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Estado de Minas

O general de Tasso contra a alian�a de Ciro


postado em 04/06/2018 08:06

Fortaleza, 04 - O general quatro estrelas Guilherme Cals Theophilo de Oliveira passou para a reserva no �ltimo 31 de mar�o, depois de 45 anos no Ex�rcito. Seu �ltimo posto foi o Comando de Log�stica, com or�amento de R$ 3 bilh�es para compras de suprimentos no Brasil e no exterior. "De sapatos a foguetes de �ltima gera��o", como ele pr�prio diz. Saiu com 63 anos, a vida organizada, um bom casamento, tr�s filhos, uma neta de dois anos, Alice, e, por �ltimo mas n�o menos importante, uma moto Harley Davidson de 1.800 cilindradas, comprada h� um ano por R$ 80 mil. Tinha tudo para aproveitar a vida, como se diz, mas virou pol�tico: � o candidato do PSDB (e do PROS) ao governo do Cear�.

O bunker do general tem sido, desde 21 de abril, o 12.� andar da torre empresarial do shopping Iguatemi, em Fortaleza (CE), ao lado do Parque Estadual do Coc�, o quarto maior da Am�rica Latina. � a sede do poderoso grupo empresarial do senador tucano Tasso Jereissati, tr�s vezes governador do Estado, e agora respons�vel pela escolha do quatro estrelas para tentar derrotar o at� aqui franco favorito � reelei��o, o governador Camilo Santana, do PT - apoiado pela "oligarquia Ferreira Gomes" (Cid e Ciro), como a chama o general, e por uma coliga��o de mais 20 partidos.

O primeiro a oferecer uma candidatura pol�tica para o chefe militar foi o prefeito tucano de Manaus, Arthur Virgilio. Convidou-o para disputar a C�mara Federal nos tempos em que era Comandante Militar da Amaz�nia, entre 2014 e 2016. N�o rolou. Mas em mar�o, quando passou para a reserva, Virg�lio acionou Tasso Jereissati. Algumas conversas depois, o general cearense era candidato a governador.

"O meu PSDB � o do senador Tasso Jereissati, um homem honesto, de transpar�ncia, de integridade, de responsabilidade, com exemplos consolidados de gestor p�blico", esclarece o av� de Alice na mesa de m�rmore oval com vista espraiada para a vegeta��o exuberante do Coc�. "Quem mais apostaria na novidade de um general sem experi�ncia nessa classe pol�tica?"

O piloto da Harley contou ao jornal

O Estado de S. Paulo

algumas frases que disse ao senador Jereissati: "N�o vou fazer conchavo pol�tico com ningu�m"; "n�o aceito press�o, se eleito for"; "os cargos ser�o preenchidos pela meritocracia".

S�o ideias que tem divulgado em entrevistas frequentes, principalmente para as r�dios do interior cearense (184 munic�pios), em que tamb�m se declara "totalmente contra" a interven��o militar na �rea de seguran�a em curso no Rio de Janeiro. "Foi uma decis�o pol�tica, para impedir que se votasse a reforma da Previd�ncia", diz.

De 0 a 10, sua nota para o presidente Michel Temer � 5. O general trabalha, tamb�m, com Marcos Holanda, ex-presidente do Banco do Nordeste, na elabora��o do programa de governo. "N�o sou pol�tico, estou pol�tico", diz, definindo-se como "de centro". "Eu sou estrategista, eu n�o sou politiqueiro".

Seu advers�rio � o governador do Estado. "O Camilo perdeu a autoridade, falta gest�o", diz, com cr�ticas gen�ricas e pontuais a todas as �reas do governo. "Essa coliga��o maluca de 21 partidos, e a pol�tica do '� dando que se recebe', n�o v�o chegar a um resultado bom", afirma. Na elei��o presidencial, o general admira o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), como colega, mas vai de Geraldo Alckmin (PSDB), n�o sabendo explicar porque a candidatura n�o deslanchou. "Ainda n�o estudei isso a fundo", disse o neo-tucano.

Nascido em Fortaleza, onde a fam�lia tem ra�zes hist�ricas - os Cals e os Theophilo - o general � filho do general de brigada Manuel Theophilo Gaspar de Oliveira Neto, j� falecido, ativo participante do golpe militar de 64. "Foi preso tr�s vezes", lembra o filho, ele pr�prio um entusiasta do que chama de "contrarrevolu��o democr�tica de 64", que apoiou at� o final do governo do conterr�neo Castelo Branco. "O erro do Ex�rcito foi permanecer no poder", disse, declarando-se contra a tortura e outras pr�ticas de exce��o. F� declarado de Castelo, lembrou-se de uma frase que atribuiu a ele: "O militar n�o pode ter medo de ideias novas".

C�sar Cals, ministro no governo Jo�o Figueiredo e governador do Cear�, j� falecido, � tio do agora candidato.

Curr�culo

Seu curr�culo militar inclui - al�m dos comandos e de 300 saltos de paraquedas - curso de antiguerrilha na Col�mbia, com opera��es reais; atua��o pela ONU nas conversa��es de paz da Nicar�gua ("cercaram o meu carro, come�aram a balan�ar"); curso em Genebra, Su��a, pelo �rg�o da ONU para desarmamento e pesquisa, em 1996; viagens ao Haiti como comandante de Log�stica, entre elas a do ano passado, respons�vel pelo repatriamento de todo o material.

Como comandante militar da Amaz�nia, implantou o megaprojeto Amaz�nia Conectada - a distribui��o de 7.800 quil�metros de cabos subfluviais de fibras �ticas, ao longo das calhas dos rios Negro, Solim�es, Madeira, Purus e Juru�, atingindo 52 munic�pios. Coordenou, tamb�m, a cria��o do Pr�-Amaz�nia, um projeto de apoio aos institutos de pesquisa interessados na regi�o.

"De Manaus para a frente, a infraestrutura � toda por conta do Ex�rcito", explicou o agora pol�tico com a saudade na cara. O Pr�-Amaz�nia alarmou o senador petista Lindberg Farias, que n�o gostou da presen�a de pesquisadores americanos. O general foi dar explica��es no Senado. "O mundo � globalizado", disse.

O general nada, corre no parque Coc�, cavalga a Harley, diverte-se com Alice, mant�m o porte atl�tico em 1,71 de altura em 76 quilos. V�-se de cara que 45 anos de disciplina militar definem uma personalidade - e que n�o est� sendo muito f�cil adaptar-se ao "estar pol�tico". Mas ele tem se esfor�ado. "Eu entrei para acabar com essa mesmice que h� anos n�s estamos vendo no Estado", afirma. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Luiz Maklouf Carvalho, enviado especial)


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