Apontado como intermedi�rio do assassinato do l�der quilombola Flaviano Pinto Neto, ocorrido no dia 30 de outubro de 2010, em S�o Jo�o Batista, na Baixada Maranhense, o ex-policial militar Josuel Sodr� Sab�ia foi condenado pelo Tribunal do J�ri Popular da comarca a 18 anos, oito meses e 12 dias de reclus�o, em regime inicialmente fechado. A morte do l�der quilombola ganhou repercuss�o nacional.
O julgamento foi realizado na quarta-feira, 22, na C�mara de Vereadores de S�o Jo�o Batista, pequena cidade com cerca de 20 mil habitantes a 280 quil�metros da capital S�o Lu�s. Na sess�o do j�ri, o Minist�rio P�blico foi representado pelo promotor de Justi�a Felipe Rotondo, que teve na assist�ncia de acusa��o o advogado Rafael Reis. Na defesa, atuou o advogado C�cero Carlos Medeiros. A sess�o do j�ri foi presidida pelo juiz Jos� de Ribamar Dias J�nior, titular da comarca.
Josuel Sab�ia foi condenado nas penas do crime de homic�dio duplamente qualificado, mediante promessa de recompensa e � trai��o, de emboscada, ou mediante dissimula��o ou outro recurso que dificulte ou torne imposs�vel a defesa do ofendido. As informa��es foram divulgadas pela Coordenadoria de Comunica��o do Minist�rio P�blico do Maranh�o.
O crime
Segundo o Minist�rio P�blico, Flaviano, que era presidente da Associa��o dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Charco e liderava a comunidade na luta pelo direito � terra, foi assassinado com sete tiros, depois de ser atra�do para uma emboscada pelo ex-PM Josuel.
O executor dos disparos foi Irismar Pereira, morto em 2013, dentro da Penitenci�ria de Pedrinhas, durante uma briga entre integrantes de uma mesma fac��o criminosa. Na ocasi�o, quatro presos foram mortos, tr�s deles decapitados.
No dia de sua morte, Flaviano, depois de participar de uma reuni�o na entidade que dirigia, foi levado a um bar por Josuel na garupa de uma moto, para tomarem cerveja.
Quando chegou no bar, o ex-PM pagou tr�s cervejas e saiu do local deixando a v�tima consumindo a bebida. Logo em seguida, Irismar entrou no bar de maneira sorrateira e disparou v�rios tiros de arma de fogo na cabe�a da v�tima, que morreu imediatamente.
Inicialmente, foram acusados pelo Minist�rio P�blico como mandantes do crime dois irm�os Manoel de Jesus Martins Gomes e Ant�nio Martins Gomes, que se dizem propriet�rios da terra que est�o em conflito com a comunidade quilombola.
Mas, o Tribunal de Justi�a do Maranh�o despronunciou os dois acusados, ou seja, n�o os levou a julgamento, por aus�ncia de provas de que tenham contratado Josuel Sab�ia. A reportagem n�o localizou a defesa de Josuel. O espa�o est� aberto para manifesta��o.
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