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Estado de Minas

Temer n�o ser� candidato, mas adia ao m�ximo a hora do an�ncio

Enquanto tenta emplacar a candidatura de Meirelles e praticamente certo de que n�o concorrer� � reelei��o, o presidente deixar� para anunciar a decis�o nas proximidades das conven��es partid�rias


postado em 11/05/2018 08:52

(foto: José Cruz/Agência Brasi)
(foto: Jos� Cruz/Ag�ncia Brasi)

Ensaiando abandonar a candidatura � reelei��o, o presidente Michel Temer quer fazer tudo de maneira discreta, sem perder o poder de barganha. Negocia��es dentro do MDB aumentam a press�o para que Temer passe a vaga para o ex-ministro de Fazenda Henrique Meirelles, que, nem assim, est� garantido na corrida ao Planalto. O presidente nacional da legenda, senador Romero Juc� (RR), defende at� a possibilidade de eles n�o concorrerem. Juc� garante que nenhuma mudan�a extrema ocorrer� antes de as diretrizes de financiamento das elei��es serem definidas internamente.

Aliados dizem que Temer se convenceu de que a rejei��o ser� muito elevada caso ele resolva ir �s urnas. Ainda assim, o presidente n�o pretende jogar a toalha por agora. Vai esperar at� o fim de junho para fazer o an�ncio. At� l�, a ideia � cacifar a legenda e vender o capital pol�tico para outro candidato de centro. O PSDB acompanha atentamente as movimenta��es, e, embora j� tenha demonstrado interesse nesta coaliz�o, n�o dever� ter o apoio sem abrir concess�es.

“Ele est� onde sempre esteve, observando tudo e aguardando a hora certa para agir. O tempo todo, o presidente � o �ltimo que precisa decidir sobre candidatura. Nesse momento, o importante � ter o apoio dos outros partidos, como DEM, PP, PR, PRB, PTB”, explica um interlocutor de Temer. A uni�o das legendas criaria uma esp�cie de for�a-tarefa para fortalecer a prov�vel candidatura de Meirelles.

Bancada


Em entrevista ao Correio, Romero Juc� disse que “abrir m�o da candidatura pr�pria est� na mesa”. O senador garante que a maioria do partido est� unida e aguarda uma posi��o, mas que o MDB pretende aumentar a bancada no Congresso. “Isso � uma prioridade. Nossa meta � eleger de 14 a 15 governadores, 60 deputados federais e 18 senadores”, detalhou. No Distrito Federal, o partido deixou o diret�rio livre para fazer alian�a para a candidatura local e j� sinaliza uma alian�a para apoiar o pr�-candidato Jofran Frejat (PR).

Para assessores pr�ximos, as alega��es de Juc� se confirmam pela mudan�a de comportamento de Michel Temer, que, agora, faz quest�o de levar Meirelles nos eventos. A d�vida que paira sobre o Planalto � como conseguir desvincular Temer da reelei��o sem que ele perca o poder para negociar. Uma das respostas � un�ssona entre os aliados: “Deixar a candidatura guardada em uma gaveta”.

Utilizar a m�quina p�blica para fortalecer o nome de Meirelles sem desvalorizar Temer est� entre os planos das pr�ximas semanas. A ideia � colocar o ex-ministro nos palanques em que o presidente estiver, como em inaugura��es de obras, eventos governamentais e partid�rios. O presidente poder� at� passar para o ex-ministro da Fazenda a incumb�ncia de fazer os discursos.

Entre o que j� foi implementado no projeto para bombar Meirelles est� o uso das redes sociais, algo que o ex-ministro nunca teve interesse em aprender. Uma equipe foi contratada para treinar o economista, que agora faz v�deos em tempo real, grava mensagens motivacionais, repercute as entrevistas que d� e tenta fortalecer o bord�o “Chama o Meirelles” — sugerindo estar � disposi��o para resolver os problemas do pa�s.

Ciente dos problemas internos da candidatura governista, o PSDB � cuidadoso ao colocar seus pares na campanha de Alckmin. O l�der dos tucanos na C�mara, Nilson Leit�o (MT), acredita que “o PSDB n�o quer brigar”, e diz que o caminho para o entendimento partir� dos palanques regionais. “Em Mato Grosso, estamos fechados com o MDB. Mas n�o d� para resolver tudo de uma vez.”

