
Na reta final para a defini��o das candidaturas – quarta-feira (15) � o prazo limite para os partidos registrarem suas chapas e coliga��es – as aten��es de grandes partidos em Minas Gerais se voltam hoje para Bras�lia, onde o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga se Marcio Lacerda (PSB) disputar� o Pal�cio da Liberdade. A presen�a – ou aus�ncia – do ex-prefeito da capital mineira na corrida pelo governo de Minas altera completamente o quadro eleitoral e vai influenciar o rumo n�o s� do PSB, mas do PT, do MDB e de outras legendas menores do estado.
“Todos os partidos v�o acompanhar de perto esse julgamento. O MDB conta com a permiss�o do tribunal para que Marcio seja candidato e possamos ter uma terceira via forte na elei��o, com Marcio e Adalclever. Participamos das articula��es pol�ticas e do trabalho jur�dico pela manuten��o da candidatura e os argumentos s�o muito s�lidos. N�o estamos pensando em plano B no momento”, afirmou ontem Saraiva Felipe, presidente da comiss�o estadual provis�ria do MDB.
No PT, a defini��o sobre a candidatura de Lacerda pode alterar a composi��o da chapa que ser� lan�ada para o Senado Federal. No acordo firmado pelas executivas nacionais do PT e do PSB – tratado que determinou a desist�ncia de Lacerda ao governo de Minas e de Mar�lia Arraes, do PT, ao governo de Pernambuco – foi oferecido ao ex-prefeito de BH uma vaga para disputar uma cadeira no Senado. A chapa da coliga��o ficaria ent�o com os nomes da ex-presidente Dilma Rousseff e de Lacerda.
Em jantar na semana passada para arrecadar recursos para sua campanha � reelei��o, o governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que Lacerda � bem-vindo para concorrer na segunda vaga ao Senado da coliga��o. “Todos do campo democr�tico popular s�o bem-vindos e creio que o Marcio � um pol�tico do nosso campo”, disse o governador.
O socialista, no entanto, recusou de forma veemente a oferta petista. “A mim foi oferecida, como alternativa ao governo de Minas, a candidatura ao Senado com o PT, sugest�o da qual prontamente discordei”, afirmou Lacerda, que se disse ainda “indignado e revoltado” com o acordo entre as duas legendas em �mbito nacional. Mesmo com a candidatura sob risco de ser impedida pela Justi�a, Lacerda passou o fim de semana preparando seu plano de governo e pretende registrar suas propostas para o estado no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) hoje ou at� amanh�.
O julgamento Hoje, a partir das 14h, os sete ministros do TSE v�o analisar uma a��o ajuizada por Marcio Lacerda e pelo ent�o presidente da comiss�o estadual do PSB Jo�o Marcos Lobo – atualmente, ele est� destitu�do do cargo.
O pedido contesta a compet�ncia do presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, de dissolver a comiss�o provis�ria do partido em Minas. No in�cio do m�s, o ministro Napole�o Nunes Maia, da Corte Eleitoral, validou a interven��o da Executiva Nacional na comiss�o mineira, mas, no mesmo dia, Lacerda conseguiu uma liminar favor�vel no TRE-MG para manter sua candidatura.
Nos �ltimos dias, os dois lados subiram o tom dos ataques. Em peti��o apresentada no TRE mineiro, o PSB nacional classificou como “nova aventura judicial” o pedido feito por Lacerda para anular as delibera��es do congresso socialista. Eles acusaram o ex-prefeito de ter um “projeto pessoal de poder” e de cometer “patente litig�ncia temer�ria”, ou seja, estar alterando os fatos ocorridos na tentativa de manter sua candidatura. Lacerda rebateu no mesmo tom, chamando o acordo nacional entre PSB e PT de um “golpe contras os mineiros”.