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Estado de Minas TR�S MESES AP�S ASSASSINATO

"A gente vai seguir na luta", diz vi�va de Marielle Franco

Apesar da resist�ncia, M�nica Ben�cio diz que tamb�m acha 'leg�timo' que as pessoas sintam medo


postado em 14/06/2018 08:17 / atualizado em 14/06/2018 08:25

Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio no dia 14 de maio, ao lado de Mônica Benício(foto: Arquivo pessoal)
Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio no dia 14 de maio, ao lado de M�nica Ben�cio (foto: Arquivo pessoal)

Ap�s 14 anos de relacionamento com a primeira namorada, M�nica Ben�cio entrou pela primeira vez de luto no M�s do Orgulho LGBT, que � comemorado em junho. Mas a tristeza pelo assassinato de Marielle Franco tomou forma de luta quando a vi�va abriu a Parada do Orgulho LGBT de S�o Paulo com um discurso de resist�ncia e aproveitou o Dia dos Namorados para defender que demonstrar afeto em p�blico � reafirmar a legitimidade do amor LGBT. L�sbica, nascida na Mar� e militante dos direitos humanos, M�nica chega aos 90 dias da execu��o da companheira com a certeza de que � preciso seguir na busca por direitos.

"Acho leg�timo que as pessoas sintam medo, mas a minha mensagem � de esperan�a, para dizer que o medo � leg�timo, mas temos que seguir com medo mesmo, sen�o eles v�o continuar nos matando e nos colocando nesse lugar subalterno e �s margens das decis�es sociais. Isso a gente n�o pode mais admitir", disse M�nica, em entrevista � Ag�ncia Brasil.

A luta de M�nica tem pela frente um cen�rio dif�cil. A arquiteta avalia que o pa�s vive um momento em que o conservadorismo "avan�a a passos largos" e a sociedade "flerta com o fascismo". "� um momento de muito retrocesso e de um Estado muito reacion�rio, mas eu n�o tenho mais motivo para ter medo de nada. Me coloco na luta de um outro lugar, porque n�o tenho mais nada a perder".

O apoio das pessoas e principalmente de outras mulheres LGBT tem ajudado M�nica a reagir � perda da companheira. Ela conta que outros casais a procuram para narrar suas hist�rias e dizer que se identificam com suas palavras. Participar da Parada LGBT de S�o Paulo e receber o carinho dos manifestantes, relata ela, foi um momento de forte emo��o.

"Isso tem me ajudado a ficar de p� nesse momento. Ainda acho que as pessoas boas e dispostas a lutar por uma sociedade mais justa e igualit�ria s�o, sim, a maioria".

Agress�es verbais

Como muitos casais LGBT, M�nica e Marielle enfrentaram resist�ncia dentro e fora de casa e demonstrar afeto l�sbico publicamente no Complexo da Mar� era uma grande dificuldade, lembra M�nica. Agress�es verbais eram frequentes.

"Quando voc� n�o � o estere�tipo do que eles entendem como a figura da 'sapat�o caminhoneira', para ficar claro, voc� sofre uma certa repress�o e at� amea�a de estupro corretivo, porque se entende que se a gente parece mulher, entre aspas, a gente s� est� com outra mulher porque n�o encontrou o homem correto. Pensamento que � fruto dessa sociedade machista que a gente vive".

O apoio do pai de Marielle, por�m, era constante. Aposentado, Ant�nio Francisco Silva frequentava a casa de Marielle e M�nica e defende que o amor delas duas t�m a mesma legitimidade que o de qualquer casal.

"Se a minha filha lutava por essas causas, n�o seria eu, o pai dela, que seria contr�rio a essa rela��o. Tanto a dela com a M�nica quanto a de outros casais no Brasil. O que � feito com amor n�o pode ter obst�culo".

Se os LGBTs enfrentam discrimina��o fora de casa, Ant�nio acredita que o lar deve ser o local em que eles s�o acolhidos e se fortalecem, e pede aos pais de l�sbicas, gays, bissexuais e transexuais que apoiem seus filhos. "Se voc� n�o tiver apoio dentro de casa fica muito dif�cil. Com esse apoio, a n�vel de sociedade vai ser mais f�cil encarar, participar e agir dessa maneira".


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