Bras�lia, 16 - Preso preventivamente na Opera��o Registro Esp�rio e apontado como um dos principais operadores do PTB e da Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT) no Minist�rio do Trabalho, o ex-servidor da pasta Renato Ara�jo J�nior disse, em depoimento � Pol�cia Federal, que era um mero �cumpridor de ordens� no esquema de fraudes na concess�o de registros sindicais.
Ara�jo J�nior apontou que pode apresentar informa��es sobre o que chamou de �envolvimento� do ex-ministro Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o cargo em dezembro para reassumir mandato de deputado. Ele n�o foi alvo da opera��o.
A men��o a Nogueira ocorreu no contexto em que Renato falava que recebeu diversos pedidos da UGT para registros de entidades vinculadas � central sindical, �muitas vezes sem os requisitos necess�rios� e que esses �pedidos eram, na verdade, ordens veladas�, vindas do presidente da UGT, Ricardo Patah, e de outros nomes relacionados � central sindical.
Ara�jo J�nior afirmou que Patah � ligado ao ex-ministro e que fazia pedidos a Nogueira. O ex-servidor declarou � PF que �futuramente, depois de tomar conhecimento acerca do teor dos autos, pretende prestar informa��es sobre o envolvimento de Ronaldo Nogueira nos fatos; que esclarece que os �pedidos� (da UGT) eram direcionados n�o somente ao declarante, mas tamb�m a Renata Frias Pimentel, Leonardo Cabral, Carlos Lacerda e ao pr�prio ministro Ronaldo Nogueira; que futuramente pode declinar a participa��o de alguns deles nas fraudes sindicais�.
O depoimento � de 31 de maio e foi o segundo prestado pelo ex-servidor, que est� preso no Complexo Penitenci�rio da Papuda. Ele encerrou a fala afirmando que �deseja que fique consignado o seu interesse em colaborar amplamente no curso da investiga��o, prestando novos depoimentos se necess�rio�.
Defesa. Ao Estado, o ex-ministro Ronaldo Nogueira �refutou com indigna��o� a men��o ao nome dele e afirmou que exonerou Renato Ara�jo J�nior no ano passado, quando soube que o Minist�rio P�blico Federal na primeira inst�ncia havia aberto uma investiga��o sobre fraudes em registros sindicais. Nogueira negou a afirma��o do ex-servidor de que recebia pedidos de Patah e disse que a rela��o que tinha com dirigentes de centrais sindicais era institucional.
�Gra�as a Deus, o �nico patrim�nio que tenho � minha honra e meu nome. N�o h� qualquer possibilidade de se afirmar que o ministro fez qualquer pedido a ele. Defendo o aprofundamento das investiga��es.�
Opera��o. Deflagrada em 30 de maio, a Registro Esp�rio investiga suspeitas sobre uma organiza��o formada por pol�ticos, lobistas, dirigentes de sindicatos e funcion�rios p�blicos que teria praticado fraudes e corrup��o para libera��o e veto de registros sindicais dentro da Secretaria de Rela��es do Trabalho do Minist�rio do Trabalho. Na segunda fase da opera��o, realizada no dia 12, a PF vasculhou o gabinete da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) e dois endere�os residenciais dela, diante de novos ind�cios de que ela teria feito parte do esquema. Ela nega envolvimento.
Ara�jo J�nior afirmou � PF que centrais sindicais �exercem fort�ssima influ�ncia dentro do Minist�rio do Trabalho� e �frequentemente s�o feitos pedidos para direcionar o resultado ou burlar a ordem cronol�gica de an�lise dos processos de registro sindical, nos quais tais entidades possuem interesse direto�. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Breno Pires)
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Preso na Registro Esp�rio diz que pode implicar ex-ministro
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