S�o Paulo, 27 - Um dos temas mais questionados por sindicalistas no evento organizado pela Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT) para a comemora��o do 1� de maio, a reforma trabalhista recebeu tratamento cr�tico da maior parte dos pr�-candidatos presentes. Questionados, quatro dos cinco presidenci�veis disseram que era necess�rio rediscutir ou aperfei�oar o texto.
Presidente do partido do qual faz parte o relator da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC), deputado Rog�rio Marinho (RN), o ex-governador Geraldo Alckmin foi o que defendeu com maior empenho a reforma aprovada no ano passado, afirmando que era uma atualiza��o necess�ria de um texto "inspirado no tempo do Mussolini". "Se tem imperfei��es, vamos corrigi-las", disse a uma plateia formada principalmente por sindicalistas. Alckmin tamb�m se posicionou contra o fim do imposto sindical, ainda que tenha deixado claro a necessidade de discuss�o sobre o custeio do movimento sindical.
J� o pr�-candidato do PDT, Ciro Gomes, se posicionou do lado oposto do tucano, defendendo a revoga��o do texto. "Isso � uma pervers�o que faz parte de uma selvageria neoliberal, mofada, que se imp�s ao Brasil a partir do golpe", disse o cearense. "N�s n�o temos que ter medo da reforma."
Pr�-candidata da Rede, Marina Silva criticou a forma apressada com que ela foi discutida no Congresso, com pouco espa�o para debate. A ex-senadora tamb�m criticou o fato de o Congresso ter deixado caducar a Medida Provis�ria 808, que ajustava pontos pol�micos do texto. "Agora voltou tudo que era antes (da MP), estamos em uma situa��o de total inseguran�a jur�dica. Um grupo est� em um sistema e outro grupo est� em outro", disse.
Tom parecido foi adotado pelo presidenci�vel pelo Solidariedade, Aldo Rebelo. "Qualquer reforma tem que levar em conta a defesa do desenvolvimento, do crescimento, das empresas, mas tamb�m a prote��o dos direitos dos mais fracos", disse Aldo, para quem n�o � poss�vel revogar a reforma porque ainda est� pendente um decreto prometido pelo governo para ajustar alguns pontos.
Para Guilherme Afif Domingos, do PSD, � preciso rediscutir a proposta. Ele defende uma legisla��o para grandes corpora��es e outra espec�fica pra micro e pequenas empresas. "� para ser rediscutida, estamos em um momento de transi��o muito profundo e a perda de emprego � consider�vel", declarou. "� preciso fazer uma lei que fale das v�rias formas de trabalho e voltada para a realidade."
(Marcelo Osakabe e Daniel Weterman)