S�o Paulo, 13 - O presidente Michel Temer completou ontem seu segundo ano de governo com melhora em setores da economia, mas ainda longe da promessa de plena retomada do crescimento. A gest�o Temer conseguiu se equilibrar nos 24 �ltimos meses. A avalia��o de analistas ouvidos pelo Estado, contudo, � de que a gest�o ser� "burocr�tica" at� o fim do mandato, sem a perspectiva de aprova��o de reformas estruturais como a da Previd�ncia.
Conforme levantamento feito pelo Estado em parceria com a Tend�ncias Consultoria, com base no documento Uma Ponte para o Futuro - redigido pela Funda��o Ulysses Guimar�es com as diretrizes para a nova gest�o - e no primeiro discurso de Temer como presidente, das 15 promessas feitas, metade foi cumprida pelo governo do emedebista. O foco das metas atingidas est� na �rea na �rea econ�mica.
Com rejei��o recorde entre os presidentes desde a redemocratiza��o, Temer conseguiu reduzir infla��o e taxa de juros. O desemprego se mant�m em patamares ainda elevados, apesar de apresentar uma pequena redu��o no �ltimo ano.
Das promessas de reformas estruturais, apenas a trabalhista foi aprovada. As den�ncias de corrup��o deixaram a base de Temer fr�gil para a aprova��o de leis impopulares em um ano eleitoral. Para o cientista pol�tico do Insper Carlos Melo, a gest�o Temer "vai andar de lado". "Ser� uma gest�o burocr�tica, com a equipe econ�mica fazendo o que d� e est� ao alcance."
As acusa��es envolvendo n�o apenas o presidente como seus aliados mais pr�ximos teriam sido decisivas, segundo Melo. Temer anunciou um Minist�rio de "not�veis". Nestes dois anos, por�m, a Opera��o Lava Jato atingiu o "n�cleo duro" do governo e ex-ministros foram presos. A C�mara barrou a autoriza��o para o julgamento de duas acusa��es formais contra o presidente.
Claudio Couto, professor de Gest�o e Pol�ticas P�blicas da FGV-SP, acredita que o governo n�o deve conseguir aprovar mais nada at� o fim do ano. "As dificuldades t�m a ver com a pr�pria fraqueza do governo, s�o mais consequ�ncia que causa. As den�ncias tornaram Temer um l�der t�xico do qual ningu�m quer se aproximar."
J� o professor de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia Ricardo Wahrendorff Caldas v� com menor impacto as den�ncias contra Temer, as quais avaliou como "mal formuladas, de forma corrida" e que n�o teriam afetado tanto sua imagem.
O governo, segundo Caldas, cumpriu promessas de controle da infla��o, aprova��o da lei da terceiriza��o e a reforma trabalhista. "As d�vidas foram a n�o aprova��o da reforma da Previd�ncia e o combate ao desemprego. Achavam que postos de trabalho seriam criados naturalmente e n�o foi bem assim."
A assessoria de imprensa do Planalto afirmou que a atual gest�o persistir� na aprova��o de projetos essenciais para o Pa�s, como o Cadastro Positivo aprovado na semana passada .
Temer disse ao Estado que est� "disposto a fazer um acordo" com o presidente eleito para tentar aprovar a reforma da Previd�ncia ainda neste ano. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Ana Neira, Marianna Holanda, Paulo Beraldo, Wagner da Silva e Daniel Gelbaum)