S�o Paulo, 12 - Documentos desclassificados do Departamento de Estado dos EUA mostram que as viola��es dos direitos humanos em pa�ses estrangeiros aliados passaram a preocupar a diplomacia americana na primeira metade dos anos 1970, ainda nas gest�es republicanas de Richard Nixon e Gerald Ford.
A quest�o se tornou um problema central nas rela��es exteriores dos EUA ap�s duas modifica��es no "Foreing Assistance Act" (a lei que regula a concess�o de ajuda americana a pa�ses estrangeiros): a "Cranston-Humphrey Amendment" e a "Harkin Amendment". Feitas pelo Congresso dominado pelos democratas, elas proibiam assist�ncia militar e a concess�o de ajuda financeira a governos que desrespeitassem os direitos humanos.
Para liberais, a quest�o garantia um componente moral e �tico � pol�tica externa americana. A press�o deles aumentou ap�s a derrubada do governo de Salvador Allende, no Chile, em 1973. "Por que devemos dar armas a tiranos que submetem os seus povos?", questionava o senador democrata Alan B. Cranston. Para seu colega, o democrata Hubert Humphrey, os EUA n�o podiam ajudar o regime de Augusto Pinochet.
Enquanto isso, para os republicanos, os direitos humanos serviam para condenar a Uni�o Sovi�tica e os comunistas.
Dos 88 documentos de 1969 a 1976 liberados pelo Departamento de Estado sobre o Brasil, seis tratam especificamente sobre direitos humanos no regime militar, todos produzidos depois de 1974. O primeiro foi o memorando do diretor da CIA, William Colby, para o secret�rio de Estado, Henry Kissinger, sobre viola��es de direitos humanos durante o governo de Ernesto Geisel - que, revela que o ex-presidente brasileiro autorizou a execu��o de "subversivos perigosos" .
Os outros cinco est�o relacionados ao "Foreing Assistence Act". O �ltimo � de 1976 e faz uma an�lise sobre como os EUA deviam votar no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre um empr�stimo de US$ 8 milh�es ao Brasil.
(Marcelo Godoy)