito sobre agress�o que sofreu em frente ao Instituto Lula, no dia 5 - data em que o juiz S�rgio Moro decretou a pris�o do ex-presidente - que tome novamente seu depoimento. Por meio de seus advogados, Bettoni tamb�m pede que duas "testemunhas oculares" do caso sejam ouvidas. Uma delas, segundo o empres�rio, "teme por sua vida e de seus familiares".
Na noite de 5 de abril, Bettoni foi empurrado diversas vezes em frente ao pr�dio do Instituto Lula e bateu a cabe�a no para-choque de um caminh�o. Ensanguentado e com traumatismo craniano, ele ficou internado v�rios dias.
O ataque ao empres�rio foi alvo de inqu�rito no 17.� Distrito Policial, no Ipiranga, conduzido pelo delegado Luiz Carlos Patr�cio Nascimento. Ao final da investiga��o, foram indiciados Manoel Eduardo Marinho, o "Maninho do PT", seu filho, Leandro Eduardo Marinho, o "Maninho", e Paulo Cayres, o "Paul�o".
Os criminalistas Daniel Bialski e Jo�o Batista Augusto J�nior, que defendem Bettoni, afirmaram na peti��o � Justi�a que houve "indevida tomada de declara��es da v�tima", no dia 19, "eis que este n�o estava e de fato n�o est� em condi��es de sa�de, depoimento esse que foi realizado sem autoriza��o de sua fam�lia ou de seus advogados (que sequer se faziam presentes no ato) bem como sem que houvesse autoriza��o m�dica por escrito validando a sua consecu��o".
"Todos esses elementos probat�rios a serem produzidos somados �s estarrecedoras filmagens realizadas pela imprensa e que capturaram o exato momento das investidas contra Carlos e ao depoimento das testemunhas oculares, revelam que o caso concreto n�o encerra mero epis�dio de agress�o, mas sim de poss�vel tentativa homic�dio qualificado", argumentam os advogados.
"E assim se afirma porque quem pratica condutas como aquela retratada nestes autos, mediante concurso de agentes e subjugando a v�tima indefesa at� que a mesma, ap�s sofrer v�rios golpes, seja derradeira e intencionalmente empurrada contra ve�culos que trafegam na pista de rolagem, assume o risco de produzir o resultado mais gravoso, qual seja, o evento morte, homic�dio por dolo eventual, o qual, cite-se, n�o se consumou por situa��o alheia � vontade dos agentes."
Os dois criminalistas demonstram perplexidade com a celeridade do inqu�rito.
"De qualquer forma, intrigante a maneira e a velocidade com as quais relatado o inqu�rito policial, at� porque, como dito, havia peti��o expressa dos defensores de Carlos, representado por sua esposa, sra. Terezinha do Carmo Aguiar Quaresma, objetivando a produ��o de provas complementares, infelizmente ignoradas em prol de uma suposta e at� agora injustificada celeridade, n�o sendo esse, diga-se, o padr�o observado nas investiga��es conduzidas pela competente Pol�cia Civil Bandeirante."
Bialski e J�nior arrolaram duas "testemunhas oculares" da agress�o, uma identificada por Jos� Roberto Leal Figueiredo, a outra com nome mantido em sigilo sob argumento de que "teme por sua vida e de seus familiares".
(Luiz Vassallo e Fausto Macedo)