
Em meio � grave crise financeira no governo de Minas Gerais, a constru��o e os gastos com a manuten��o da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves - complexo de edif�cios que concentra todas as secretarias da administra��o estadual, inaugurado em 2010 pelo ent�o governador A�cio Neves (PSDB) - entraram na pauta de discuss�o dos pr�-candidatos ao Executivo estadual. Desde a sua abertura, o local consumiu dos cofres p�blicos mais de R$ 603,3 milh�es.
A maioria dos pr�-candidatos ao governo mineiro se mostrou cr�tica � constru��o da nova sede. N�o cogitam, por�m, vender o empreendimento, mas estudar meios de reduzir seus gastos.
O pr�-candidato do PSB, M�rcio Lacerda, criticou os gastos com a Cidade Administrativa, mas disse que vender a sede n�o constar� entre as propostas de campanha. "O que faremos � uma profunda avalia��o das finan�as do Estado no sentido de reduzir gastos, cortar cargos comissionados, enxugar e desburocratizar a m�quina p�blica."
Rodrigo Pacheco (DEM) salientou que, certa ou errada, a Cidade Administrativa � uma realidade e que � preciso que ela cumpra o seu prop�sito. Para ele, a plena ocupa��o do complexo economizaria recursos.
Jo�o Batista Mares Guia (Rede) disse que a constru��o da nova sede foi um erro e que, inicialmente, discutir� a quest�o da venda. "Se pudesse, no futuro, transformar aquilo em um grande centro empresarial e, em troca, os empres�rios investissem em um centro administrativo na regi�o central, essa seria uma boa troca", afirmou.
A pr�-candidata do PSOL, Dirlene Marques, ressaltou que a nova sede foi constru�da sem a participa��o dos trabalhadores que iriam atuar no local, mas disse que seria um equ�voco falar em venda. "Se tem a estrutura, � preciso criar as condi��es para que de fato ela possa atender aquilo que foi o projeto, que era de criar mais din�mica, possibilitar economia e agilizar os servi�o."
J� Romeu Zema (Novo) destacou que a ideia de ter toda a estrutura de governo em um s� lugar o agrada. "Voc� ganha sinergia e efici�ncia quando est� todo mundo junto e n�o pulverizado em v�rios pr�dios."
'Racionalidade'
Segundo governador a utilizar a Cidade Administrativa, o atual senador e pr�-candidato ao governo mineiro pelo PSDB, Antonio Anastasia, defendeu a constru��o da nova sede, argumentando que ela foi feita dentro de um projeto de gerar maior economia e "racionalidade administrativa". "Aquilo n�o tem nada de elefante branco. Funciona perfeitamente. Claro que temos dificuldades de transporte, mas n�o � s� Belo Horizonte que tem isso."
Desde que assumiu o governo, Fernando Pimentel (PT) - pr�-candidato � reelei��o - tenta controlar os gastos que a Cidade Administrativa gera aos cofres do Estado, que em 2016 decretou "estado de calamidade financeira". Mensalmente, o complexo consome R$ 9 milh�es em despesas como ilumina��o, limpeza, servi�os terceirizados e seguran�a. Desde o primeiro ano de mandato, por�m, o petista despacha no Pal�cio da Liberdade, a tradicional sede do Executivo mineiro.
No come�o de 2018, Pimentel anunciou que desativaria o Pal�cio Tiradentes, que concentra na Cidade Administrativa as secretarias de Governo, Casa Civil e Rela��es Institucionais e o gabinete militar do governador. Com a medida, o governo tinha a expectativa de reduzir em at� 40% os gastos com o pr�dio.
Outra medida levada adiante pelo governador foi um projeto que visava a cria��o de um fundo imobili�rio, que possibilitaria a divis�o em cotas da nova sede administrativa. A expectativa do governo era conseguir arrecadar R$ 4 bilh�es com a medida, que foi aprovada na Assembleia Legislativa no ano passado. Procurado para comentar o fundo imobili�rio, o governo n�o se manifestou.
O atual vice-governador, Ant�nio Andrade, o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, e o deputado Leonardo Quint�o, pr�-candidatos do MDB, n�o informaram suas propostas para a Cidade Administrativa.