UPP foi marketing eleitoral, diz Garotinho em debate no Rio

No segundo debate entre candidatos ao governo do Estado do Rio, realizado nesta ter�a-feira, 28, o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) afirmou que a Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPP), criada no governo Sergio Cabral (MDB), foi um projeto de cunho eleitoral, e, por isso, "n�o deu certo". As UPPs baixaram os �ndices de homic�dios nas favelas a partir de 2008, mas essa redu��o n�o se perpetuou.

Garotinho, polarizando com o candidato Eduardo Paes (DEM), que � �poca da implanta��o das UPPs era aliado de Cabral, disse que a seguran�a passou a receber aten��o no sentido de confec��o de uma pol�tica p�blica apenas quando ele assumiu o Estado, em 1999. "N�o havia pol�tica de seguran�a antes do meu governo. A regra era 'atira primeiro e pergunta depois'. Vamos retomar."

O ex-governador ainda se intitulou pai das UPPs. "O que foi feito no Rio foi projeto. Pol�tica � uma coisa ampla. Infelizmente o programa de UPP, que foi concebido no meu governo e implantado no Morro do Caval�o, em Niter�i, experimentalmente, foi usado politicamente, como marketing eleitoral. Se tivesse sido usado de forma correta, talvez tivesse dado certo."

Falando tamb�m sobre seguran�a, Paes defendeu a��es r�pidas para reduzir a viol�ncia nas ruas e a��es mais pontuais da pol�cia. "Tem que agir com mais intelig�ncia. A gente est� vendo inocentes e policiais morrendo o tempo inteiro. Tem que ter a��o mais cir�rgica. As For�as Armadas t�m que ser mantidas, auxiliando o governador."

O ex-prefeito alfinetou Garotinho dizendo que os �ndices de criminalidade em seu governo e no de sua mulher, Rosinha Garotinho (PRP), de quem foi secret�rio de seguran�a, eram "na lua". Paes aproveitou para mencionar que Cabral e Garotinho se apoiaram mutuamente em elei��es no passado.

Quando o tema passou para transportes, o candidato Tarc�sio Motta (PSOL) ligou Paes ao chamado "rei do �nibus" do Rio", Jacob Barata Filho, acusado de liderar a m�fia dos transportes h� d�cadas no Estado. Ele apontou descoberta da Lava Jato de que Paes trocou mensagem de WhatsApp com Barata Filho. Paes respondeu que "como prefeito, dialogava com todo mundo".

"A prefeitura privilegiou transporte sobre rodas. A gente n�o vai resolver o problema dos transportes no Rio se n�o tirar os transportes da m�o dessa m�fia. Entre a licita��o montada pelo Eduardo Paes e a realidade h� uma diferen�a de mais de R$ 3 bilh�es, que entraram no bolso do Jacob barata e seus comparsas", afirmou Tarc�sio, defendendo que os �nibus funcionam como modal alimentador dos transportes de massa, trens, metr� e barcas.

Tamb�m participam do debate, no jornal O Globo, o candidato Indio da Costa (PSD). Rom�rio (Podemos), tamb�m convidado, n�o compareceu. A assessoria de imprensa da campanha informou estar em agenda por oito cidades do interior do Estado. Segundo o O Globo, o candidato "n�o aceitou o convite". Sua cadeira foi mantida vazia.

Divulgada no �ltimo dia 20, a primeira pesquisa do Ibope para o governo do Rio mostrou empate t�cnico entre Rom�rio, que tem 14% das inten��es de voto, Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da capital, com 12%, e Anthony Garotinho (PRP), ex-governador do Rio, tamb�m com 12%. A margem de erro � de tr�s pontos percentuais, e o levantamento tem 95% de n�vel de confian�a.

Tarc�sio tem 5% das inten��es de voto, Indio, 3%, Marcia Tiburi (PT), 2%, e Pedro Fernandes (PDT), tamb�m 2%. Wilson Witzel (PSC), Andr� Monteiro (PRTB), Marcelo Trindade (NOVO) e Daisy Oliveira (PSTU) est�o todos com 1%. Luiz Eug�nio (PCO) n�o foi citado pelos entrevistados. Brancos e nulos somam 35% e 11% dos entrevistados disseram n�o saber em quem v�o votar.

Os �ndices de rejei��o tamb�m foram divulgados. Garotinho lidera, com 55%, seguido de Paes (38%), Rom�rio (23%), Indio (18%) e Tarc�sio (12%). A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 20 deste m�s - depois, portanto, do debate da Band, o primeiro da campanha.

Foram ouvidas 1.204 pessoas no levantamento. Sondagens anteriores colocavam Rom�rio � frente, seguido de Paes e Garotinho, mas sem empate triplo. A pesquisa est� registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), sob os n�meros BR-00596/2018 e RJ-03249/2018.