
Com o fim da negocia��o com o Partido da Rep�blica (PR), o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) parte para uma disputa complexa, at� agora sem tempo de televis�o e sem palanques de pol�ticos tradicionais nos estados. O an�ncio do encerramento das tratativas com a legenda de Valdemar do Costa Neto foi feito ontem � tarde enquanto o pr�-candidato do PSL participava de um encontro com produtores de bananas no interior de S�o Paulo, na cidade de Sete Barras.
Com sete segundos de televis�o, um dos principais objetivos do PSL, ao firmar a alian�a com o PR, era conquistar mais tempo de televis�o. Com a grande bancada, o Partido da Rep�blica agregaria 1 minuto e meio a mais de exposi��o de Bolsonaro na programa��o. “O PSL teria que sacrificar candidatos pr�prios em favor de candidatos do PR, principalmente em estados como SP e RJ, e isso n�o valeria o tempo que ganharia com a alian�a”, afirmou Major Ol�mpio (PSL-SP).
O deputado assegurou que n�o h� mais negocia��es entre o partido de Costa Neto e o de Bolsonaro. “Est� sepultada a alian�a com o PR”, contou. Ele tamb�m sustentou que o vice de Jair ser� o general Heleno. “N�o vamos formar alian�as que coloquem circunst�ncias contra os nossos princ�pios”, disse. Por�m, o PRP ainda n�o confirmou que far� parte da chapa.
A quatro dias de oficializar a candidatura � presid�ncia em conven��o nacional, o PSL recusou exig�ncias da legenda comandada por Costa Neto depois de a negocia��o se arrastar por semanas. Agora, uma ala do PR, ligada ao empres�rio Josu� Alencar (PR), filho de Jos� Alencar, continua defendendo o apoio ao ex-presidente Lula; outra prefere dialogar com o centr�o e pensa em Ciro Gomes (PDT). Geraldo Alckmin (PSDB) tamb�m n�o deixa de ser alternativa.
Nos �ltimos dias, v�rias reuni�es de alinhamento t�m sido feitas para tentar unificar o discurso do Partido Republicano. O l�der do PR na C�mara, Jos� Rocha (PR-BA), deve se encontrar com Costa Neto amanh�. A reuni�o, mesmo que n�o tenha este objetivo central, vai discutir quem o partido vai apoiar na corrida eleitoral.
“Est�vamos caminhando muito bem para o Bolsonaro. Vamos esperar a Gleisi (Hoffmann) se reunir com Lula na quinta”, disse o l�der. Especula-se que o partido de Costa Neto alie-se ao bloc�o formado por DEM, PP, PRB e SD, que flerta com o pedetista Gomes. Embora favorito de uma pequena parcela dentro do partido, o ex-governador cearense se mostra como uma alternativa vi�vel ao PR, que n�o fechar� mais com Bolsonaro.
Com as cartas sendo colocadas � mesa, o empres�rio da ind�stria t�xtil e rec�m-filiado ao PR Josu� Christiano Gomes da Silva, conhecido como Josu� Alencar, foi um dos nomes mais resistentes a Bolsonaro. Taxado como um bom nome para vice do PT, partido no qual seu pai, Jos� Alencar, esteve com Lula e como uma op��o adequada � composi��o com Ciro Gomes, pr�-candidato do PDT, Josu� espera o posicionamento do PR.
Divis�o
Para Ricardo Ismael, cientista pol�tico e professor da PUC no Rio de Janeiro, h� uma fragmenta��o dentro dos partidos brasileiros, e o PR tem seguido essa tend�ncia. “O PR, ao mesmo tempo em que v� a for�a do Lula e pensa em apoi�-lo, seguiu a postura do senador Magno Malta quando pensou em fechar com Bolsonaro. Na aus�ncia de uma lideran�a forte dentro do partido, os filiados tendem a se dividir, o que traz o impasse”, analisa. Malta j� foi cotado por Jair como vice em sua chapa, mas o parlamentar do Esp�rito Santo recuou e preferiu disputar uma vaga no Senado.
A indefini��o tem sido uma das caracter�sticas do cen�rio pr�-elei��es, principalmente em rela��o aos partidos que n�o t�m indica��o para candidato � presid�ncia. Ricardo Ismael credita a aus�ncia de alian�as precoces �s negocia��es n�o concretizadas, ou seja, enquanto n�o se sabe o que vai ser oferecido, os tratados n�o s�o firmados. “Se houver algum tipo de impasse, o partido pode caminhar at� para a neutralidade. O Valdemar, com a expertise pol�tica que tem, n�o vai cometer o erro de comprometer a coes�o interna”, explica o cientista pol�tico.