Em discurso para uma associa��o de aposentados e pensionistas em Jundia� (SP), neste domingo, 2, o candidato � Presid�ncia pelo PDT, Ciro Gomes, atacou o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) e xingou o candidato ao governo de S�o Paulo Jo�o Doria (PSDB). Ao defender propostas de seu programa de governo, Ciro afirmou que Bolsonaro quer se beneficiar ao falar sobre valores crist�os e chamou Jo�o Doria de "vagabundo" e "nojento".
Enquanto Bolsonaro lidera as pesquisas de inten��o de voto no cen�rio em que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva n�o � apresentado como candidato, Doria est� � frente nas sondagens para o governo paulista. Em S�o Paulo, o PDT lan�ou a candidatura do ex-prefeito de Suzano Marcelo C�ndido para o Pal�cio dos Bandeirantes.
Ciro tentou descolar seu discurso da chamada extrema esquerda ao defender uma uni�o do Pa�s. "Esse pa�s est� doente, est� muito doente. Porque algum pode pensar, e querem fazer isso comigo, que eu tenho olho vesgo, que eu sou da esquerda, que eu s� vejo o lado do pobre, que eu n�o sei que o Pa�s precisa se unir. N�o, n�o, esse a� � outro", disse Ciro, enfatizando que o seu desejo era "encerrar essa luta odienta de coxinhas e mortadelas".
Ao falar sobre Bolsonaro, o pedetista disse que "ideia da dec�ncia" n�o pode ser vantagem e que o discurso de "crist�o" e "fam�lia" n�o pode superar a discuss�o sobre o modelo de economia para o Brasil. "O Paulo Guedes (assessor econ�mico de Bolsonaro) prop�e formalmente privatizar Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econ�mica", citou.
Ele ainda fez refer�ncias ao discurso do candidato do PSL conta a descriminaliza��o do aborto. "Ningu�m toca no assunto, chega elei��o come�a o debate para que o miser�vel evang�lico, o pobre cat�lico, o paup�rrimo neopentecostal vote por �dio, por valores secund�rios e n�o entenda o elefante do circo", disse Ciro, ao comparar o eleitoral como um elefante de circo que "levanta a patinha quando o domador faz o sinal."
Doria
O candidato do PSDB ao governo de S�o Paulo, Jo�o Doria, foi alvo das cr�ticas mais agudas de Ciro em seu discurso em Jundia�. Os coment�rios sobre o tucano foram feitos ap�s o pedetista ter encerrado sua fala em um ato organizado por militantes e pedir para falar novamente porque havia esquecido de citar os candidatos de seu partido no Estado.
Ciro acusou Doria de, enquanto presidente da Embratur no governo Jos� Sarney, ter defendido um projeto que levaria turistas para presenciar a seca no Nordeste. "Esse vagabundo era presidente da Embratur e anunciou uma linha de turismo para o povo rico do estrangeiro e do Brasil ir ver a seca no Nordeste. Ent�o n�s temos muita raiva dele porque � uma pessoa que n�o respeita o m�nimo da dignidade humana", disse Ciro, afirmando que o tucano "enganou" a popula��o da capital paulista. "Isso � um nojento, acreditem em mim."
Candidato do PDT ao governo de S�o Paulo, Marcelo C�ndido afirmou em seu discurso que Doria � o advers�rio a ser batido na campanha eleitoral. "Jo�o Doria � o advers�rio que vamos bater nas urnas porque as pessoas v�o o conhecendo melhor", declarou o candidato, que tamb�m acusou o tucano de ter incentivado o "turismo da seca" quando presidiu a Embratur.
SPC
Na agenda de campanha, Ciro usou sua proposta de limpar o nome de brasileiros endividados no SPC e na Serasa como a principal bandeira. O programa foi aclamado por militantes que, a cada refer�ncia � ideia, gritavam "SPCiro!". Ap�s o discurso, o candidato garantiu em entrevista � imprensa que sua proposta � fact�vel. "Isso � perfeitamente pratic�vel e sou um homem muito s�rio. Nunca ningu�m me viu apanhado em n�o honrar minha palavra. � s� perguntar a quem me conhece", insistiu.
A proposta do candidato prev� que um grupo de devedores assuma a d�vida de uma pessoa que venha a aderir ao programa de refinanciamento e eventualmente n�o pague as parcelas. Pela programa de Ciro, o governo federal vai organizar os devedores em grupos de cinco a dez pessoas em um sistema chamado "aval solid�rio". "Se uma pessoa do grupo n�o pagar a sua presta��o, os outros membros se responsabilizam pelo pagamento", diz a cartilha feita pela campanha do candidato para explicar a ideia.
Neste domingo, Ciro negou que o modelo de avalistas seja "pegadinha" para o consumidor. Ele argumenta que o Banco do Nordeste tem um modelo parecido em que a inadimpl�ncia � de 1,4% por ano. Para ele, o "aval solid�rio" � necess�rio porque as pessoas pobres n�o tem bens para dar em garantia na negocia��o.
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