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Estado de Minas POL�TICA

Su��a sabia de tortura a opositores no Brasil, diz telegrama de ex-c�nsul


postado em 10/08/2018 13:37

Documentos confidenciais de uma das chancelarias mais ativas na Europa mostram que diplomatas de Berna, na Su��a, tinham conhecimento do uso de viol�ncia contra opositores por parte dos militares brasileiros durante a ditadura (1964-1985). Para a diplomacia su��a, a c�pula do regime sabia dos casos de tortura, aprovava essa pr�tica e adotou a "severa repress�o" para se manter no poder.

Num telegrama de 24 de outubro de 1973, o ent�o c�nsul su��o no Rio, Marcel Guelat, escreve ao secret�rio-geral do Departamento de Pol�tica do Minist�rio das Rela��es Exteriores, embaixador Ernesto Thalmann, sobre a situa��o no Pa�s. O texto - intitulado "Tortura no Brasil" - era uma resposta a um pedido de Berna por informa��es.

No texto de oito p�ginas, o c�nsul afirma que a tortura foi "sempre praticada mais ou menos de forma aberta". "Ainda que a situa��o econ�mica do Brasil acuse uma recupera��o importante, em contraste com os pa�ses vizinhos, n�o � menos verdade que a ditadura militar pretende se manter no governo por meio de uma repress�o muito severa."

Tradicionalmente neutra, a diplomacia su��a usou de sua posi��o pol�tica para dialogar ao longo dos anos 1970 com diferentes governos latino-americanos, de esquerda e direita. Berna ainda foi escolhida por EUA e Cuba como o governo que manteria a comunica��o entre Havana e Washington, no auge da Guerra Fria. No caso do Brasil, sua fun��o foi manter os canais abertos.

Os documentos indicam ainda que os diplomatas mantinham uma postura cr�tica em rela��o �s viola��es praticadas no Pa�s. No envio de informa��es ao governo su��o, o diplomata cita o Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops), "conhecido por sua brutalidade". "Certas unidades do Ex�rcito come�am a recorrer a diversos m�todos de tortura: puni��es corporais, queimaduras, eletrochoques, c�maras frias, etc.", disse o diplomata aos seus superiores em Berna.

Para ele, n�o existiam d�vidas sobre o envolvimento da c�pula do governo brasileiro. "Dada a disciplina militar que reina na tropa, me parece impens�vel que essas fatos sejam ignorados pelo escal�o mais elevado, mas, sim, nos faz acreditar que o governo brasileiro mudou de ideia e que aprova o emprego da tortura, enquanto continua a negar os fatos", afirmou.

Relato

O c�nsul disse ainda que ouviu o relato da "ex-su��a Graciela Fadul", casada com o ent�o deputado Wilson Fadul e ex-ministro da Sa�de do governo Jo�o Goulart. "Ela declarou ao consulado que seu filho, um brasileiro, havia sido torturado de forma selvagem durante dez dias pela Pol�cia Militar, sob a acusa��o de pertencer a um grupo subversivo", escreveu. "Como nada contra ele foi provado, ele foi liberado, em um estado de sa�de horr�vel."

O diplomata tamb�m fez uma avalia��o cr�tica da Justi�a do Pa�s durante a ditadura. "Ao longo da hist�ria do Brasil, o Poder Judici�rio foi sempre respeitado e soube conservar seu prest�gio", afirmou.

"Hoje, n�o � mais o caso, j� que a Justi�a perdeu suas prerrogativas por conta de atos institucionais decretados pelo governo militar. O estado policial substituiu o estado de direito", completou o diplomata no telegrama a Berna. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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