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Estado de Minas ENTREVISTA

"� preciso pensar em reduzir impostos", diz Marcio Lacerda

Pr�-candidato ao governo e cotado para ser vice de Ciro, ex-prefeito defende pacto por Minas


postado em 28/05/2018 06:00 / atualizado em 28/05/2018 14:51

(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)

Pr�-candidato ao governo de Minas, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda afirma que o estado perdeu muita competitividade na atra��o de empresas nos �ltimos anos e, como um dos fatores que causaram isso, aponta o aumento da cobran�a de ICMS, que levou a desvantagem na guerra fiscal.

Em entrevista ao Estado de Minas, o empres�rio defendeu a redu��o de imposto como forma de melhorar a economia e gerar mais empregos. Tamb�m disse que pretende recorrer a financiamentos com o governo federal e estudar uma forma de transformar as estatais mineiras em geradoras de investimentos.

Lacerda reconheceu a import�ncia do senador A�cio Neves (PSDB) e do governador Fernando Pimentel (PT) em suas campanhas anteriores, mas disse que quer se firmar como uma terceira via aos dois partidos. O ex-prefeito, por�m, afirmou que a possibilidade de largar a campanha no estado para ser candidato a vice-presidente com o presidenci�vel Ciro Gomes (PDT) � real e ser� definida nos pr�ximos 30 dias.

O sr. vai ser candidato a vice na chapa do pr�-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT)?


A resposta n�o pode ser minha nem aqui nem depois, tem que ser uma decis�o coletiva de partidos e grupos de apoio. H� uma inten��o forte dos dois partidos, PDT e PSB, de se juntarem para a elei��o presidencial e, da parte do PSB, houve a indica��o do meu nome como proposta de estar na chapa como candidato a vice. � concreto, � verdadeiro, mas os partidos n�o bateram o martelo ainda. Em termos de alian�a tem muitos arranjos regionais para serem negociados. Penso que mais ou menos em 20 ou 30 dias isso vai se definir.

O sr. andou por v�rios munic�pios, conseguiu apoios. Como explicar aos eleitores se l� na frente desistir do governo para ser vice?

"Houve a indica��o do meu nome como candidato a vice. � concreto, � verdadeiro, mas os partidos n�o bateram o martelo ainda. Em termos de alian�a t�m muitos arranjos regionais para serem negociados. Penso que mais ou menos em 20 ou 30 dias isso vai se definir"


N�o posso consultar as milhares de pessoas que me seguem e se mobilizam em redes sociais querendo me apoiar como candidato ao governo, mas digamos que quem represente o pensamento dessa probabilidade de terceira via vitoriosa eu preciso consultar. N�o posso simplesmente dizer n�o sou mais pr�-candidato a governador, estou em outro caminho. N�o pode ser uma decis�o solit�ria, preciso ouvir o grupo. A prioridade firme hoje vi�vel e sem vacila��o � a candidatura ao governo.

(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
Quais os principais problemas de Minas hoje e como resolver?

Temos um problema estrutural que vem de v�rios governos, que � o baixo dinamismo da economia mineira e a perda de competitividade em rela��o � economia nacional. Enquanto outros estados reduziram impostos, aqui aumentamos e, principalmente nos �ltimos anos, temos um governo n�o eficiente no relacionamento com investidores. Hoje estamos em 6º lugar em competitividade. H� uma deteriora��o nas finan�as p�blicas e na capacidade gerencial do estado. � uma situa��o dram�tica. Minas Gerais n�o � mais exemplo para o Brasil e o mundo como j� foi no passado. Quando voc� v� um estado como Mato Grosso do Sul mais atrativo para investimento que Minas h� algo profundamente errado. Penso que o governador eleito deveria em outubro, logo depois da elei��o, chamar os deputados federais e senadores e fazer um pacto de uma negocia��o conjunta com o governo federal.

Como avalia o governo Pimentel?

