S�o Paulo, 08 - O ex-ministro Guido Mantega (2006-2015/Governos Lula e Dilma) informou ao juiz federal S�rgio Moro que o dinheiro mantido em sua conta na Su��a "tem origem em neg�cio imobili�rio realizado com a construtora Sandria Projetos e Constru��es LTDA., pertencente a Victor Garcia Sandri". Como o jornal
O Estado de S. Paulo
revelou no dia 23 de maio, o magistrado havia intimado Mantega a prestar esclarecimentos sobre uma conta na Confedera��o Helv�tica, revelada pela pr�pria defesa do ex-ministro da Fazenda, em 2017.
Sandri foi denunciado na Opera��o Zelotes - investiga��o sobre suposta manipula��o de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), bra�o do Minist�rio da Fazenda que funciona como uma esp�cie de "tribunal da Receita" e julga recursos de empresas contra multas aplicadas pelo Fisco.
O empres�rio foi citado ainda na dela��o de Joesley Batista, da JBS. O delator contou que, em 2005, "contratou" o empres�rio Victor Sandri, por R$ 50 mil mensais, para intermediar interesses da JBS no meio pol�tico.
A defesa de Mantega entregou documentos a Moro na quarta-feira, 6. "Referido neg�cio imobili�rio consistiu na permuta de im�vel que o peticion�rio herdou de seu pai, Giuseppe Mantega, situado na Rua Pequetita, Jardim Paulista, S�o Paulo-SP, por unidades do empreendimento imobili�rio que veio a ser constru�do no local, denominado Edif�cio Atrium VII", afirmou.
"Al�m da entrega das unidades, foi acordado o pagamento de uma quantia em dinheiro, a qual n�o foi prevista contratualmente justamente porque seria promovida por meio de opera��o financeira entre contas banc�rias � �poca n�o declaradas �s autoridades brasileiras."
Segundo os advogados do ex-ministro, "a constru��o do empreendimento foi conclu�da no final do ano de 2005". A defesa afirma que, na ocasi�o, Mantega "recebeu o dep�sito de metade do valor acordado com Victor Sandri (US$ 650 mil), tendo a outra metade (US$ 645 mil) sido depositada pouco antes da outorga da escritura definitiva das unidades".
Os defensores entregaram comprovantes de dep�sito, extrato banc�rio, certid�o de dados cadastrais do im�vel, escrituras de permuta e da��o em pagamento.
Mantega foi preso em 22 de setembro de 2016, na Opera��o Arquivo X, 34� fase da Lava Jato. Naquele dia, o ex-ministro acompanhava a mulher Eliane Berger (morta em novembro de 2017, v�tima de c�ncer) em uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em S�o Paulo.
Sob suspeita de arrecadar propinas para o PT em 2012 em contratos de duas plataformas, P67 e P70, ligadas � Petrobras, Mantega se entregou na portaria do hospital. Ele foi solto no mesmo dia por ordem de Moro, que destacou, em sua decis�o, o quadro de sa�de da mulher do ex-ministro.
Nesta investiga��o, Mantega foi alvo do depoimento do empres�rio Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administra��o da OSX.
Ao Minist�rio P�blico Federal, Eike declarou que, em 1� de novembro de 2012, recebeu pedido de um ent�o ministro e presidente do Conselho de Administra��o da Petrobr�s, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milh�es, "no interesse do PT".
(Julia Affonso)