Jogo de DEM e PSDB

Embora o MDB sinalize a possibilidade de uma alian�a com os tucanos, ainda resiste ao embarque oficial no PSDB. Uma das legendas cogitadas para preencher esta lacuna � o DEM, que tamb�m tem disposi��o para negociar e n�o planeja ceder t�o f�cil. O partido est� decidido a emplacar a pr�-candidatura de Rodrigo Maia (RJ), presidente da C�mara dos Deputados, e angariar apoio de outras legendas de centro.

A resist�ncia do DEM se ancora no poder de articula��o de Maia dentro do Congresso. O deputado federal Efraim Filho (PB), vice-l�der do partido na C�mara, acredita que Maia det�m as qualidades necess�rias de di�logo com a esquerda e a direita. Algo que, para ele, credencia o presidenci�vel da legenda acima de outras pr�-candidaturas. “Precisamos de algu�m que dialogue com ambos os lados para unir o pa�s”, ponderou.

O poder de articula��o de Maia � frente da Presid�ncia na C�mara mostra, no entendimento de Efraim, que o presidenci�vel pode estancar a intoler�ncia no pa�s, estimulada pelos extremos da esquerda e da direita. “Temos um conceito e vamos aguardar para ver o desempenho de Rodrigo. Ele tem a linha de capacidade de di�logo, equil�brio e serenidade na tomada de decis�es que o pa�s precisa”, analisou.

As pesquisas eleitorais que apontam Maia com 1% de inten��o de voto n�o ter�o influ�ncia, na avalia��o do DEM. Para Efraim, as an�lises s�o apenas um retrato do momento. “Temos um conceito. Em junho ou julho, teremos alguma decis�o. Quem souber se adaptar levar� vantagem”, destacou.

Alckmin defende restri��o do foro

O pr�-candidato � Presid�ncia pelo PSDB, Geraldo Alckmin, alegou n�o se preocupar com o inqu�rito que o investiga por improbidade administrativa nas rela��es com a Odebrecht. Al�m disso, o tucano defendeu a restri��o do foro privilegiado para crimes relacionados ao mandato de todos os cargos p�blicos. O procurador-geral de Justi�a de S�o Paulo, Gianpaolo Smanio, solicitou � Promotoria do Patrim�nio P�blico e Social o inqu�rito que investiga o ex-governador por suspeita de improbidade administrativa nos casos de suposto pagamento il�cito delatado pela Odebrecht e que envolveriam obras p�blicas nas gest�es do tucano. Smanio requisitou o caso para “avaliar e decidir sobre a atribui��o de atua��o” e ainda n�o enviou o inqu�rito para outra �rea do Minist�rio P�blico.

O papel do PSB

Com a indecis�o nas chapas nacionais, os caciques de S�o Paulo querem negociar o apoio na corrida pelo governo. O PSB, que ficou sem nada com a sa�da do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, busca alian�as. Mesmo se os socialistas embarcarem na pr�-candidatura de Ciro Gomes (PDT), o PSDB, de Geraldo Alckmin, ter� o ex-governador no palanque de M�rcio Fran�a (PSB), governador de S�o Paulo, e de Jo�o Doria (PSDB), ex-prefeito da capital paulista.

O risco � o PSDB perder o apoio dos nanicos, ainda que uma chapa entre os grandes pare�a uma boa ideia. O professor aposentado da Universidade de S�o Paulo (USP) Alcydes Miranda lembrou o discurso de Doria, que, na �ltima quarta, disse que n�o haver� constrangimento caso Alckmin endosse a campanha do advers�rio. “� uma situa��o bem resolvida internamente. O que n�o pode acontecer � uma mudan�a repentina”, explica o cientista pol�tico.

A desist�ncia de Barbosa, no entanto, n�o afetar� o apoio de Alckmin a Fran�a. Tucanos entendem que, mesmo quando o ministro aposentado do Supremo ainda era cogitado como pr�-candidato do PSB, M�rcio Fran�a manteve fidelidade a Alckmin. “N�o ser� agora que vai mudar. At� facilita ainda mais o di�logo dele com o PSB”, ponderou um l�der tucano.

Entre os partidos com pr�-candidatos ao Pal�cio do Planalto, o PDT � o que tem mais contato com o PSB nos estados. Com 11 pr�-candidatos a governador, a legenda n�o ter� alian�a com o PSDB em nenhum estado e deve ser apoiado pelo PT na Para�ba e em Tocantins. J� o PDT pode firmar chapas com o PSB em at� oito estados.


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