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Estado de Minas

Testemunha diz a Moro que Lula cobrou andamento da reforma em s�tio via caseiro

A propriedade � alvo de a��o penal da Opera��o Lava Jato contra o ex-presidente. Lula � acusado de corrup��o e propina nas reformas do s�tio. O ex-presidente nega taxativamente ser o dono do im�vel e que tenha recebido valores il�citos


postado em 18/06/2018 21:06 / atualizado em 18/06/2018 22:42

(foto: Márcio Fernandes/AE - 3/2/16)
(foto: M�rcio Fernandes/AE - 3/2/16)

O encarregado de obras Misael de Jesus Oliveira, da OAS Empreendimentos, revelou, em depoimento ao juiz federal S�rgio Moro, nesta segunda-feira, 18, uma "cobran�a" do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em rela��o ao lago do s�tio de Atibaia (SP). Misael narrou que o caseiro "Maradona" passava recados do petista.

A propriedade � alvo de a��o penal da Opera��o Lava Jato contra o ex-presidente. Lula � acusado de corrup��o e propina nas reformas do s�tio. O ex-presidente nega taxativamente ser o dono do im�vel e que tenha recebido valores il�citos.

Misael foi ouvido como testemunha de defesa de outros dois r�us no mesmo processo, o empres�rio L�o Pinheiro, ex-presidente da OAS, e o executivo Paulo Gordilho.

O encarregado citou a ex-primeira-dama Marisa Let�cia, morta em fevereiro de 2017. Ele relatou que a ex-mulher de Lula pediu para avaliar um forno na churrasqueira.

"A primeira-dama me pediu diretamente algumas coisas. O presidente, s� atrav�s de recados. Ele nunca chegou para mim para pedir nada", afirmou. "Ele ('Maradona') falava: o presidente t� perguntando quando vai ficar pronto o lago, quando que vai mexer no lago, o que est� acontecendo no lago."

O encarregado de obras disse ainda a Moro. "Ela (Marisa) me pediu para ver com ela para colocar o forno, me pediu para a gente olhar, dar uma opini�o para ela", disse.

Misael disse que trabalha na OAS desde agosto de 2013.

"Todas as quartas ela (Marisa Let�cia) ia com o seguran�a e nos finais de semana. O ex-presidente eu vi duas vezes l�", afirmou.

Misael contou que Marisa e "Maradona" nunca perguntaram os custos da reforma, custeadas pela OAS. O encarregado de obras estimou as obras em "R$ 400 mil a R$ 500 mil" entre material e m�o-de-obra.

"Quando eu sa�a da OAS, do escrit�rio da Avenida Ang�lica, eu levava um valor em dinheiro. Junto com esses valores em dinheiro, eu fazia as compras e guardava as notas. Tudo que eu comprava l� em Atibaia, nos dep�sitos da regi�o, eu prestava contas quando eu voltava para a empresa", afirmou.

Ele relatou que comprava o material com dinheiro em esp�cie. De acordo com o funcion�rio, a opera��o n�o � praxe na companhia.

"Normalmente, � comprado pela empresa. Quando eu fa�o algum servi�o pela empresa, eu fa�o tr�s cota��es, or�amentos e compra do fornecedor mais barato e a gente executa. Mas isso tudo � pela compra da pr�pria empresa, do setor de compras", disse.

O funcion�rio relatou que n�o usava o nome da OAS para as compras. "Normalmente, eu pedia no meu nome, 'Misael'. Pedia para entregar no endere�o que era no s�tio."

Ao juiz Moro, o funcion�rio disse que participou das obras do s�tio de Atibaia em 2014. A reforma teria come�ado logo depois do carnaval e durado at� as elei��es daquele ano.

"Meu gerente Luis Alberto me chamou na �rea dele, com mais tr�s pessoas que trabalhavam comigo, e falou que a gente ia fazer uma reforma num s�tio em Atibaia, seria uma reforma no s�tio do presidente", narrou a testemunha.

Misael disse que ia "todos os dias" � obra em Atibaia. Ele contou que havia um projeto para constru��o de uma capela para 12 pessoas na propriedade, que n�o chegou a ser realizada.

"Assim que passasse a elei��o, (ia) come�ar o servi�o da capela", afirmou. "Conversando com o pessoal da empresa, eles pediram para esticar um pouco, para deixar a elei��o passar at� para ver se a presidente Dilma ia ser reeleita. (…) Pelo que eu entendi, se a Dilma ganhasse, a gente fazia a obra."

Afirmou que havia "sigilo" sobre as obras "desde o come�o". Segundo ele, os funcion�rios que trabalhavam na obra, iam para o s�tio sem o crach� da OAS, deixavam "guardado na empresa".

"Eles pediram para a gente fazer sigilo porque a gente ia trabalhar no s�tio do presidente. (inaud�vel). Ningu�m pode ficar sabendo disso, nem aqui na empresa, nem fora. (Inaud�vel) que a gente n�o usasse o uniforme da empresa. Foi feito um uniforme sem o nome da empresa", relatou.

Defesa

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: "A testemunha, que � funcion�rio da OAS esclareceu que as supostas interven��es ocorridas no s�tio de Atibaia que pertence a Fernando Bittar teriam ocorrido em 2014, quando Lula n�o exercia qualquer cargo p�blico. Tamb�m confirmou que jamais conversou com Lula ou recebeu qualquer valor proveniente de contratos da Petrobras, que � a base da acusa��o contra o ex-presidente e o argumento dos procuradores para escolher o juiz Sergio Moro para julgar a a��o. Lula jamais praticou qualquer crime antes, durante ou ap�s exercer o cargo de Presidente da Rep�blica".

(Julia Affonso)


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