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Estado de Minas ENTRE PANCADARIA E ALIAN�AS

Pr�-candidatos ao Planalto batalham para desconstruir imagem dos concorrentes

Para especialistas, neste momento, estrat�gia � equivocada


postado em 01/07/2018 06:00 / atualizado em 01/07/2018 07:34

(foto: Lelis/EM/D.A.Press)
(foto: Lelis/EM/D.A.Press)

Bras�lia – Geraldo amava Henrique, que amava Rodrigo, que amava Ciro, que amava Lula, que amava Manu. No fim, ningu�m amava ningu�m. Inspirado no poema A quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, um versinho com os candidatos � Presid�ncia teria um final diferente do previsto pelo escritor. Embora estejam em busca de alian�as, os principais concorrentes ao Planalto n�o se furtam de fazer ataques a seus advers�rios. Dessa maneira, a corrida pelo mais alto cargo do Executivo acaba dividida em duas partes: existe uma ciranda em busca de apoio eleitoral e, ao mesmo tempo, todos batalham para desconstruir as ideias dos concorrentes.

O que une verdadeiramente os candidatos deste pleito n�o � o amor mostrado nos versos de Drummond, mas sim as cr�ticas que os personagens fariam uns aos outros neste soneto adaptado. Especialistas acreditam que o “mata-mata” � uma tend�ncia nestas elei��es, embora destaquem que a pr�tica � conden�vel. Nas pesquisas de inten��o de voto, no entanto, isso pouco reflete. “Em termos eleitorais, ainda n�o h� retorno dessas tentativas de desconstru��o de candidatura alheia. Algumas pessoas j� t�m seu eleito. Essa briga � coisa antiga nas campanhas eleitorais”, explica o pesquisador Henrique C�zar Barros, presidente do HC7 Pesquisa e Intelig�ncia de Mercado.

“� medida que muita gente ataca (Jair) Bolsonaro, por exemplo, o intuito � aumentar o n�vel de rejei��o dele. E esse aumento acontece gradativamente, mas o cara tem aproximadamente 13% do eleitorado j� definido. E � uma coisa cristalizada, s�o pessoas fieis �s ideias dele”, explica Barros. Ele diz que existem alguns meios de ataque mais eficazes que outros, que est�o perdendo a credibilidade por causa dessa onda de fake-news. “De zero a 10, a popula��o credita �s redes sociais apenas quatro pontos de confiabilidade. O n�mero dos ve�culos tradicionais, como r�dio, jornal e televis�o, � de 7,5 a oito pontos. A convers�o de not�cia tamb�m depende do lugar em que ela � veiculada”, complementa.

‘Cabelo em p�’
Para o cientista pol�tico Ivan Ervolino, criador da startup de monitoramento de contas p�blicas Siga-Lei, a hist�ria de um desmoralizar o outro se fortaleceu durante as elei��es de 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador A�cio Neves (PSDB) disputaram a cadeira no Planalto. “De um lado, ela falava que ele tiraria todos os benef�cios que o brasileiro ganhou durante os governos do PT. Do outro, ele falava que os empres�rios ficariam de cabelo em p� com tudo o que aconteceria caso os petistas continuassem governando. Dilma ganhou no grito.”

Ervolino explica que o momento � prop�cio para observa��es. “Veja a rea��o da classe pol�tica. Em vez de focar em costurar alian�as, est�o prestando mais aten��o aos ataques. A justificativa para isso � a quantidade de candidatos que est�o na disputa. Quanto mais concorrentes voc� conseguir eliminar usando apenas o seu discurso, mais esse cen�rio vai desinchar. A� as chances aumentam”, acrescenta.

Um grande problema � a propaga��o de not�cias falsas, as fake news, que podem ser criadas unicamente para desmoralizar algu�m com argumentos que nem sequer existem. “N�o podemos dizer que esse � um fen�meno in�dito no Brasil, especialmente na pol�tica. A grande quest�o � que as mudan�as no sistema eleitoral deram uma import�ncia inesperada justamente ao meio de comunica��o que � qualificado como o menos confi�vel: a internet. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) est� buscando mecanismos para combater as fake news. O ideal � que os candidatos tamb�m tenham suas pr�prias armas de defesa”, sugere o consultor do curso de pol�ticas p�blicas da Universidade Federal de Goi�s (UFG) Carlos Henrique Bezerra.

Pesquisas
Na �ltima pesquisa de inten��es de votos divulgada pela Confedera��o Nacional de Ind�stria (CNI), na semana passada, Bolsonaro aparece em primeiro lugar, tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede). O cen�rio analisado n�o conta com a presen�a de Lula nas elei��es de outubro. Em um caso hipot�tico de participa��o do petista, teoricamente impedido de concorrer por causa de Lei da Ficha Limpa, ele teria 33% das inten��es de voto, tornando-se, assim, o primeiro colocado na disputa.

Lula e Bolsonaro, que lideram o ranking em diferentes cen�rios, s�o tamb�m os primeiros colocados em �ndices de rejei��o, com 31% e 32%, respectivamente, segundo o levantamento feito pela CNI em parceria com o Ibope. “A gente s� precisa ter cuidado com os n�meros pr�vios porque, de fato, estamos no meio de Copa do Mundo e as prepara��es para o pleito s� come�am efetivamente em agosto. A tend�ncia � dar uma afunilada”, emenda Bezerra.

As pr�ximas movimenta��es dos presidenci�veis tendem a definir o futuro das campanhas, que ser�o mais curtas e ter�o menos dinheiro. � prov�vel que quatro candidatos desistam de concorrer: ou para tentar cargos “menores” ou para costurar alian�as rent�veis nas urnas. Ao menos um deles corre o risco de ter sua candidatura impugnada pela Justi�a Eleitoral. Outros podem desidratar e nem sequer sobreviver�o at� outubro.

 

 


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