S�o Paulo - A quatro dias do in�cio das conven��es partid�rias que definir�o os candidatos � Presid�ncia da Rep�blica, o cen�rio de indefini��o persiste na grande maioria das pr�-campanhas. Presidenci�veis ainda negociam alian�as e nenhuma das candidaturas consideradas competitivas, segundo as mais recentes pesquisas de inten��o de voto, conseguiu definir o candidato a vice na chapa.
Outros elementos apontados s�o a falta de poder de aglutina��o do governo federal e a diminui��o dos recursos para as campanhas com o fim do financiamento empresarial. Neste quadro, partidos e pr�-candidatos t�m deixado a defini��o das articula��es para a �ltima hora.
Momento importante do calend�rio eleitoral, as conven��es s�o reuni�es de filiados e delegados das siglas para a oficializa��o das candidaturas e alian�as partid�rias.
O PDT ser� a primeira legenda grande ou m�dia a realizar conven��o, na sexta-feira, quando vai anunciar a candidatura de Ciro Gomes. O ex-ministro e ex-governador do Cear� negocia um arco de alian�as que vai do PCdoB ao DEM (incluindo agremia��es do chamado Centr�o, como PP e Solidariedade). N�o deve ser anunciado, por�m, nenhum acordo partid�rio nem o companheiro de chapa de Ciro.
"No dia 20, vamos fazer nossa conven��o e anunciar a candidatura do Ciro. Se tiver novidade at� l�, �timo. Se n�o, deixaremos delegados � executiva os poderes para definir (coliga��es e o cargo de vice)", disse o presidente do PDT, Carlos Lupi.
O complexo cen�rio eleitoral fez com que, al�m de Ciro, outras pr�-candidaturas mais bem posicionadas nas pesquisas em cen�rios sem o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) - Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) - ainda n�o tenham fechado acordos para postulantes a vice. O PT insiste em Lula, condenado e preso na Lava Jato, embora o ex-presidente esteja potencialmente enquadrado na Lei da Ficha Limpa. O partido dever� protelar ao m�ximo o an�ncio de eventual "plano B".
A maior parte das siglas (PSDB, Rede, MDB, Podemos e Novo) deixou as conven��es para 4 de agosto, v�spera do prazo final. O PSB far� a reuni�o na data-limite: 5 de agosto.
A mais recente pesquisa Ibope mostrou que a "taxa de aliena��o", que considera a soma de absten��es com votos em branco e nulos, alcan�ou 41%. Essa indefini��o � considerada in�dita a cem dias das elei��es desde a redemocratiza��o. Para especialistas, esse fen�meno influencia a escolha do vice, j� que ainda n�o h� uma defini��o clara entre os pol�ticos dos perfis que o eleitorado procura.
'Incertezas'
"A quest�o do vice est� muito ligada ao tempo de TV e � alian�a nos Estados. Desta vez, al�m disso, temos um eleitorado que est� tendendo aos extremos. Acredito que os candidatos estejam procurando vices que, al�m dos benef�cios de tempo de TV, agreguem algo � prefer�ncia do eleitor. Agora, incertezas geram incertezas", disse o cientista pol�tico da PUC Minas Malcon Camargo.
Para Carlos Melo, do Insper, os "partidos est�o em compasso de espera". "Vivemos um momento at�pico. Uma crise complicada, com os principais partidos em um momento de muito desgaste. O governo federal n�o tem poder de aglutina��o. N�o estamos divididos entre situa��o e oposi��o, porque o governo � fraco e desgastado. E deixa a oposi��o um pouco perdida", disse. "Ainda tem o caso do Lula, que provavelmente n�o ser� candidato, mas est� na narrativa do PT. Isso causa uma indefini��o muito grande."
Nesse aspecto, h� negocia��es que abrangem espectros pol�ticos bem diferentes. O PR articula alian�a em conjunto com o Centr�o ou pode fazer dobradinha com o PT ou o PSL de Bolsonaro. Por enquanto, o PSOL, que far� conven��o no s�bado, � o �nico que definiu uma chapa pura para o Planalto: Guilherme Boulos e a ind�gena Sonia Guajajara. O PCdoB vai decidir entre os dias 21 e 23 a estrat�gia. Est�o na mesa tr�s propostas: a manuten��o da candidatura de Manuela d'�vila, apoio ao nome do PT ou alian�a com Ciro.