Bras�lia, 19 - O presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, suspendeu para intervalo a sess�o de julgamento da a��o penal contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A sess�o ser� retomada ainda nesta ter�a-feira, 19, com o voto do relator do caso, ministro Edson Fachin.
Gleisi, que tamb�m � presidente do PT, � acusada junto do marido e ex-ministro, Paulo Bernardo, e do empres�rio Ernesto Kugler Rodrigues, por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) acusa o trio pelo recebimento de propina de R$ 1 milh�o para a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. O dinheiro teria origem no esquema de corrup��o instalado na diretoria de abastecimento da Petrobras, e teria sido solicitado pelo ex-ministro ao ent�o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Falaram at� o momento o representante da PGR, subprocurador Carlos Vilhena, e os advogados de defesa, Rodrigo Mudrovitsch, Juliano Breda, Veronica Sterman e Jos� Carlos Garcia. Vilhena, ao pedir a condena��o do trio, afirmou que Gleisi deveria ter, por meio dos cargos ocupados, "estancado a sangria" nos caixas da estatal, mas se omitiu. "Enquanto parlamentar, l�der do Partido dos Trabalhadores, do qual hoje � presidente, a senadora Gleisi Hoffmann podia, devia, ter estancado a sangria que ocorria na Petrobras", observou Vilhena.
Por outro lado, os defensores dos acusados afirmam que a den�ncia � infundada e contradit�ria. Segundo os advogados, os delatores mudaram v�rias vezes a vers�o de seus depoimentos, que n�o devem ser considerados como elementos de prova. Segundo os advogados, os delatores mudaram v�rias vezes a vers�o de seus depoimentos, que n�o devem ser considerados como elementos de prova.
De acordo com Juliano Breda, foram pelo menos cinco vers�es de depoimentos de Paulo Roberto Costa. "Depoimento de Paulo Roberto � fr�gil. O que n�o interessa a vers�o acusat�ria � prontamente desprezado pela procuradoria", afirmou Breda. "Paulo Roberto ora vale para o Minist�rio P�blico, ora n�o vale. N�o serve a palavra dele quando diz nunca tratou de recursos il�citos com Paulo Bernardo", continuou.
A defesa de Kugler afirma que a prova produzida no processo que atinge o empres�rio � contr�ria ao que afirma a den�ncia do Minist�rio P�blico. Al�m disso, destaca que Kugler n�o pode ser acusado de corrup��o passiva porque n�o era agente p�blico, condi��o exigida para a caracteriza��o do crime.
(Amanda Pupo e Rafael Moraes Moura)