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Estado de Minas

"Deixarei que os mineiros fa�am seu julgamento", diz A�cio Neves

Senador diz que sua candidatura a deputado � gesto de desprendimento para ajudar a eleger Anastasia


postado em 04/08/2018 06:00 / atualizado em 04/08/2018 07:36

"Com a sua candidatura, (a ex-presidente Dilma) ter� a oportunidade de explicar aos mineiros as raz�es de tantos equ�vocos e erros" (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Depois de uma elei��o presidencial em que quase chegou ao Pal�cio do Planalto e de rejeitar a hip�tese de concorrer a qualquer cargo que n�o fosse governador de Minas ou que ocupa hoje, o senador A�cio Neves (PSDB) se reapresentou nesta semana aos mineiros como pr�-candidato a deputado federal. Em entrevista ao Estado de Minas, o tucano afirmou que n�o houve imposi��o nesse sentido do partido ou dos pr�-candidatos ao governo, Antonio Anastasia, e a presidente, Geraldo Alckmin. Admitiu, por�m, que a desist�ncia de buscar a reelei��o ao Senado foi a forma de ajudar os tucanos a tentar voltar ao Pal�cio da Liberdade. Escanteado nos eventos do antigo afilhado pol�tico, A�cio disse que saber� a “forma mais adequada de apoi�-lo”. O senador negou que esteja de olho numa vaga na C�mara para manter o foro privilegiado. Tamb�m afirmou que poderia “ficar escondido”, mas optou por enfrentar os eleitores e dar explica��es sobre as acusa��es que o envolvem na Lava-Jato, para que eles fa�am o julgamento. Na entrevista, A�cio tamb�m falou sobre a vinda para Minas do inqu�rito que investiga a constru��o da Cidade Administrativa.


Em dezembro do ano passado, o sr. disse que n�o seria candidato a deputado federal em hip�tese alguma. Agora diz que n�o foi f�cil tomar a decis�o de concorrer � C�mara. O que aconteceu?
Era algo que realmente n�o cogitava, mas a evolu��o do quadro pol�tico em Minas me levou a mais um gesto de desprendimento, que fa�o com muita serenidade. Minha prioridade sempre foi estimular o senador Antonio Anastasia a disputar a elei��o porque ele era quem mais aglutinava as for�as de oposi��o ao atual governo de Minas. E o processo de reconstru��o de Minas � algo t�o complexo e necess�rio que � preciso que n�s, o mais rapidamente poss�vel, possamos construir n�o somente a alian�a que nos leve � vit�ria, quem sabe at� possivelmente no primeiro turno, mas uma alian�a que vai nos dar for�a para, junto ao governo federal e ao Congresso, viabilizar as medidas que v�o tirar Minas deste estado ca�tico no qual est� mergulhada.

A �ltima pesquisa mostrou o senhor com chance de ganhar uma das vagas ao Senado. Houve algum pedido do senador Anastasia, do ex-governador Alckmin ou do partido para que o senhor desistisse?
Em nenhum momento houve qualquer tipo de imposi��o. O que houve foi sempre uma disposi��o minha de est�mulo da candidatura do Anastasia e de dizer que seria um fator de aglutina��o. Minha situa��o pessoal � uma quest�o secund�ria. Meu gesto ajuda Anastasia a ter espa�o para ampliar sua alian�a, dou a possibilidade para que fa�a a melhor op��o na composi��o da sua chapa e, paralelamente, ajudo no Congresso Nacional, com as rela��es constru�das ao longo de mais de 20 anos, a dar a sustenta��o que o governador vai precisar. Alguns podem achar uma abdica��o excessiva, pelos n�meros das pesquisas, mas tomei essa decis�o com alegria. Vivi alguns dos momentos mais importantes da minha trajet�ria pol�tica na C�mara dos Deputados. Talvez me sinta at� mais confort�vel nos embates duros da C�mara dos Deputados do que a passividade do Senado.

A quest�o do foro privilegiado teve alguma influ�ncia?
O foro privilegiado n�o existe, acabou. E fa�o quest�o de demonstrar com muita coragem o absurdo das falsas acusa��es de que tenho sido alvo. A Justi�a vai demonstrar aquilo que os mineiros aprenderam a conhecer durante pelo menos oito anos de mandato: a absoluta corre��o dos meus atos. Fui v�tima de uma perversa armadilha e articula��o que, eu reconhe�o, leva a um desgaste grande, mas nada � maior do que a verdade.

