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Estado de Minas

Regalias levam PF a fazer vistoria na cela de ex-senador e ex-ministro

Policiais fazem busca no bloco 5 do Centro de Deten��o Provis�ria para apurar regalias concedidas aos dois detentos na Papuda. Com o ex-senador, foram apreendidos pen-drives e documentos, al�m de produtos proibidos no sistema penitenci�rio


postado em 18/06/2018 08:23 / atualizado em 18/06/2018 08:48

Luiz Estevão: no momento da operação, durante a partida da Seleção Brasileira, o ex-senador teria tentado descartar cinco pen-drives, que acabaram recolhidos pelos policiais (foto: Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press )
Luiz Estev�o: no momento da opera��o, durante a partida da Sele��o Brasileira, o ex-senador teria tentado descartar cinco pen-drives, que acabaram recolhidos pelos policiais (foto: Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press )

Enquanto a bola rolava em Rostov, na R�ssia, com a Sele��o Brasileira em campo, cerca de 40 policiais civis entraram no bloco 5 do Centro de Deten��o Provis�ria (CDP), no Complexo Penitenci�rio da Papuda. Estava em curso a Opera��o Bastilha, sob a responsabilidade da Divis�o de Fac��es da Coordena��o de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administra��o P�blica e contra a Ordem Tribut�ria (CECOR).

Os alvos eram dois presos ilustres: o ex-senador Luiz Estev�o e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Os mandados de busca e apreens�o foram expedidos pela Vara Criminal de S�o Sebasti�o como medida para avaliar suspeitas de regalias concedidas na Papuda aos dois detentos. O trabalho tem o apoio dos promotores do N�cleo de Controle e Fiscaliza��o do Sistema Prisional (Nupri).

O hor�rio para a entrada no CDP foi escolhido estrategicamente. Os presos foram surpreendidos quando a partida entre o Brasil e a Su��a j� estava empatada. Estev�o e o companheiro de cela, Jos� Dirceu, foram levados para o p�tio central do bloco, enquanto os policiais civis da DOE (Divis�o de Opera��es Especiais) vasculhavam o local. Como na fiscaliza��o do ano passado, foram encontrados chocolates e agora tamb�m medicamentos sob o poder de Estev�o, que ser�o avaliados para comprova��o de que est�o permitidos pela Vara de Execu��es Penais. Uma tesoura tamb�m foi achada, objeto vetado no sistema penitenci�rio.

Documentos

No momento em que foi retirado da cela, o ex-senador Luiz Estev�o tentou descartar cinco pen-drives, mas um agente percebeu a movimenta��o e fez a apreens�o. O conte�do desses dispositivos tamb�m ser� avaliado pela investiga��o. No caso de Geddel, ex-ministro do governo Michel Temer, havia apenas anota��es. O emedebista est� preso provisoriamente desde setembro do ano passado, depois que as malas de dinheiro com R$ 51 milh�es, que pertenceriam a ele, foram descobertas em um apartamento em Salvador. Geddel divide a cela com outros nove presos, enquanto Estev�o tem apenas como companheiro no c�rcere o ex-poderoso ministro do governo Lula Jos� Dirceu, que cumpre pena de 30 anos e nove meses de pris�o por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, em a��o da Lava-Jato.

Durante a busca, chamou a aten��o dos investigadores a grande quantidade de documentos de Luiz Estev�o apreendida na biblioteca do bloco 5, dando a impress�o de que a sala de uso comum funciona como um escrit�rio particular do empres�rio. No local, foram apreendidas v�rias pastas, com documentos de neg�cios do ex-senador. Toda a opera��o no CDP foi registrada em v�deo pelos policiais civis, mas as imagens n�o ser�o divulgadas para preservar o ambiente do sistema penitenci�rio. Detalhes, no entanto, poder�o ser usados como evid�ncias no inqu�rito.

A investiga��o do Nupri e da Divis�o de Fac��es come�ou no in�cio do ano, a partir de den�ncias de que presos ligados a organiza��es criminosas tramavam a��es de viol�ncia contra delegados e ju�zes. Esses fatos, descritos em relat�rios de intelig�ncia da Secretaria de Seguran�a P�blica e Paz Social, n�o foram confirmados, mas a apura��o avan�ou com evid�ncias de regalias concedidas aos presos do bloco 5, uma �rea de vulner�veis, em que cumprem penas ex-policiais e pol�ticos. Passaram por l� o doleiro L�cio Funaro e o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que ficaram amigos de Estev�o.

Condenado a 26 anos de pris�o por desvios de recursos p�blicos do TRT de S�o Paulo, Estev�o est� na cadeia h� dois anos e tr�s meses. N�o � a primeira vez que s�o detectados benef�cios a pol�ticos, vantagens que outros presidi�rios n�o desfrutam (leia mem�ria). No ano passado, durante uma fiscaliza��o, foram encontrados chocolates, cafeteira el�trica, m�quina de caf� e massa importada. O privil�gio resultou na exonera��o do diretor do CDP, Diogo Ernesto, e do diretor adjunto da pris�o, Vitor Esp�ndola Salas.


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