Planalto d� aval e Meirelles acelera pr�-campanha

Bras�lia, 19 - O governo resolveu vestir a roupa de candidato no ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB). Com aval do presidente Michel Temer, que desistiu de tentar novo mandato, Meirelles vai acelerar a pr�-campanha ao Pal�cio do Planalto a partir da pr�xima semana. A estrat�gia est� sendo montada na tentativa de tirar o foco negativo de Temer, p�r o MDB na disputa com um nome n�o citado na Lava Jato e testar o potencial de crescimento do ex-comandante da economia.

O primeiro passo dessa articula��o ocorrer� na ter�a-feira, quando o partido lan�ar� um documento batizado de �Encontro com o Futuro�, vers�o preliminar do programa de governo.

Impopular, Temer deve anunciar ali a desist�ncia do projeto de reelei��o, ungindo Meirelles. A candidatura, por�m, ainda ter� de passar pelo crivo da conven��o do MDB, em julho.

A reportagem apurou que o lan�amento da cartilha foi antecipado justamente para a legenda iniciar sua ofensiva pol�tica. �O presidente Temer deve oficializar o mais r�pido poss�vel a sua n�o candidatura, sob pena de inviabilizar uma candidatura do partido�, disse a l�der do MDB no Senado, Simone Tebet (MS). �Estamos preocupados em manter o tamanho das bancadas na C�mara e no Senado.�

A convite de Simone, Meirelles se reuniu com senadores do MDB na quarta-feira. Mostrou dados de pesquisas indicando que, embora ainda conte com menos de 1% das inten��es de voto, tem chances de empinar sua campanha em um cen�rio no qual a centro-direita est� rachada. Al�m disso, afiou o discurso contra seus poss�veis advers�rios, como Jair Bolsonaro (PSL), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). �Ningu�m quer retrocesso e h� ceticismo em rela��o a mudan�as radicais�, disse Meirelles.

Dificuldades.

O movimento do Planalto e da c�pula do MDB ocorre no momento em que Temer e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) come�am a se estranhar. O presidente ficou irritado com rumores de que estaria aflito, atr�s do apoio dos tucanos. �Eles � que me procuraram�, reagiu.

Preocupado com o baixo desempenho de Alckmin nas pesquisas, o PSDB decidiu lan�ar um manifesto suprapartid�rio, pregando a uni�o das candidaturas de centro. Assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique, o documento - redigido pelo secret�rio-geral do partido, Marcus Pestana (MG), e pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF) - defender� a uni�o desse bloco para evitar o avan�o do �radicalismo� na campanha. �Somos o bloco dos desextremados�, brincou Cristovam.

Temer, por sua vez, pediu para o senador Jo�o Henrique Souza (MDB-PI) ciceronear Meirelles na maratona de conversas com os correligion�rios e procurar conter diverg�ncias. Hoje o ex-ministro ir� ao encontro estadual do MDB em Campo Grande; na segunda-feira estar� em Belo Horizonte e no in�cio de junho visitar� Salvador. A reuni�o de Meirelles com a bancada na C�mara, em Bras�lia, ficou marcada para o dia 29.

Pelo menos nove diret�rios do MDB, no entanto, preferem que a sigla n�o apresente chapa pr�pria e libere suas se��es para acordos nos Estados. Nessa lista est�o Alagoas, Cear� e Paran�. �H� grande divis�o e muitas conversas nos bastidores, fora do radar do governo�, comentou o senador Renan Calheiros (AL), que quer subir no palanque do PT em Alagoas. �Ir com Meirelles seria suic�dio pol�tico.�

Na mesma linha, o senador Roberto Requi�o (PR) disse que, se o ex-ministro chegar � conven��o nacional, bater� chapa com ele. �N�o vamos permitir esse insulto � consci�ncia emedebista�, provocou.

Na pr�tica, a decis�o de transformar Meirelles em candidato tem objetivos bem pragm�ticos. Ele diz ter condi��es de financiar a pr�pria campanha, discurso que agrada �s bancadas, de olho no Fundo Partid�rio. N�o � s�: o MDB precisa de um nome para chamar de seu em uma quadra na qual disputa com DEM e PSDB o apoio de aliados e quer liderar as negocia��es.

Animado, Meirelles contratou o marqueteiro Chico Mendez para fazer a pr�-campanha e investir nas redes sociais. Foi criado o bord�o �Chama o Meirelles�, para mostrar que s� ele seria capaz de �apagar inc�ndios� no Pa�s. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo

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(Vera Rosa)