
S�o Paulo - Os partidos de esquerda que apresentaram nomes na disputa presidencial - PDT, PCdoB e PSB - j� consideram Fernando Haddad o virtual candidato do PT � Presid�ncia ap�s os recentes sinais emitidos pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, condenado e preso na Opera��o Lava-Jato. O avan�o do ex-prefeito de S�o Paulo, por�m, � alvo de forte oposi��o interna no PT.
A indica��o de que Haddad assumiu o posto de op��o preferencial de Lula caso a candidatura do ex-presidente seja barrada pela Lei da Ficha Limpa � clara aos olhos dos antigos aliados: foi escolhido para ser advogado de Lula, passou a ter tr�nsito livre com o ex-presidente, entrou na corrente Construindo um Novo Brasil, que � majorit�ria no PT. Al�m disso, foi o nomeado para representar Lula em uma conversa com o general Eduardo Villas B�as - o comandante do Ex�rcito tem se encontrado com os principais pr�-candidatos � Presid�ncia.
Al�m disso, Haddad tem viajado o Brasil na condi��o de coordenador do programa de governo do PT e mant�m contato frequente com l�deres de outros partidos. � como se fosse uma esp�cie de embaixador de Lula.
Para o presidente do PDT, Carlos Lupi, a escolha do PT foi feita. "O Haddad � o candidato do PT h� mais de um ano. Ele foi escolhido por Lula. Quem quiser se iludir, que se iluda. Escreva, anote e depois me cobre."
Questionado pelo Estado sobre uma eventual candidatura, Haddad respondeu de forma lac�nica. "N�o sou candidato", afirmou o ex-prefeito, que disse que ingressou na corrente majorit�ria do PT a pedido de Lula.
Um dos focos de resist�ncia a Haddad, no entanto, vem justamente de S�o Paulo, cidade que foi governada por ele. Reservadamente, petistas paulistanos dizem que o ex-prefeito se manteve distante do partido quando estava no poder. E temem que isso se repita caso ele chegue ao Pal�cio do Planalto.
A entrada na CNB aproximou Haddad de lideran�as com tr�nsito na m�quina partid�ria, como Rui Falc�o e Emidio Souza. Um deputado petista que integra a dire��o nacional do partido disse que Lula costuma emitir sinais trocados e que, por isso, seria precipitado considerar Haddad como o plano B.
Esse mesmo petista avalia que o ex-prefeito est� se expondo demais e considera o ex-governador baiano Jaques Wagner como o favorito de Lula. O problema � que Wagner resiste.
"Ele (Haddad) foi atr�s da carteira da OAB para se apresentar como interlocutor. Foi mais uma oferta que demanda. Tamb�m h� sinais de outros. N�o percebo sinaliza��o do pr�prio presidente", disse M�rcio Pochmann, presidente da Funda��o Perseu Abramo, bra�o te�rico do PT.
Assim como Haddad, Wagner tamb�m nega que possa disputar o Pal�cio do Planalto e repete o discurso da executiva petista de que n�o h� uma plano B para Lula. Mesmo assim, o nome dele � citado por pessoas pr�ximas ao ex-presidente como o preferido do l�der petista.
Um sinal disso foi a decis�o de entregar ao ex-governador da Bahia a miss�o de ler a carta que Lula escreveu para o lan�amento de sua candidatura presidencial em um evento em Contagem, Minas Gerais. Mas Wagner desistiu em cima da hora de fazer a leitura.
Procurada, a presidente do PT, senadora Gleisi Hofmann, disse, por meio de sua assessoria, que n�o trabalha com nenhum plano B e nem C para a eventualidade de Lula n�o poder entrar na disputa. A vers�o oficial do PT � de que Haddad foi convidado para ser advogado de Lula para fazer articula��es institucionais da pr�-candidatura do ex-presidente.
O partido argumenta ainda que Haddad precisa ter acesso a Lula para discutir o programa de governo do partido. O �ltimo encontro entre os dois ocorreu anteontem, na sede da Pol�cia Federal em Curitiba.