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Estado de Minas

Ind�stria prev� perda maior em Minas com a greve dos caminhoneiros

Levantamento da Fiemg mostra que manifesta��o dos caminhoneiros reduz previs�o do PIB mineiro de 2,6% para 1,2%, enquanto no pa�s impacto � estimado em 0,5 ponto percentual


postado em 05/06/2018 06:00 / atualizado em 05/06/2018 07:45

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe,s e o economista Guilherme Leão apresentaram os números negativos do protesto para o estado(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
O presidente da Fiemg, Fl�vio Roscoe,s e o economista Guilherme Le�o apresentaram os n�meros negativos do protesto para o estado (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

Os 10 dias de paralisa��o dos caminhoneiros tiveram um impacto ainda maior em Minas Gerais quando comparado com o restante do pa�s. A avalia��o � da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), que apresentou ontem a revis�o nas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e da produ��o industrial – j� computando o impacto da crise. Enquanto a queda no PIB nacional com a greve que tomou as estradas brasileiras foi estimado em 0,5 ponto percentual, em Minas a queda no PIB foi projetada em 1,4 ponto percentual. Al�m dos preju�zos na produ��o, as incertezas sobre o futuro pol�tico e econ�mico adiaram investimentos do setor privado no estado, aponta a entidade.

A previs�o de crescimento da economia mineira que era de 2,6% para 2018 passou para 1,2% – a redu��o foi de mais da metade do crescimento previsto para o PIB no estado. O impacto foi ainda mais assustador na produ��o industrial f�sica, que tinha proje��o de crescer 3,3% at� o fim do ano e agora as estimativas j� apontam para uma retra��o de -1,5%.

"A queda para o PIB de Minas foi ainda maior do que a queda nacional. Tivemos a perda de produ��o em v�rios segmentos, perda de faturamento e perda de arrecada��o de impostos"


“A queda para o PIB de Minas foi ainda maior do que a queda nacional. Tivemos a perda de produ��o em v�rios segmentos, perda de faturamento e perda de arrecada��o de impostos”, explica o presidente da Fiemg, Fl�vio Roscoe. Segundo ele, a economia mineira conta com uma participa��o muito grande das ind�strias aliment�cia, de ve�culos automotores e da metalurgia, que foram muito impactadas com os 10 dias de greve. “Nossos setores eram mais sens�veis e, por sermos mais industrializados do que outros estados nessas �reas, o impacto foi devastador em Minas”, diz Roscoe.

A depend�ncia quase exclusiva das estradas para escoar a produ��o mineira foi outro fator que aumentou os preju�zos em Minas. O estado � o que tem maior malha vi�ria no pa�s e, de acordo com a Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP), o bloqueio em torno da refinaria Gabriel Passos, em Betim, foi considerado um dos pontos mais complicados durante a paralisa��o. As estimativas da Fiemg apontam que apenas no setor industrial as perdas durante a greve  foram de R$ 2,47 bilh�es em Minas.

Fuga de investimentos


Al�m do impacto com a greve dos caminhoneiros, as proje��es para o PIB mineiro em 2018 sofreram tamb�m com a mudan�a de planos de investimentos de grandes mineradoras. Gastos esperados por grandes empresas como a Vale, Samarco e Anglo American n�o sair�o do papel at� o fim do ano. Segundo o superintendente de Ambiente de Neg�cios da Fiemg, Guilherme Velloso Le�o, a ind�stria extrativista mineral tem deixado projetos em Minas, voltando-se para a explora��o em outras �reas. “A ind�stria extrativa tem reduzido o desempenho e tamb�m influenciou na revis�o do PIB mineiro. O estado tem sido afetado pelo deslocamento da produ��o de Minas para o Par�”, explica.

O cen�rio otimista da ind�stria mineira para 2018 sofreu a primeira revis�o e a queda da expectativa na produ��o foi de quase 5 pontos percentuais. “Em fun��o da grande oscila��o nos indicadores, da greve dos caminhoneiros, a �rea econ�mica refez as proje��es para a ind�stria mineira. Infelizmente j� observamos que a ind�stria ter� n�meros negativos caso o quadro n�o seja revertido. Sa�mos de uma proje��o de crescimento de 3,3% para uma queda de 1,5%. Sem a ind�stria, o PIB do estado ser� afetado”, analisa Le�o.

O levantamento da Fiemg aponta com problemas no setor mineral o adiamento da retomada das atividades da Samarco – empresa respons�vel pelo maior desastre ambiental da hist�ria de Minas, em Mariana, no fim de 2015 –, pela interrup��o das atividades da Anglo American e pela estrat�gia da Vale em redirecionar atividades de extra��o mineral para projetos no Par�. “O setor mineral tamb�m tem um peso nessa redu��o do PIB. As quest�es ambientais no Par� s�o mais simples e o min�rio � mais rico. Ent�o a Vale fez a op��o por exportar o min�rio de l� no lugar de exportar o min�rio daqui. Nosso modelo de explora��o no setor fica em xeque, uma vez que outros estados tem mais vantagens e acabamos perdendo arrecada��o importante”, afirma Fl�vio Roscoe.

Empres�rio defede o fim da estabilidade


Em meio �s p�ssimas not�cias no balan�o p�s-paralisa��es dos caminhoneiros, o presidente da Fiemg, Fl�vio Roscoe, ressaltou ontem que alguns debates precisam ser feitos pelas institui��es do pa�s e pela classe pol�tica para evitar novas crises. Para Fl�vio Roscoe � imposs�vel continuar adiando mudan�as que precisam ser feitas na administra��o p�blica no pa�s. A redu��o da m�quina p�blica e o aumento da produtividade nos �rg�os estatais foram apontadas como quest�es fundamentais para o futuro do pa�s. O empres�rio afirmou que vai levar a proposta de acabar com a estabilidade no servi�o p�blico para pol�ticos candidatos na elei��o de outubro e espera que o tema ganhe espa�o na campanha.

“O estado n�o gera emprego e renda, pelo contr�rio, ele consome dinheiro e renda. Quando o estado � pouco produtivo, ele mina a capacidade da economia. N�s precisamos discutir a produtividade do setor p�blico. Qual a produtividade de uma pessoa que tem estabilidade garantida no emprego? Com essa estabilidade quem produz ou quem n�o produz ganha a mesma coisa. E ningu�m cobra quem n�o produz. A estabilidade no emprego tinha que estar no centro das discuss�es no Brasil. N�o vamos ter produtividade enquanto tiver essa estabilidade”, afirma Roscoe.

Segundo o presidente da Fiemg, o apoio da popula��o � greve dos caminhoneiros tem muito a ver com a insatisfa��o com o retorno dos servi�os p�blicos para a sociedade. Uma vez que os impostos n�o se revertem em bons servi�os prestados ao p�blico – como boa educa��o, sa�de e seguran�a –, aumenta a insatisfa��o com o alto pre�o dos produtos por causa dos impostos.

“Se o estado se apropria de 48% do que n�s produzimos e � ineficiente no retorno com os servi�os b�sicos, ele puxa a economia para baixo. Isso tem que estar no cerne de debate. A ades�o � greve das pessoas foi um grito de revolta, uma insatisfa��o contra o sistema. Mas enquanto os movimentos foram de um grupo contra o outro, o governo vai tirar a conta de um grupo (nesta caso os caminhoneiros) e repassar para outro (no caso o resto da sociedade). E a sociedade ficou com uma conta maior”, avalia Roscoe.

 


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