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Estado de Minas

Noruega investiga propina em contratos com Petrobras

A suspeita � de que empresas norueguesas teriam pago, de 2007 a 2011, US$ 14 milh�es em "honor�rios" a operadores que transferiram o dinheiro para contas na Su��a.


postado em 02/05/2018 07:48 / atualizado em 02/05/2018 08:13

Genebra - Tr�s anos depois de abrir investiga��es, a Procuradoria-Geral da Noruega fecha o cerco contra uma empresa e um executivo do pa�s em raz�o de um suposto esquema de corrup��o envolvendo a Petrobras. Os implicados s�o a Sevan Drilling e seu executivo Jan Erik Tveteraas, num processo que caminha para sua conclus�o.

Documentos do Tribunal Federal da Su��a obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que a suspeita � de que empresas norueguesas teriam pago, de 2007 a 2011, US$ 14 milh�es em "honor�rios" a operadores que transferiram o dinheiro para contas na Su��a.

A Su��a, pela decis�o dos ju�zes federais, aceitou repassar os extratos banc�rios aos investigadores noruegueses. A esperan�a da procuradoria � de que, com as informa��es da Su��a, o caso possa ser conclu�do e que ele v� para a Corte antes de meados do ano.

As investiga��es na Noruega foram iniciadas em 2015. Naquele momento, as empresas Sevan Marine e o executivo Arne Smedal tamb�m estavam sob suspeita. Desde o ano passado, por�m, esses casos foram encerrados e a acusa��o, agora, se refere diretamente ao executivo Jan Erik Tveteraas e a companhia Sevan Drilling.

As duas empresas, Sevan Marine e Sevan Drilling, eram especializadas em explora��o de petr�leo em alto-mar, com representa��o no Rio. Quando a Opera��o Lava Jato come�ou, a sede da empresa em Oslo solicitou que o escrit�rio Selmer realizasse uma auditoria interna.

O resultado apontou que era "mais prov�vel que pagamentos ilegais tenham sido feitos para garantir contratos com a Petrobras" para a compra de instala��es para estocagem e navios, al�m de material para perfura��o das subsidi�rias Sevan Drilling e Sevan Brasil. "Tais atos podem potencialmente representar um crime financeiro", indicou a auditoria.

O jornal teve acesso a trechos confidenciais da investiga��o interna da empresa que apontou que, no total, 300 milh�es de coroas norueguesas (R$ 141 milh�es) podem ter sido enviados para contas na Su��a, nas Ilhas Virgens Brit�nicas, no Panam� e em M�naco. A suspeita � de que parte importante desse dinheiro tenha sido usada para corromper a ex-dire��o da Petrobras. Agora, a acusa��o que pesa sobre Tveteraas e a Sevan Drilling � de que teriam de fato usado de propinas para garantir contratos no Brasil.

Suspeito


A procuradoria norueguesa ainda passou a pedir a colabora��o da Su��a e, em documentos enviados ao pa�s, constatou que "um indiv�duo � suspeito de ter agido como intermedi�rio nos pagamentos de propinas a pelo menos tr�s diretores da Petrobras".

Quatro contas foram bloqueadas na Su��a, enquanto documentos das autoridades do pa�s indicam que "uma sociedade norueguesa e suas filiais teriam feito parte de um vasto esquema de corrup��o de funcion�rios no Brasil".

O suspeito � Raul Schmidt, que vive hoje em Portugal e � alvo de uma batalha jur�dica por conta de uma tentativa do Brasil para que seja extraditado. Segundo a apura��o, a empresa Sevan Drilling teria usado justamente Raul Schmidt para fazer os pagamentos. N�o existe contra ele, por�m, um processo aberto na Noruega.

Contrato


Em 2005, a Sevan comemorou o seu maior contrato, que faria com que as a��es da pequena empresa ganhassem valor in�dito na Bolsa de Oslo. Com a Petrobras, construiu a plataforma de Piranema, num acordo de onze anos e que valeria � empresa norueguesa US$ 100 mil por dia. Mas parte das comiss�es, segundo as investiga��es, teria ido para uma empresa nas Ilhas Virgens Brit�nicas, a Etesco. A taxa cobrada pelo intermedi�rio brasileiro parecia fora do padr�o internacional, mas a companhia, para conseguir seu primeiro contrato, acabou aceitando, afirmam os investigadores.

Em 2007, Schmidt deixou a Sevan e abriu sua pr�pria empresa. Mas, um ano depois, os noruegueses assinaram mais um contrato e colocaram a nova empresa de Schmidt, a Global Offshore, como agenciadora para contratos da Petrobras em �guas brasileiras. O valor da comiss�o seria de 3% de contratos avaliados em US$ 975 milh�es.

Procurada, a defesa de Schmidt n�o respondeu aos contatos da reportagem. Em Oslo, o executivo Tveteraas tem optado por n�o se pronunciar sobre as acusa��es, mas sua defesa diz que elas n�o t�m fundamento. A empresa n�o respondeu.


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