Rio e S�o Paulo, 04 - Em representa��o ao juiz federal Marcelo Bretas, a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato do Rio apontou a "participa��o de Frederik Knudsen, executivo da Philips, em crimes de corrup��o, fraudes a licita��es e organiza��o criminosa, existindo, ainda, provas sobre a atua��o pret�rita do investigado para impedir que os fatos criminosos pudessem ser conhecidos por terceiros".
Al�m do empres�rio, outro executivo ligado � multinacional � alvo de pris�o na Resson�ncia, deflagrada nesta quarta-feira, 4, que mira contratos na �rea da sa�de celebrados pelo Estado do Rio de Janeiro e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into).
A PF p�e o empres�rio Miguel Iskin, alvo de novo decreto de pris�o nesta quarta, 4, como "l�der" dos desvios de verbas p�blicas para a Sa�de do Rio. De acordo com a Procuradoria, Frederik Knudsen era supervisor de vendas da Philips � �poca dos fatos e articulou as vendas de equipamentos para o Poder P�blico com Gaetano Signorini, funcion�rio da Oscar Iskin - empresa de Miguel -, e mesmo alertado por uma testemunha acerca dos flagrantes ind�cios de fraude a licita��o e superfaturamento, orientou o seu funcion�rio a prosseguir com tais pr�ticas".
"Vale dizer, portanto, que Frederik Knudsen tinha absoluto conhecimento do esquema fraudulento idealizado por Miguel Iskin para as contrata��es com o Poder P�blico e pagamentos de vultosas comiss�es no exterior para as empresas Avalena e Moses Trading", diz a Procuradoria.
Para os procuradores, Frederik "continua atuando em concurso com Antonio Georgete, acusado de intermediar contratos, nas negocia��es com o Poder P�blico", como ilustram e-mails obtidos pelos investigadores.
Segundo a Procuradoria, Dario Speranzini Junior "era CEO da empresa Philips Medical System � �poca dos fatos e atualmente exerce as fun��es de CEO da GE Healthcarena Am�rica Latina, empresa que tamb�m foi citada pelo delator Cesar Romero como integrante do denominado "clube do preg�o internacional"'.
"De fato, da an�lise das provas colhidas a partir da medida cautelar de quebra telem�tica autorizada nos autos especialmente em rela��o ao conte�do
da conta (...) utilizada por Miguel Iskin, foi poss�vel identificar que Daurio Speranzini J�nior permaneceu realizando as contrata��es esp�rias com o poder p�blico (Secretaria de Sa�de do Estado do Rio de Janeiro) por interm�dio da Oscar Iskin", diz a for�a-tarefa.
A Procuradoria tamb�m obteve e-mail em que s�o "debatidas quest�es a respeito da certifica��o de um equipamento vendido pela GE para a Secretaria de Sa�de por interm�dio da Oscar Iskin, especialmente com a atua��o de Miguel Iskin, e seus funcion�rios Gaetano Signorini e Marcus Vin�cius".
"Assim, como comprovado ao longo dessa medida cautelar, existem provas de que Daurio Speranzini Jr., na qualidade de executivo m�ximo da Philips tinha plena ci�ncia das fraudes a licita��es praticadas em conluio com Miguel Iskin e seus funcion�rios Marco Ant�nio Almeida, Marcus Vin�cius Almeida e Gaetano Signorini, por interm�dio da empresa Rizzi Com�rcio e Importa��o, Exporta��o e Representa��o", afirmam os procuradores.
A for�a-tarefa ainda destaca que 'mesmo alertado por um dos funcion�rios da empresa acerca das fraudes, optou por manter os contratos com o Poder P�blico e buscar eximir a empresa de qualquer responsabilidade sobre as vendas superfaturadas, apresentando requerimento de exclus�o da Philips do contrato firmado com o Minist�rio da Sa�de".
"A situa��o se reveste de maior gravidade se observado que mesmo ap�s a investiga��o interna ocorrida no �mbito da empresa, que culminou com a sa�da de Daurio Speranzini J�nior, este ingressou em outra empresa da �rea de sa�de por meio da qual permaneceu com as pr�ticas il�citas relativas � contrata��o com o Poder P�blico por interm�dio da Oscar Iskin", afirma o Minist�rio P�blico Federal.
Defesas
A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa da Philips e com os demais citados, mas n�o obteve respostas at� a publica��o desta mat�ria. O espa�o est� aberto para as manifesta��es de defesa dos citados.
(Constan�a Rezende e Luiz Vassallo)