O governo Pimentel assumiu com um d�ficit de caixa e at� denunciou isso, mas n�o fez o ajuste que precisava. Ele aumentou despesas, ampliou o n�mero de secretarias, aparelhou politicamente a estrutura do estado e n�o o organizou de uma forma eficiente. O estado hoje n�o � uma m�quina eficiente, troca-se as pessoas com muita facilidade, ele pulverizou e loteou a estrutura que havia de atra��o dos investimentos. Hoje o empresariado n�o v� o estado como uma m�quina organizada no sentido de atrair, reter investimentos.

Se eleito, assumir� um estado com d�ficit, escalonando sal�rios e retendo recursos de prefeituras. H� uma solu��o a curto prazo?


� uma situa��o muito grave que n�o tem como ser solucionada no custo prazo. A soma dos gastos com pessoal e o custeio da m�quina � maior do que a receita. � preciso remodelar o estado, enxugar ao m�ximo poss�vel n�mero de secretarias e cargos de confian�a, tornar os recursos existentes mais eficientes, dar muito mais transpar�ncia, mostrando a realidade desses n�meros. N�o se pode pensar em melhorar a receita simplesmente aumentando impostos, j� se fez isso. Houve um aumento excessivo de al�quotas de ICMS em Minas, isso n�o pode continuar. � preciso at� pensar em uma redu��o gradativa de impostos para gerar mais economia, mais din�mica e mais empregos. E � preciso que a estrutura remanescente seja mais eficiente com o pouco dinheiro que tem, prestando servi�o de mais qualidade. � preciso uma negocia��o com o governo federal para tomar novos financiamentos, que dever�o ser dirigidos prioritariamente a investimentos e n�o para custeio e, nesta mesma negocia��o, conseguir posterga��o longa do prazo de pagamento de dividas para dar algum al�vio no or�amento.

� poss�vel definir um prazo resolver essas quest�es?


"Penso que o governo eleito deveria em outubro, logo depois da elei��o, chamar os deputados federais e senadores e fazer um pacto de uma negocia��o conjunta com o governo federal"


� imposs�vel definir um prazo pra isso. O ideal � que as estatais, como Codemig, Cemig e Copasa, fossem agentes mais eficientes para gerar novos investimentos. Voc� pode criar uma holding, uma empresa m�e, e o estado manteria o controle com maioria nela. Poderia ter uma dilui��o maior da propriedade do estado e transformar, por exemplo, a Codemig em uma empresa de investimento em novas atividades em parceria com o setor privado. H� f�rmulas de engenharia societ�ria e financeira, n�o necessariamente a venda do controle, que poderiam ser negociadas com o governo federal. Essa holding poderia ser garantidora parcerias p�blico-privadas, tal como fizemos na PBH.

Em 2016 o sr. acabou isolado e a candidatura que apoiou n�o chegou nem ao segundo turno. O que est� fazendo para isso n�o se repetir nessa campanha?

S�o situa��es completamente diferentes. Eu n�o era o candidato. Mesmo com a derrota do nosso candidato (D�lio Malheiros) terminei a gest�o bem avaliada e continuo at� hoje. T�nhamos 11 candidatos, o nosso candidato inicialmente previsto n�o p�de ser confirmado porque surgiu um problema que tornaria a candidatura dele fr�gil, mas foi um ano em que a popula��o queria mudan�a em todo o Brasil. Em todo o Sudeste e Centro-Oeste, exceto no Esp�rito Santo, nenhum prefeito se reelegeu ou conseguiu fazer o sucessor. Ent�o, 2016 n�o � um bom exemplo para se comparar.

E esse quadro mudou? A popula��o n�o continua querendo mudan�a?


Este ano � um pouco diferente. Na disputa para o Executivo, a popula��o quer uma pessoa de ficha limpa com boa experi�ncia de administra��o e me encaixo nessa descri��o. Tanto que as pesquisas mostram. Quem me conhece bem, 40% pretende votar em mim e a rejei��o � baixa. Aqui na regi�o metropolitana, a m�dia � acima de 30% porque sou mais conhecido. Tem regi�es onde sou pouco conhecido que a inten��o � 7% ou 5%. Ent�o � a quest�o do conhecimento.

