S�o Paulo, 28 - O apresentador Jos� Luiz Datena mal se lan�ou na pol�tica e j� mostrou que n�o vai economizar no discurso, mesmo que isso signifique questionar diretamente a gest�o de seus pr�prios aliados. Em sua estreia ao microfone como candidato ao Senado pelo DEM, Datena n�o economizou nas cr�ticas � seguran�a p�blica, citando especificamente a situa��o observada em S�o Paulo, Estado governado h� d�cadas pelo PSDB Jo�o Doria e Geraldo Alckmin.
"O crime organizado no Brasil, e mais especificamente o PCC, criado em S�o Paulo, � a organiza��o criminosa que mais cresce no mundo inteiro. Se � a que mais cresce, significa que o sistema de seguran�a p�blica de S�o Paulo, do Brasil, est� falido", afirmou Datena. O apresentador vai integrar a chapa encabe�ada pelo pr�prio Doria, ex-prefeito de S�o Paulo.
Datena disse estar presente na cerim�nia "a contragosto pra caramba", por conta da morte do empres�rio do setor de restaurantes Toninho Buonerba, de quem � amigo. Mas explicou que n�o abria m�o de cumprir um compromisso com a fam�lia e os eleitores. "Voc�s podem ter um pol�tico de p�ssima qualidade, uma porcaria de pol�tico, mas v�o ter um cara que vai ser honesto com voc�s", acrescentou.
"Estamos fartos de mentira. Queremos acreditar que essa classe pol�tica chegou ao limite e que fa�am desse Pa�s um grande Pa�s, pensando do povo e para o Povo, e n�o do bolso e para o bolso", destacou em outro trecho do discurso. O apresentador disse que aceitou estar ao lado de "tanta gente que mete o pau" porque, apesar disso, existem bons quadros em todo lugar. "Se a gente n�o acreditar nisso, o pr�ximo passo vai ser um regime de exce��o". Mas deixou claro que n�o pretende mudar seu jeito. "Tem cara que faz parte da coliga��o e que me odeia."
Datena criticou os pol�ticos que defendem a reforma da Previd�ncia, antes da reforma pol�tica. A afirma��o foi feita ao lado de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da C�mara e pr�-candidato do DEM � Presid�ncia. Ele disse ainda que ficou "desesperado" quando o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa desistiu de concorrer, porque considera necess�rio renovar a pol�tica.
Participaram do evento o ministro de Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), os deputados Rodrigo Maia e Rodrigo Garcia (DEM) e o prefeito Bruno Covas (PSDB), entre outros. O presidente do PRB, pastor Marcos Pereira, que integra a coliga��o, n�o compareceu nem colocou representante na mesa.
Votos
Datena deixou o local sem responder a perguntas da imprensa, alegando que precisava ir ao vel�rio de seu amigo, que faleceu ontem. Aos jornalistas, Doria minimizou as cr�ticas de Datena e disse que sua sinceridade � "t�o grande quanto o n�mero de votos que vai ter". "N�o vamos mudar o jeito Datena de ser. Ele ter� a maior vota��o ao Senado da hist�ria", garantiu.
Doria tamb�m negou que exista qualquer tipo de atrito dentro da coliga��o por causa da chegada do apresentador de TV.
(Marcelo Osakabe)