Bras�lia, 25 - O ministro-chefe de Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse esperar que as investiga��es do Minist�rio P�blico Federal (MPF) que apuram irregularidades no acordo de dela��o premiada de executivos da J&F avancem sobre o ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot e seu ent�o chefe de gabinete, Eduardo Pelella.
"Espero que investiga��es prossigam porque tenho convic��o de que mais gente da antiga c�pula da PGR deve explica��es e acho que, se as investiga��es se aprofundarem, provavelmente outros tamb�m ser�o indiciados", disse.
Como deputado, Marun foi relator da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) que investigou o caso no ano passado. Na �poca, ele cogitou sugerir o indiciamento de Janot, mas recuou ap�s repercuss�o negativa.
Nesta segunda-feira, 25, o MPF denunciou o ex-procurador Marcello Miller e o empres�rio Joesley Batista por corrup��o. As investiga��es come�aram em setembro de 2017, ap�s a descoberta de um �udio de uma conversa de Joesley dando indicativo de que o ex-procurador teria atuado para os executivos do grupo empresarial antes mesmo de pedir exonera��o do cargo na PGR.
Marun afirmou ter "convic��o" de que Janot sabia que os executivos j� haviam iniciado tratativas com a PGR um m�s antes da data do �udio, diferentemente do que o ex-procurador-geral relatou. "D� para acreditar que dela��o como essa estivesse acontecendo sem que o procurador-geral soubesse? Queria perguntar a ele, tanto que o chamei na CPI, mas ele n�o foi, n�o compareceu. Sou do tempo que quem cala, consente", afirmou.
Marun afirmou que na �poca "existiu total apatia" do Minist�rio P�blico em rela��o � "evidente participa��o ilegal e indevida de Miller naquele epis�dio" da dela��o. "Eu encaminhei, como deputado, pedido de investiga��o sobre a atua��o de Miller, mas nada foi feito", reclamou.
Ele tamb�m mencionou um e-mail de Miller com um roteiro sobre poss�vel proposta de honor�rios em um eventual acordo de leni�ncia ou dela��o. O pagamento m�nimo, pelo texto de Miller, chegaria a R$ 15 milh�es - com possibilidade de um aumento a depender da multa que fosse negociada com o Minist�rio P�blico Federal.
"Dela��o � s� dizer a verdade, precisa contratar um assessor de dela��o por R$ 15 milh�es? � estranho, � um valor altamente significativo. Ser� que se buscava assessoria na dela��o ou garantia no resultado? Temos que trabalhar e pesquisar e investigar porque a popula��o merece saber o que realmente aconteceu", continuou.
Marun criticou o fato de as investiga��es sobre Miller serem feitas pela pr�pria PGR. "Infelizmente essas investiga��es no sistema jur�dico brasileiro se fazem dessa forma. Ningu�m tem maior foro privilegiado do que esse, que s� pode ser investigado por colegas."
Ele questionou tamb�m a atua��o do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), diante do caso. "Considero que nesse caso Fachin n�o era juiz natural do caso (sobre Miller). Ministro Fachin deveria dizer 'nem quero isso', mas fez quest�o de ser relator desse caso. Isso � situa��o que vejo como juridicamente indevida, mas n�o tenho elementos para fazer qualquer tipo de afirma��o (contra Fachin)."
Marun disse que possui "raz�es para entender que est�o cometendo equ�vocos s�rios nesse caso", citando o inqu�rito dos portos, que investiga o presidente Michel Temer. Segundo Marun, as investiga��es t�m sido prorrogadas "com inten��o �nica e �bvia de constranger o presidente da Rep�blica".
"Est� mais do que evidente de que nada existe ligando a tal da Rodrimar ao decreto. Espero que algu�m me mostre onde naquele decreto est� uma v�rgula que beneficie a Rodrimar e ningu�m consegue."
(Julia Lindner e Felipe Fraz�o)