O ex-governador Geraldo Alckmin em momento algum saiu em sua defesa e, questionado se subiria no seu palanque, disse que n�o existe mais com�cio e que o candidato ao governo � o Anastasia. O sr. se sente tra�do?
Pelo contr�rio, apesar de toda a tentativa de que ele dissesse uma palavra contra mim, isso n�o aconteceu. O Geraldo Alckmin faz a sua campanha e tenho que fazer a minha, sou respons�vel pelos meus atos e darei explica��es em rela��o a eles, como todos. Ele pr�prio deu explica��es em rela��o �s a��es que faz. Acho que o governador Alckmin respondeu de forma muito adequada, s�o quest�es que devem ser respondidas junto � Justi�a e tenho feito isso, inqu�ritos j� foram arquivados, outros t�m uma clara motiva��o pol�tica. O tempo � que vai me permitir demonstrar isso. Desejo muita sorte ao governador Alckmin, porque ele ser� importante para o Brasil e especialmente para Minas Gerais.

Vai pedir voto para ele?
Claro que todos n�s do PSDB vamos pedir voto para ele e para o Anastasia, e acho que os brasileiros compreender�o que o caminho do centro � sempre o melhor que o dos extremos. O governador Alckmin pode ser benefici�rio, j� no primeiro turno, daqueles que n�o querem a reedi��o do governo de esquerda no Brasil, sobretudo comandado pelo PT, que tantos males trouxe, e tampouco uma proposta de extrema-direita que n�o atende aos interesses da pr�pria democracia. Geraldo encarnar� essa candidatura de centro, experiente, com coragem para fazer as reformas. Tenho certeza de que ele sair� com um grande resultado em Minas Gerais.

Em Minas, at� agora, o senador Anastasia, que � seu afilhado pol�tico, tem feito eventos sem falar do sr. Esperava ter sido mais lembrado? Como vai ser agora que assumiu a pr�-candidatura, vai entrar na campanha?
N�o vivo do passado, sei a obra que constru�mos em Minas Gerais, os mineiros sabem o governo que fizemos, minha a��o no Congresso. Compreendo que havia um momento de muita radicaliza��o na pol�tica e n�o posso querer que aqueles que querem me atacar tentem com isso atacar o governador Anastasia, cuja hist�ria � absolutamente respeit�vel. Saberei a forma mais adequada de apoi�-lo e ajud�-lo. Meu gesto de abrir m�o de uma disputa para o Senado, onde teria razo�veis chances de sair vitorioso, � um gesto de apoio e ajuda � elei��o de Anastasia. Vou ter que fazer campanha para mim e � natural que aqueles que votam em mim votar�o no governador Anastasia.

O sr. foi governador, candidato a presidente, j� � muito conhecido. Como vai ser a campanha? Vai andar o estado, focar mais na internet?
Vou, com muita alegria, andar por Minas Gerais, tenho v�rias regi�es agendadas. Claro que inicio uma campanha tardiamente, mas farei com muita serenidade e deixarei que os mineiros fa�am seu julgamento. N�o gero expectativas de resultados, mas farei com muita alegria, demonstrando que meu gesto ajuda Anastasia a vencer as elei��es, porque amplia sua alian�a e ajuda Minas a ter uma voz forte no Congresso.

Quando deputado, o sr. foi presidente da C�mara. Agora, com o seu partido fazendo alian�a com o Centr�o, chegando ao Parlamento pretende buscar novamente esse cargo?
N�o � uma pretens�o que eu tenha. Serei um aliado importante do governador Geraldo Alckmin, com quem tenho conversado. � importante sua elei��o para o Brasil e essencial para Minas Gerais para que o governador Anastasia, eleito, tenha um parceiro na busca de recursos e solu��es para os problemas mineiros. � natural que no Congresso, at� pelas rela��es que constru� ao longo da minha vida, eu tenha uma capacidade de articular a favor de Minas. Diferentemente do passado, o cargo para mim na C�mara n�o � t�o relevante neste momento.

A bancada de Minas n�o tem conseguido muitas coisas e o estado at� perdeu investimentos nos �ltimos anos. Em que sua presen�a mudaria isso?
Isso aconteceu em todo esse per�odo de governo do PT, nada veio para Minas. Com a a��o do governo do PT da ex-presidente Dilma, que agora volta a Minas em busca de mandato, perdemos a f�brica da Fiat para Pernambuco, perdemos um polo acr�lico da Petrobras para a Bahia. N�o tivemos investimentos na BR-381 e no metr� de BH durante todo o ciclo de governo petista sob o olhar complacente das lideran�as petistas mineiras. Mais do que nunca, pelo estado de calamidade a que o estado chegou, vamos ter que ter uma uni�o suprapartid�ria da nossa bancada e acho que posso, a partir da uni�o da nossa bancada, conseguir apoio de outros estados e partidos para impor uma agenda que atenda aos interesses de MG.