O PDT e Pros fecharam apoio. O sr. tem conversado tamb�m com MDB, PCdoB, SD e outros. Quais partidos espera que estejam em sua alian�a?


� um pouco dif�cil prever isso. N�o � necess�rio ter um n�mero grande de partidos. � necess�rio ter um tempo m�nimo de televis�o e uma estrutura m�nima capilarizada em todo o estado em termos de pessoas experientes no processo eleitoral para nos ajudar na divulga��o do nome e na busca do voto.

O ex-governador Anatasia disse em entrevista ao EM que o sr. se afastou do PSDB em 2016, mas nada impede um retorno. � isso mesmo?

Tenho excelentes relacionamentos com a imensa maioria do PSDB. Antes de Anastasia se colocar como candidato, a quase totalidade dos prefeitos, inclusive das grandes cidades, tinha publicamente manifestado apoio. Alguns permanecem nos apoiando. Eles participaram das nossas duas elei��es. Na elei��o de 2010 trabalhei pelo Anastasia, em 2014 apoiei Pimenta da Veiga, apesar de ter me manifestado contra a viabilidade dele. N�o participei da elei��o presidencial porque fiz pessoalmente um acordo com Dilma, A�cio e Eduardo Campos de que n�o pediria voto para nenhum dos tr�s. Em 2016 t�nhamos a inten��o de ter um candidato com um perfil que acredit�vamos que seria interessante para continuidade do nosso trabalho e n�o foi poss�vel o acordo com o PSDB, mas no segundo turno o partido ficou neutro. Havia uma posi��o de apoiar Jo�o Leite, mas ele pr�prio se manifestou publicamente de que n�o queria, ent�o o partido liberou seus militantes e a maioria apoiou Kalil. Ent�o n�o houve esse afastamento, houve uma negocia��o para apoiar no segundo turno, mas o candidato n�o queria.

O sr. quer se firmar como terceira via mas teve apoio do A�cio e Pimentel. Como explicar isso ao eleitor?

Tive apoio dos dois como um t�cnico que n�o tinha carreira pol�tica, era considerado um bom gestor. Toda minha gest�o foi voltada para resultado. N�o fui candidato a governador em 2014 por v�rias raz�es e uma delas foi porque n�o queria ir contra a movimenta��o desses dois, que foram importantes na minha elei��o. Neste momento os dois partidos est�o muito desgastados. O PSDB representa a volta ao passado, que teve um per�odo bom, mas deixou tamb�m problemas. E o PT lidera um governo que est� muito mal avaliado. Ent�o, quero me apresentar como terceira via. Digo que sou um novo com experi�ncia de gest�o e que apresentou resultados. O relacionamento pessoal continua, n�o somos inimigos e respeito a carreira dos dois. O PT rompeu comigo na elei��o de 2012 e o PSDB rompeu comigo na elei��o de 2016. O PSDB rejeitou hip�tese de me apoiar para governador agora, tive reuni�es no fim de 2017 e o que foi dito para mim foi ‘voc� n�o gosta de pol�ticos e os pol�ticos n�o gostam de voc�.’

O sr. chegou a dizer que tinha um pacto com Dinis Pinheiro para estarem juntos. Esse pacto acabou com a entrada de Anastasia na campanha?

Da minha parte n�o. Nosso pacto era que quem estivesse melhor nas pesquisas encabe�aria a chapa. Ele reconheceu h� tr�s meses que eu tinha mais viabilidade e pretendia se candidatar ao Senado. Ele publicamente n�o se afastou ainda e temos feito reuni�es, n�o houve um afastamento. Ainda espero que possamos estar juntos.

O senhor acha que seu principal advers�rio est� no campo Pimentel/Anastasia ou em uma alternativa, como o Rodrigo Pacheco?

Todos os analistas com experi�ncia pol�tica que rodam todo o estado dizem que sou um candidato muito forte para estar no segundo turno. Contra quem eu n�o posso prever.

Para vice e Senado j� tem algum nome indicado?


Isso, vamos construir com os partidos que estejam conosco.


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