Bras�lia, 12 - O Pal�cio do Planalto amea�a tirar cargos do PP no governo se o partido decidir apoiar o pr�-candidato do PDT � Presid�ncia, Ciro Gomes. Terceira bancada da C�mara, com 49 deputados, o PP � o maior partido do Centr�o e controla os minist�rios da Sa�de, Cidades e Agricultura - com or�amentos que, juntos, somam R$ 153,5 bilh�es -, al�m de ter o comando da Caixa. A press�o do Planalto e diverg�ncias no bloco - tamb�m formado por DEM, Solidariedade e PRB - mant�m indefinida a posi��o do Centr�o na disputa.
Em reuni�o realizada nesta quarta-feira, 11, na casa do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os partidos que comp�em o grupo n�o chegaram a um acordo e escancararam a divis�o interna. Al�m das quatro siglas, participaram do almo�o na casa de Maia pol�ticos do PSC, do PHS e o ex-deputado Valdemar Costa Neto, chefe do PR.
Antes do encontro, o presidente Michel Temer fez chegar ao PP o seguinte recado: "Voc�s podem apoiar quem quiserem, menos Ciro Gomes". Em conversas reservadas, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, avisou, na semana passada, que trabalharia para que os "infi�is" perdessem os cargos. Auxiliares de Temer sabem que o PP n�o engrossar� a campanha do pr�-candidato do MDB, Henrique Meirelles, mas n�o querem ver o aliado aderindo ao rival.
Ciro chamou Temer, recentemente, de "quadrilheiro" e "ladr�o". Disse ainda que ele ser� preso. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), defende o aval ao pr�-candidato do PDT, posi��o compartilhada por Maia e pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), que dirige o Solidariedade. Uma parte do DEM, por�m, quer fechar acordo com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e o PRB negocia alian�a com o tucano. "Estamos pondo as diverg�ncias � mesa para ver como conseguimos construir as converg�ncias", disse o deputado Mendon�a Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educa��o de Temer.
Balan�a
Na pr�tica, o apoio do Centr�o � visto como fiel da balan�a na disputa ao Planalto. Se todos os partidos estiverem juntos, a avalia��o do pr�prio governo � de que o grupo pode desequilibrar o jogo em favor de um candidato. � por esse motivo que o Planalto age para evitar que o PP fique com Ciro.
O dote eleitoral oferecido pelo bloco � de, no m�nimo, 4 minutos e 12 segundos por dia no hor�rio eleitoral de r�dio e TV, que come�a em 31 de agosto. Somente as quatro legendas - DEM, PP, Solidariedade e PRB - re�nem 124 deputados e t�m palanques importantes, principalmente no Nordeste e no Sudeste. Embora o maior partido do grupo seja o PP, a for�a do DEM pode ser medida pelo comando da C�mara, zona de influ�ncia que a sigla quer manter na pr�xima legislatura.
�s v�speras das conven��es para oficializar os candidatos, esta quarta-feira foi marcado por muitas negocia��es de bastidores. Ap�s o encontro do Centr�o, por exemplo, Alckmin foi ao Congresso e se reuniu a portas fechadas com Ciro Nogueira. Pediu apoio, mas n�o obteve resposta. Presidente do PSDB, o tucano oferece a vice na chapa para quem fizer dobradinha com ele. "Queremos estar juntos para ganhar a elei��o e tamb�m para governar", disse Alckmin.
Na outra ponta, Valdemar Costa Neto se encontrou com o governador do Piau�, Wellington Dias (PT), e com o ex-ministro Jaques Wagner, que solicitaram a chancela do PR ao nome do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato.
O PR est� propenso a se unir ao deputado Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas em um cen�rio sem Lula. Na reuni�o desta quarta com o Centr�o, por�m, Costa Neto acenou com a possibilidade de indicar o empres�rio Josu� Gomes (PR) como vice na chapa de um candidato avalizado pelo Centr�o, se as negocia��es com Bolsonaro e o PT n�o prosperarem. Josu� � filho do ex-vice-presidente Jos� Alencar, morto em 2011.
O presidente do PRB, Marcos Pereira, deixou o encontro criticando os colegas. "A bancada do PRB est� cansada de ser usada. Os partidos maiores querem usar o tempo do partido e a estrutura, mas n�o h� reciprocidade. Todo mundo se fortalece e a gente continua na mesma", atacou Pereira, que � ex-ministro do governo Temer.
Em p�blico, ele defendeu o apoio ao pr�-candidato do PRB, Fl�vio Rocha, embora nos bastidores o partido queira emplacar o empres�rio como vice em alguma chapa. "A reciprocidade que falta � o espa�o devido pelo que representamos", afirmou o l�der do PRB na C�mara, Celso Russomanno (SP). "A gente n�o est� pedindo minist�rio A, B ou C, mas o espa�o que temos (no governo Michel Temer) � pouco." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Vera Rosa, Renan Truffi e Julia Lindner)
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Planalto interv�m para evitar apoio do PP a Ciro
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