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Estado de Minas

PF encontra ind�cios de propina de R$ 105 milh�es para Geddel e Cunha


postado em 13/06/2018 16:36

S�o Paulo, 13 - A Pol�cia Federal apontou em seu relat�rio final da Opera��o 'Cui Bono?' ind�cios de que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) recebeu R$ 16 milh�es em propina para influenciar a libera��o de recursos da vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica da Caixa. No mesmo documento, o delegado Marlon Cajado tamb�m cita que o ex-presidente da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ) foi o destinat�rio de entregas de valores que somados alcan�am R$ 89 milh�es.

Os pagamentos a Geddel e Cunha, segundo a PF, foram feitos por meio do corretor L�cio Funaro, apontado como operador de propina do grupo pol�tico do MDB da C�mara. Os valores teriam sido pagos pelas empresas J&F Investimentos (acionista da JBS), pelo Grupo Marfrig, pelo Grupo Bertin e pelo 'Grupo Constantino', dono da Gol Linhas A�reas.

Deflagrada no dia 13 de janeiro de 2017, a Cui Bono? investigou irregularidades cometidas na vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica da Caixa, durante o per�odo em que foi comandada por Geddel, entre 2011 e 2013. A investiga��o teve origem na an�lise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do ent�o deputado Eduardo Cunha.

Ao concluir a investiga��o, a PF indiciou 16 pessoas pelos crimes de corrup��o ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa e obstru��o de Justi�a.

No caso de Geddel, a PF mapeou todas as entregas de valores citadas em planilhas encontradas em um HD apreendido na casa da irm�o de Funaro. O documento elenca entregas de valores em Salvador (BA). Para confirmar a veracidade, os investigadores levantaram informa��es sobre as viagens de Funaro at� a capital baiana, os dados de uma empresa dona do hangar onde ele deixava seu avi�o particular e liga��es telef�nicas realizadas por ele nas datas das entregas.

A conclus�o da PF foi de que todas as informa��es prestadas por Funaro em seu acordo de colabora��o sobre as entregas para Geddel foram confirmadas durante a apura��o.

"Desse modo, a hip�tese criminal identificada � a de que Geddel Vieira Lima se utilizou da sistem�tica il�cita engendrada por L�cio Funaro visando oculta��o, dissimula��o e distribui��o de recursos de origem il�cita, al�m de Gustavo Ferraz, com pessoa interposta, para recebimento de vantagens indevidas referentes �s negocia��es il�citas realizadas para influenciar opera��es de cr�ditos junto � ent�o vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica da Caixa", diz a PF em seu relat�rio.

Um exemplo � a entrega de R$ 1 milh�o registrado nas planilhas de Funaro. A PF descobriu que Funaro contratou na mesma data da entrega os servi�os de "hangaragem" da empresa Aero Star T�xi A�reo, no aeroporto de Salvador. Com os dados do voo, os investigadores descobriram que o avi�o de Funaro ficou apenas 30 minutos estacionado no local. "Esse curto per�odo de parada, juntamente com os contextos apresentados, permitem inferir que o objetivo da viagem teria sido unicamente para a entrega de valores", diz a PF.

Al�m dos dados sobre a viagem, o delegado do caso tamb�m solicitou informa��es �s operadoras de telefonia e mapeou as liga��es dos celulares de Funaro e Geddel naquele dia. O cruzamento apontou que tanto o operador como o ex-ministro realizaram liga��es nas proximidades do aeroporto no per�odo em que o avi�o estava estacionado no hangar da Aero Star T�xi A�reo.

Cunha

Sobre o ex-presidente da C�mara, a PF diz ter encontrado o registro de 181 opera��es realizadas por Funaro que teriam como destinat�rio Cunha. O somat�rio dessas opera��es, diz o relat�rio, alcan�a o valor de R$ 89.5 milh�es, entre os anos de 2011 e 2015.

"A hip�tese criminal identificada � de que Eduardo Cunha se utilizou da sistem�tica il�cita engendrada por Lucio Funaro visando a oculta��o, dissimula��o e distribui��o de recursos de origem il�cita para recebimento de vantagens indevidas referentes �s negocia��es il�citas realizadas para influenciar opera��es de cr�dito junto � ent�o vice-presid�ncia de Pessoa Jur�dica e a de Fundos de Governo e Loterias".

De acordo com os dados levantados pela PF, a maioria dos repasses se deu no ano de 2014, quando foram mapeadas 82 entregas de Funaro para Cunha e pessoas apontadas como seus operadores. "Ademais h� que se ressaltar que 2014 foi ano eleitoral, o que, certamente, contribui para a maior distribui��o de recursos il�citos", diz a PF.

Defesas

Em nota, o advogado D�lio Lins e Silva J�nior, que defende Eduardo Cunha, disse que "por mais kafkaniano que possa parecer, embora a imprensa j� tenha acesso ao relat�rio, os advogados ainda n�o tiveram esse privil�gio e aguardam para eventual manifesta��o sobre o documento".

O advogado Gamil Foppel, da defesa de Geddel Vieira Lima, n�o respondeu aos contatos da reportagem at� a conclus�o da reportagem.

J� a Marfrig afirmou: "No dia 15 de maio de 2018, o empres�rio Marcos Molina dos Santos firmou com o Minist�rio P�blico Federal um termo de compromisso de repara��o de eventuais danos relacionados �s investiga��es da Opera��o Cui Bono. N�o se trata de um acordo de colabora��o ou de dela��o e n�o h� admiss�o de qualquer culpa por parte do empres�rio, que mant�m suas atividades empresariais inalteradas. O termo j� foi homologado judicialmente e hoje produz plenos efeitos. O relat�rio da Pol�cia Federal n�o altera a situa��o jur�dica de Marcos Molina dos Santos."

A defesa do empres�rio Joesley Batista reafirma que ele � colaborador da Justi�a e, como bem destacado no relat�rio apresentado pela Pol�cia Federal, sua colabora��o foi essencial, "trazendo celeridade e efic�cia a esta investiga��o criminal", motivo pelo qual a autoridade policial sugeriu a concess�o dos benef�cios da colabora��o premiada.

Em nota, Henrique Constantino diz que "segue colaborando com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos".

(Fabio Serapi�o e Luiz Vassallo)


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