Bras�lia, 07 - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, classificou de "persegui��o" a decis�o do ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar o pedido da defesa do presidente Michel Temer (MDB) para arquivar as investiga��es que apuram suspeitas de irregularidades em torno do decreto dos Portos. Barroso foi al�m, atendeu ao pedido da Pol�cia Federal e prorrogou a apura��o por mais 60 dias.
"Espero que n�o tenha sido esse (fazer o governo sangrar) o objetivo (do STF), apesar de desconfiar disso. Qualquer pedido de prorroga��o desse inqu�rito deveria vir acompanhado do artigo onde a tal empresa foi beneficiada. Como eu acredito que isso n�o tenha acontecido, at� porque j� li esse decreto, eu entendo que isso � mais um cap�tulo dessa persegui��o disfar�ada de inqu�rito", afirmou em entrevista coletiva no Pal�cio do Planalto.
A defesa do presidente havia solicitado o arquivamento do inqu�rito em janeiro deste ano, um dia depois de Temer responder por escrito �s 50 perguntas formuladas pela Pol�cia Federal na investiga��o que tramita na Corte sobre o decreto dos Portos e apura um poss�vel favorecimento ao Grupo Rodrimar, do setor portu�rio de Santos.
Os advogados do presidente alegam que a Rodrimar n�o foi favorecida, "n�o havendo, por consequ�ncia, il�cito de nenhuma esp�cie". Em sua decis�o, Barroso destacou que a procuradora-geral da Rep�blica (PGR), Raquel Dodge, se posicionou contra o pedido de arquivamento, e concordou com o entendimento da PGR de que � necess�rio aguardar-se a conclus�o das dilig�ncias em andamento "para que se possa formar opini�o sobre a exist�ncia material dos delitos investigados".
Barroso tamb�m negou um pedido formulado pela defesa do ex-assessor do Planalto Jos� Yunes. Yunes queria acesso ilimitado aos autos de todas as a��es cautelares relacionadas ao inqu�rito. Em manifesta��o encaminhada ao STF na semana passada, Raquel Dodge alertou que o acesso integral aos autos neste momento "deve ser evitado para n�o comprometer o desenvolvimento das investiga��es".
(Renan Truffi e T�nia Monteiro)