Bras�lia, 15 - Dos 55 deputados federais alvo de inqu�ritos e a��es penais na Opera��o Lava Jato, 50 (o equivalente a 91% do total) v�o disputar as elei��es deste ano, de acordo com levantamento feito pelo jornal
O Estado de S. Paulo
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A maior parte dos parlamentares (42) disse que disputar� a reelei��o; quatro pretendem concorrer a uma vaga no Senado; dois a governos estaduais; um ao Legislativo estadual e um � Presid�ncia da Rep�blica. Tr�s deputados n�o responderam ou est�o indecisos, enquanto apenas dois disseram que n�o v�o ser candidatos.
Se eleitos para o Congresso, eles mant�m foro privilegiado para serem investigados e julgados em casos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Com o novo entendimento firmado pelo STF, no entanto, o foro para parlamentares federais s� vale para crimes praticados no mandato e em fun��o do exerc�cio do cargo. Crimes comuns ocorridos antes de assumirem seus cargos ou sem liga��o com os mandatos podem ser julgados por tribunais de primeira inst�ncia.
Nesta ter�a-feira, 15, o STF julgar� o primeiro pol�tico com foro na Corte no �mbito da Lava Jato, quase dois anos ap�s aceitar a den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica. Ser� o caso do deputado Nelson Meurer (PP-PR), r�u por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Ele � um dos que responderam que n�o pretendem concorrer neste ano.
'Seguran�a'
Para o doutor em Ci�ncia Pol�tica pela Universidade de Bras�lia (UnB) Leonardo Barreto, a mudan�a no entendimento do STF a respeito do foro traz mais celeridade no julgamento de crimes de corrup��o. Ele citou o mensal�o, que levou cinco anos para come�ar a ser julgado. "Antes dessa decis�o do STF, o foro era entendido como uma coisa boa para todo mundo. O Supremo n�o tinha capacidade para julgar, isso dava uma sensa��o de seguran�a (aos investigados) muito boa", afirmou Barreto.
Desde a mudan�a de entendimento do STF, no in�cio deste m�s, ao menos 68 casos envolvendo deputados e senadores j� foram enviados pela Corte para outras inst�ncias da Justi�a.
O l�der do PSDB na C�mara, Nilson Leit�o (MT), criticou o que chamou de "ind�stria das den�ncias" e disse que a sigla n�o antecipa condena��es sobre parlamentares investigados do partido. "Independentemente da Lava Jato, cada caso � um caso. O PSDB, com casos gritantes, sem sombra de d�vidas, tomar� atitudes."
Questionado sobre pr�-candidatos petistas investigados na opera��o, o l�der do partido na C�mara, deputado Paulo Pimenta (RS), afirmou que "s� em um Estado policial, investigado � tratado como culpado". Para ele, a Lava Jato � "uma manipula��o conduzida de forma seletiva em esquemas suspeitos de toda ordem".
Partidos
Dos 50 deputados que pretendem disputar algum cargo neste ano, 12 s�o filiados ao PP e outros 12 ao PT. Na sequ�ncia, aparecem seis do PSDB e quatro do DEM.
Com planos de concorrer � sucess�o no Planalto, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM- RJ), � alvo de tr�s inqu�ritos no Supremo sobre supostos repasses de empreiteiras ao parlamentar. Os casos foram abertos com base em depoimentos de colaboradores das empreiteiras Odebrecht e OAS.
Por meio de sua assessoria, Maia afirmou "que tem prestado todos os esclarecimentos necess�rios" e reiterou "que confia na Justi�a". Em entrevista ao
Estado
publicada no domingo, 13, questionado sobre a Lava Jato, o presidente da C�mara disse que � preciso "discutir n�o apenas a puni��o, mas tamb�m as condi��es para ter um Estado no qual os sistemas de controle sejam mais r�gidos". As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Neila Almeida e Paulo Oliveira, especiais para a AE)