
O depoimento fez parte do processo decorrente da Opera��o Unfair Play, que investiga suposta compra de votos para o Rio sediar a Olimp�ada de 2016. A oitiva de ontem tinha foco na participa��o do empres�rio Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, que est� foragido.
Diante de Bretas, o ex-governador voltou a admitir que fez uso de recursos n�o contabilizados, e que utilizou pelo menos parte do dinheiro da campanha para uso pessoal.
"Fiz uso de caixa 2. N�o estou dizendo que � um mal menor. N�o � estrat�gia de defesa", disse Cabral. "O que n�o fiz foi pedir propina, agir como corrupto. Eu nunca cheguei ao Arthur Soares para pedir isto ou aquilo."
Segundo Cabral, o empres�rio - que tinha alguns dos principais contratos com o governo do Rio - colaborou com sua campanha nas elei��es de 2002 (o emedebista, na ocasi�o, concorreu ao Senado), 2006 e 2010 (governo do Estado). Tamb�m doou, a pedido de Cabral, recursos a aliados do ex-governador nos pleitos municipais de 2004, 2008 e "talvez" 2012. "Recebi em torno de R$ 5 milh�es", calculou.
Sergio Cabral procurou tamb�m se desvincular de atos nos quais secret�rios de seu governo s�o investigados por suposto recebimento de propina, caso, por exemplo, do ex-chefe da pasta da Sa�de, S�rgio C�rtes. "Eu descentralizava tudo", afirmou. "N�o posso responder por terceiros."
C�rtes dep�s logo na sequ�ncia. Ele � suspeito de ter feito reformas na cobertura onde mora custeadas pelo empres�rio Rei Arthur. O ex-secret�rio de Sa�de negou a propina e prometeu apresentar as notas fiscais que comprovariam que ele pr�prio fez o pagamento.
S�rgio C�rtes, por�m, admitiu que alguns contratos firmados por sua pasta durante a gest�o Cabral eram viciados. Tinham cl�usulas restritivas, que direcionavam a vit�ria nos processos de licita��o para empresas de Arthur Soares, afirmou.
O ex-secret�rio tamb�m foi questionado por Bretas sobre a declara��o de Cabral, de que nunca pediu nada em troca por doa��es de campanha. C�rtes foi direto: "Eu n�o consigo absolutamente distinguir propina de doa��o de campanha".
O terceiro e �ltimo depoimento de ontem foi da empres�ria Eliane Pereira Cavalcanti, s�cia de Arthur Soares. Apesar da proximidade, Eliane negou ter conhecimento de qualquer irregularidade praticada pelo s�cio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.