Como avalia a retirada da candidatura do Lacerda pelo PSB nacional, articulada com o PT, e qual impacto ter� na elei��o do Anastasia?
N�o sei qual vai ser o desfecho final, mas � um ato que n�s mineiros n�o estamos acostumados a ver, uma viol�ncia muito grande que vai ser julgada pelo eleitor. Como nossa oposi��o ao governo Pimentel � sempre muito clara, ent�o, acho que quanto menos candidatos tivermos nessa largada e quanto maior a soma das for�as em torno do Anastasia, melhor para uma defini��o mais r�pida das elei��es.

Acredita que Pacheco ainda possa ficar do lado do PSDB?
O meu gesto n�o deixa de ser uma sinaliza��o a todos aqueles que, mesmo tendo seus projetos, que s�o leg�timos e respeit�veis, compreendam que o interesse de Minas deve estar � frente dessas postula��es. Vamos aguardar, mas quanto maior a alian�a no in�cio da campanha, mais prov�vel a nossa vit�ria, que n�o � do PSDB, mas dos interesses de Minas, do resgate da gest�o, do planejamento e da efic�cia no governo de Minas.

Como avalia a pr�-candidatura da ex-presidente Dilma ao Senado?
Ela vai ter que fazer um grande esfor�o para conhecer Minas Gerais, vai caber aos mineiros julg�-lo. Os brasileiros pagam hoje o pre�o do que foi feito nos �ltimos anos do seu governo e o que foi feito para que o PT ganhasse aquelas elei��es, que nos levaram � maior recess�o da hist�ria republicana, com 12 milh�es de desempregados, e a ser um pa�s sem perspectivas de crescimento. Ela n�o conseguiu se manter na Presid�ncia, portanto, uma vit�ria de pirro. Com a sua candidatura, ter� a oportunidade de explicar aos mineiros as raz�es de tantos equ�vocos e erros. A campanha � o momento de as pessoas poderem responder. Vamos fazer uma campanha respeitosa, que n�o deixar� de fazer as cobran�as que devem ser feitas a ela e a todos que levaram Minas e o Brasil � situa��o que vivemos hoje.

Se eleito, o sr. tem mais quatro anos como parlamentar com as acusa��es �s quais responde. Teme alguma condena��o nesse per�odo?
Ao contr�rio, acredito que haver� o reconhecimento da corre��o dos meus atos e das acusa��es absurdas de alguns pseudodelatores levados a fazer acusa��es de forma direcionada, muitas vezes at� com participa��o de membros do MP. Agora se apresenta um deles denunciado pelo pr�prio MP, que na verdade construiu uma armadilha de transformar uma rela��o de empr�stimo privado em uma grande den�ncia em que n�o houve dinheiro p�blico ou favorecimento de ningu�m. Mas tenho experi�ncia suficiente para saber que apenas o tempo vai permitir que as pessoas tenham clareza em rela��o ao que aconteceu. Podia estar me escondendo, mas n�o. Vou � campanha, vou � luta, caminhar de cabe�a erguida em Minas e dar uma demonstra��o de responsabilidade com Minas. Tenho certeza de que a hist�ria bonita que constru�mos em Minas n�o est� tendo ainda sua �ltima p�gina escrita. Teremos ainda belas p�ginas para escrever.

O inqu�rito da Cidade Administrativa veio para o estado. Acredita que v� andar mais r�pido?
Tomara que ande, at� porque j� houve um inqu�rito atrav�s de uma den�ncia an�nima, feito pelos nossos advers�rios, e foi arquivado porque a licita��o e todo o processo s�o absolutamente corretos, acompanhados pelo TCU, pelo Minist�rio P�blico do estado, uma auditoria independente permanente, e at� os reajustes que as empresas pediam e legalmente cabia ao estado aprovar n�o foram feitas. Existe em tudo isso um grande componente pol�tico, vamos enfrentar isso. Os homens p�blicos t�m de estar prontos a dar todas explica��es, n�o me furtarei a d�-las, mas tudo o que foi apresentado at� hoje mostra a absoluta corre��o de todos os membros do meu governo, n�o apenas naquela obra, mas em outras, que somaram em torno de R$ 52 bilh�es, sem que houvesse qualquer den�ncia. Deixei o governo aprovado por mais de 80% dos mineiros e os ataques que recebi vinham de nossos advers�rios. Pela minha dimens�o nacional, eles se transformaram em acusa��es tamb�m em n�vel nacional. Vamos esclarecer cada uma delas e dar um novo caminho � nossa trajet�ria. Temos ainda muitos servi�os a prestar a Minas.

 


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