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Estado de Minas

Benjamin Steinbruch se prepara para virar pol�tico

O empres�rio cogita ser vice, na chapa de Ciro Gomes � Presid�ncia da rep�blica. Tem planos tamb�m de ocupar vaga em um minist�rio ligado � pol�tica industrial


postado em 08/06/2018 07:24 / atualizado em 08/06/2018 07:51

Benjamin Steinbruch (foto: Wellington Pedro/Imprensa MG 28/10/09)
Benjamin Steinbruch (foto: Wellington Pedro/Imprensa MG 28/10/09)

S�o Paulo - Cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PDT), o empres�rio Benjamin Steinbruch, presidente da Companhia Sider�rgica Nacional (CSN), foi mordido pela "mosca azul" e est� se articulando para assumir um cargo p�blico. Se n�o dividir a chapa com Ciro, Steinbruch disse a interlocutores que est� preparado para ser ministro e criar uma agenda pol�tica industrial. Ele n�o descarta, at� mesmo, ser suplente de senador.

Nesta semana, o empres�rio mandou uma carta para a Federa��o da Ind�stria do Estado de S�o Paulo (Fiesp) se desvinculando do cargo de vice-presidente da entidade. Steinbruch j� n�o aparecia na Fiesp desde o in�cio do ano - suas rela��es com Paulo Skaf, tamb�m afastado do comando da entidade para concorrer ao governo de S�o Paulo pelo MDB, azedaram quando Steinbruch se filiou ao PP. Fontes pr�ximas a eles disseram que Skaf foi pego de surpresa e n�o gostou da postura do empres�rio.

Steinbruch � pr�ximo a Ciro Nogueira, presidente do PP, e amigo do ex-ministro. Ciro Gomes e seu irm�o Cid t�m rela��o de longa data com a fam�lia Steinbruch, que fundou, nos anos 1960, o grupo Vicunha, uma das maiores companhias t�xteis do Pa�s. O empres�rio foi s�cio ainda da Vale, depois de ter vencido uma disputa com outros grupos nos anos 1990, e � dono de um conglomerado que inclui o banco Fibra, a CSN, uma das maiores sider�rgicas do Pa�s, mineradora e cimenteira.

'Polonetas'


O grupo Vicunha foi criado nos anos 1960 pelos irm�os Mendel (pai de Benjamin, Ricardo e Elisabeth), que faleceu em 1993, e Eliezer (pai de Clarice e L�o, primos do empres�rio). Os Steinbruch foram s�cios do empres�rio Jacks Rabinovich, que se desfez de sua participa��o em 2005.

Mendel Steinbruch e Jacks Rabinovich, donos da Vicunha, tamb�m foram s�cios da trading Comexport. Essa comercializadora teve seu nome envolvido no chamado "esc�ndalo das polonetas", segundo reportagem publicada em 1983 pelo jornal O Estado de S. Paulo

e que denunciou uma fraude envolvendo a trading com notas promiss�rias da Pol�nia, �quela �poca principal parceiro comercial do Brasil no Leste Europeu.

A Comexport teve apoio do governo brasileiro no fim dos anos 1970 para negociar commodities e teria se beneficiado financeiramente. A empresa negou quaisquer irregularidades � �poca e a defesa dos empres�rios disseram � reportagem que eles eram apenas acionistas e n�o estavam envolvidos em ilegalidades.

Transnordestina


Ciro Gomes foi o bra�o direito de Steinbruch por quase dois anos na CSN e deixou a companhia em maio de 2016 para se dedicar � pol�tica. Enquanto esteve por l�, Ciro Gomes teve a incumb�ncia de colocar o projeto da ferrovia Transnordestina em p� por ter bom tr�nsito em Bras�lia. A ferrovia chegou a atrair investidores, mas n�o houve avan�o. Tamb�m de opini�o forte, Ciro Gomes era um dos poucos executivos com quem Steinbruch n�o brigava, segundo uma fonte a par do assunto.

Agora, Steinbruch � uma das apostas do presidenci�vel do PDT, que diz estar em busca de empres�rio com discurso desenvolvimentista para angariar votos no Sul e Sudeste. Josu� Gomes, dono da Coteminas e filho do ex-vice-presidente Jos� Alencar, chegou a ser sondado. Como informou o blog da Coluna do Estad�o, Josu�, filiado ao PR,tamb�m saiu da Fiesp.

No comando da CSN, Steinbruch � considerado centralizador e autorit�rio. Entre 2013 e 2017, cerca de 40 executivos de alto escal�o deixaram a companhia. Entre eles, Paulo Caffarelli (hoje presidente do Banco do Brasil), contratado em 2015 para renegociar as d�vidas da sider�rgica (que somaram quase R$ 30 bilh�es no primeiro trimestre) e vender neg�cios n�o estrat�gicos. Sob a gest�o de Caffarelli, a CSN conseguiu alongar d�vidas de curto prazo, mas Caffarelli n�o conseguiu convencer o empres�rio a vender neg�cios para levantar recursos para a empresa. Executivos de mercado ouvidos pelo Estado disseram que o empres�rio n�o desapega de nada e desiste na �ltima hora de se desfazer de empresas.

Sucess�o


Pessoas pr�ximas ao empres�rio afirmam que Steinbruch poder� buscar um executivo de mercado, caso suas pretens�es pol�ticas decolem. Sua filha mais velha, Vit�ria, de 24 anos, j� est� acompanhando o dia a dia da empresa, mas ainda n�o est� madura o suficiente para ficar � frente de uma das maiores sider�rgicas do Pa�s. Com quatro filhos, o empres�rio, de 64 anos, tamb�m preside o Jockey Club de S�o Paulo desde o ano passado.

Desde o in�cio deste ano, a fam�lia de Steinbruch est� envolvida em uma disputa societ�ria. Benjamin, com o apoio de seus dois irm�os, destituiu os primos do bloco de controle da Vicunha Steel S/A, controladora indireta da CSN, porque n�o estaria mais disposto a reconhecer o acordo de acionistas do grupo, que est� em vigor desde 1994 e foi criado pelos fundadores do grupo - Mendel e Eliezer Steinbruch. Os primos querem sair do grupo e pedem na Justi�a a venda de todos os neg�cios dentro e fora do Pa�s.

Com fama de brig�o, Steinbruch acumula desafetos ao longo dos �ltimos anos. Agora vai ter de adotar discurso conciliador para angariar o apoio dos empres�rios. Steinbruch n�o tem um perfil de pol�tico que concorra para ganhar no corpo a corpo. N�o teria o apoio de boa parte de seus 20 mil funcion�rios. No ano passado, cortou o tradicional peru de Natal, alegando que a empresa passava por uma crise. O sindicato teve de intervir na quest�o. O empres�rio voltou atr�s e deu um vale-alimenta��o.


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