S�o Paulo, 18 - Conhecedor da resist�ncia que sua candidatura enfrenta no mercado financeiro, o presidenci�vel do PDT, Ciro Gomes, n�o poupou cr�ticas a este segmento, na manh� desta segunda-feira, 18, em sabatina realizada pela r�dio
Jovem Pan
.
Indagado se uma eventual vit�ria sua nas urnas, em outubro, poderia levar o d�lar a patamares ainda mais elevados do que os atuais, onde j� rondou o patamar dos R$ 4, Ciro disse que se a moeda americana continuar subindo n�o ser� por sua culpa. "O d�lar n�o vai disparar por minha causa, mas pelo vencimento da d�vida p�blica brasileira. A raz�o � que 26% dessa d�vida, de R$ 5 trilh�es, vence em 4 dias. O problema n�o � o seu volume, mas o perfil, e isso precisa ser mudado. A maneira de come�ar a fazer isso � atrav�s da confian�a, com algu�m que n�o use frases de efeito, como o Bolsonaro (seu concorrente do PSL, Jair Bolsonaro) ou inexperiente, que fa�a uso apenas da marquetagem."
Nas cr�ticas ao mercado, que ele continua classificando como "entidade fantasmag�rica", Ciro disse que o mercado se assume como representante da ind�stria, da produ��o, da agricultura, da constru��o civil, do com�rcio. "Mas, n�o �. O mercado � um grupo pequeno de bar�es que domina a economia brasileira, com especula��o", destacou.
Ciro continuou: "pe�a para qualquer candidato para refletir sobre qual ajuste fiscal potente � capaz de encarar 4 dias de vencimento de (uma parcela) de R$ 5 trilh�es. S� tem um jeito: pagar a d�vida e impor confian�a. Pela minha proposta, em 24 meses � poss�vel resolver o d�ficit fiscal brasileiro." Segundo ele, o essencial � o Brasil restaurar a confian�a, pois o pagamento n�o precisa se realizar � vista, a n�o ser que tenha algum componente especulativo.
Na sabatina, o pedetista criticou duramente a condu��o da economia pelo governo do presidente Michel Temer, a quem ele continua chamando de "golpista". Ciro disse que apesar do ex-ministro da Fazenda e pr�-candidato do MDB � Presid�ncia da Rep�blica, Henrique Meirelles, "ser um belo de um cara", o emedebista acha que est� tudo bem neste setor.
"E n�o est�", afirmou "pois o desemprego j� passa da casa dos 13 milh�es, o pr�ximo presidente pegar� um cen�rio com press�o inflacion�ria, em raz�o dessa queda de bra�o com o mercado, hoje a ind�stria de transforma��o no Pa�s est� reduzida a uma participa��o de 8%, o que � escandaloso, e a elite bate palmas com o desmonte de nossa economia e com o desemprego", enfatizou. "Ou mudamos ou o Pa�s vai pro vinagre, quando d�lar sobe, pressiona a infla��o."
Apesar das cr�ticas ao mercado, o
Broadcast
, servi�o de not�cias em tempo real do Grupo Estado, mostrou que a equipe de Ciro Gomes tem procurado alguns setores da iniciativa privada para tentar contornar o temor deste segmento com sua candidatura. A ideia, segundo informou o irm�o de Ciro, Cid Gomes, � passar a mensagem de que o pedetista considera o setor e os demais da economia como parceiros, n�o como inimigos.
Na entrevista �
Jovem Pan
, Ciro Gomes disse tamb�m que � a favor da Opera��o Lava Jato e que, se eleito, n�o cogita dar perd�o judicial ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), preso h� mais de dois meses na Pol�cia Federal de Curitiba. Ele falou, ainda, que pretende implantar uma nova reforma do sistema previdenci�rio em seis meses. "Temos de criar uma nova Previd�ncia, a que est� a� � irreform�vel."
Depois de fazer um mea-culpa pelos destemperos verbais que o acometem e pelos quais ele diz que vem pedindo desculpas, na sabatina o pr�-candidato do PDT foi indagado sobre as conversas que tem mantido com alguns partidos, como o DEM, PP e Solidariedade, a fim de tentar fechar as alian�as partid�rias neste pleito. Ciro disse que admitira um entendimento com essas siglas, mesmo com as diferen�as program�ticas, mas com muita conversa para n�o sair "um monstrengo".
Ao falar que o DEM tem candidato � Presid�ncia da Rep�blica, que � o Rodrigo Maia, e que se surpreendeu com o sinal p�blico que eles est�o dando, ao admitir uma conversa com sua pr�-campanha, Ciro voltou � carga, ao chamar o vereador paulistano da sigla Fernando Holiday de "capit�ozinho do mato".
(Elizabeth Lopes)
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Ciro: mercado � um grupo pequeno de bar�es que domina a economia com especula��o
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