S�o Paulo, 24 - Ap�s acertar na semana passada o apoio ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa presidencial, os dirigentes do Centr�o reivindicam agora uma participa��o efetiva na coordena��o de campanha e na elabora��o do futuro programa de governo do tucano. O bloco partid�rio, formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB, pretende indicar o nome do coordenador de campanha e defende que seja algu�m com tr�nsito em todos os partidos.
O Centr�o deve anunciar oficialmente na quinta-feira, em Bras�lia, a alian�a com Alckmin. As siglas indicaram o nome do empres�rio Josu� Gomes como vice na chapa, sugest�o que foi acatada pelo presidenci�vel do PSDB. Havia expectativa da campanha tucana de que a dobradinha com o empres�rio mineiro - filho do ex-vice-presidente Jos� Alencar, que morreu em 2011 -, fosse anunciada nesta segunda-feira, 23, mas as primeiras conversas n�o foram conclusivas. Alckmin se reuniu em S�o Paulo com Josu� e o ex-deputado Valdemar Costa Neto, l�der informal do PR.
O presidente da ind�stria t�xtil Coteminas disse, conforme relatos, que o ex-governador deveria ficar � vontade se quiser procurar outro nome do bloco para o posto de vice que acrescente eleitoralmente. O teor de parte da conversa foi transmitido por Costa Neto ao l�der do PR na C�mara, Jos� Rocha (BA).
Para aliados de Alckmin, a retic�ncia do empres�rio pode ter explica��o na sua rela��o com o PT. Josu� se filiou ao PR a pedido do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Ele era considerado por petistas como o vice ideal do candidato do partido.
A expectativa � de que o empres�rio s� se decida ap�s uma conversa com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). Segundo a assessoria de Pimentel, um encontro entre os dois est� previsto para esta ter�a-feira, 24, na capital paulista.
"N�o sei quem ser� meu vice, mas a indica��o do Josu� me honra muito. Se ele for o nome, �timo. Se n�o, vamos escolher juntos", disse Alckmin no programa Roda Viva da TV Cultura.
'Conselho pol�tico'. Para os dirigentes do Centr�o, a alian�a com Alckmin precisa avan�ar al�m da vaga de vice e o comando de sua campanha n�o pode ser "exclusivamente tucano". Eles reclamam da condu��o pol�tica da pr�-campanha, hoje sob chefia do ex-governador de Goi�s Marconi Perillo (PSDB). Uma das exig�ncias do DEM nas negocia��es com Alckmin foi a sa�da de Perillo do posto. O pedido foi feito pelo senador Ronaldo Caiado (DEM), advers�rio do ex-governador goiano.
Alckmin vai criar um conselho pol�tico com representantes dos dez prov�veis partidos que estar�o na coliga��o. "A expectativa � ter um grupo mais amplo para discutir os rumos da campanha e o programa de governo", disse o deputado Silvio Torres (PSDB-SP).
Os aliados, por�m, acham pouco e temem que o colegiado n�o tenha poder de fato. "� fundamental que haja n�o somente um conselho pol�tico, mas que os partidos da alian�a possam discutir de forma conjunta a constru��o do plano de governo para os pr�ximos quatro anos. N�o queremos que nosso apoio seja meramente eleitoral. N�o � esse o objetivo. Se essa fosse a inten��o, ter�amos outras op��es. Queremos sentar � mesa para governar juntos", disse � reportagem o presidente do PRB, Marcus Pereira.
"Um grande nome para coordenar a campanha � algu�m que tenha experi�ncia de campanha majorit�ria, viv�ncia para al�m de S�o Paulo, e onde Alckmin seja mais fraco, e que possa maximizar o potencial do candidato. Algu�m que tenha tr�nsito em todos os partidos", afirmou o deputado e ex-ministro da Educa��o Mendon�a Filho (DEM-PE).
O apoio do Centr�o ao tucano j� vem sendo explorado por advers�rios na disputa presidencial. "O condom�nio do Alckmin � agora o condom�nio que era da (presidente cassada) Dilma (Rousseff) em 2014", disse a presidenci�vel da Rede, Marina Silva, em evento com filiados da sigla em Piracicaba (SP).
No entorno de Alckmin, a avalia��o, por�m, � de que esse debate n�o alcan�a o "pov�o" e "vale o desgaste" em fun��o da inje��o de tempo de TV. Do tempo de Alckmin no hor�rio eleitoral, cerca de 40% se deve � alian�a com o Centr�o (mais informa��es nesta p�gina). O discurso para blindar o tucano est� pronto: ele precisa de ampla coaliz�o para ter for�a no Congresso e promover reformas. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Pedro Venceslau e Daniel Weterman, com colabora��o de Marianna Holanda, Jonathas Cotrim e Marcelo Osakabe)
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Centr�o cobra participa��o na campanha de Alckmin
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