
Antes do debate, uma pequena multid�o se reunia na frente da casa que receberia o encontro, e chegou a haver empurra-empurra por lugares. Ap�s a conversa, o ministro tirou fotos com muitas pessoas que se declararam f�s.
Questionado sobre o epis�dio de mar�o com o ministro Gilmar Mendes, no qual Barroso disse em plen�rio que o colega era "uma mistura do mal com o atraso" e tinha "pitadas de psicopatia", contemporizou.
"Quando vi na TV, pensei: essa pessoa n�o sou eu. Medito todos os dias, vivo de bem com a vida. Mas tamb�m n�o me arrependi. N�o tenho interesse de estimular isso", disse. Sem citar o nome do colega nem uma vez, ele lamentou que ficou uma impress�o de que o embate trata de diferen�as pessoais. "As diverg�ncias s�o filos�ficas, de um projeto de pa�s", afirmou, citando v�rios casos em que as opini�es dos dois magistrados divergem frontalmente.
Sobre a senten�a que condenou o ex-presidente Lula � pris�o, Barroso disse n�o ter lido a decis�o ou o ac�rd�o.
A conversa com Mendes foi uma reedi��o, ou uma continua��o, do debate que os dois magistrados travaram nas p�ginas dos jornais entre janeiro e fevereiro, quando Mendes publicou um longo artigo com cr�ticas ao STF.
"Quando o STF se torna f�rum criminal da classe pol�tica, fica sob os holofotes e os problemas se escancaram", disse no fim da tarde deste s�bado, 28. Ele acredita que quando o STF se torna individualista, ao mesmo tempo vira "lot�rico" e boicota a esfera p�blica.
Para Barroso, por�m, o Tribunal tem desempenhado bem dois papeis importantes das cortes institucionais no mundo: proteger institui��es e direitos fundamentais - ele citou exemplos como a proibi��o do nepotismo, valida��o da Lei da Ficha Limpa, imposi��o de alguma fidelidade partid�ria, restri��o ao foro privilegiado.
"O grande problema foi que o STF foi atirado na fogueira das paix�es desordenadas de compet�ncia criminal, virou um tribunal de primeiro grau com papel que nenhuma Suprema Corte exerce no mundo", disse o ministro.
Mesmo com a conjuntura de crise pol�tica no Brasil, Barroso refor�ou acreditar que o Pa�s avan�ou muito historicamente, mas lamentou que ele ainda seja "apropriado privadamente". "Este presidencialismo de coaliza��o que temos no Brasil, com o Estado desse tamanho, acaba sendo basicamente a defini��o de quais os parceiros do governo s�o autorizados a roubar", falou.
(Guilherme Sobota)