Bras�lia, 05 - O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) reagiu irritado � Opera��o Registro Esp�rio da Pol�cia Federal que o associou a um suposto esquema de fraudes de registros sindicais. "Estou sendo enxovalhado por causa de uma safadeza", afirmou. Em entrevista no Pal�cio do Planalto no final da tarde desta quinta-feira, 5, Marun leu uma nota para relatar que "nunca" pisou no Minist�rio do Trabalho, mas admitiu que mandou, num procedimento de "rotina", uma assessora acompanhar sindicalistas de Mato Grosso do Sul numa visita � pasta.
Um dos principais conselheiros pol�ticos do presidente Michel Temer, Marun chegou a desmontar, durante a entrevista, a base usada para aparar os microfones das emissoras de r�dio e televis�o. "Eu vou apresentar uma queixa crime contra esse vazamento pusil�nime, canalha e vagabundo que me faz passar por esse constrangimento e deixou minha fam�lia sofrendo. Meu pai, de 87 anos, acaba de sair do hospital, e minha, est� com 86", disse, exaltado. "Se algu�m fez isso pensando que ia me assustar, se enganou redondamente", disse Marun. "� uma conspira��o asquerosa contra governo e o presidente Temer."
Ele sugeriu que o presidente Michel Temer deve escolher ainda na noite desta quinta o substituto do ministro do Trabalho, Helton Yomura, indicado pelo PTB, que foi afastado do cargo por decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF). "N�o vejo choque no afastamento. Mas n�o � mais poss�vel que o ministro continue nas suas fun��es."
Marun disse que todo o procedimento de mandar a assessora ao Minist�rio do Trabalho foi "rotina". Pelo relato de Marun, sindicalistas o procuraram para pedir apoio a demandas de suas institui��es. "Solicitei a uma assessora que acompanhasse esses sindicalistas ao Minist�rio do Trabalho para que fosse verificada possibilidade ou n�o �s reivindica��es apresentadas, uma coisa de rotina que fa�o diariamente em rela��o a v�rias quest�es", disse. "Agora, um ato de rotina � usado de forma nefasta no sentido de denegrir minha honra e de meus familiares."
Marun disse que, na pr�xima segunda-feira, levar� � corregedoria da PF uma representa��o contra o "vazamento" de seu nome nas investiga��es. Depois, pediu �gua aos assessores. Ent�o, aproveitou os holofotes para pedir aos "companheiros" do Congresso que analisassem uma lei contra "abuso de autoridades". Ele disse que a inclus�o de seu nome na opera��o da PF foi uma retalia��o de alguns setores, sem explicitar quais. "Quando me dispus a protestar contra abusos praticados por setores das institui��es que deveriam zelar pela legalidade, eu sabia que poderia ser v�tima de retalia��es, s� n�o sabia que viriam de forma t�o covarde", afirmou. Questionado se fazia refer�ncia aos agentes federais, ele n�o negou: "N�o, at� porque o Judici�rio, diante do absurdo, n�o deu guarida a essa sanha vingativa." A PF pediu autoriza��o para fazer buscas e apreens�es em endere�os de Marun, mas o ministro Edison Fachin, do STF, n�o permitiu.
Na conversa com os jornalistas, Marun disse que, numa conversa com o deputado Jovair Arantes, l�der da bancada do PTB na C�mara, ficou acertado que o partido aceitar� "qualquer" decis�o que o presidente Michel Temer tomar� na escolha do novo ministro do Trabalho. A rela��o do governo com o PTB permanece inalterada. "Jamais vamos generalizar em rela��o ao todo do partido eventuais atitudes il�citas que tenham sido praticadas por algum de seus membros", disse Marun.
(J�lia Lindner e Leonencio Nossa)
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Marun diz que nunca pisou no Minist�rio do Trabalho e que vai � Justi�a
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