Em debate com estudantes do Ensino M�dio da rede p�blica e particular da capital paulista, o economista Guilherme Mello, um dos respons�veis pelo programa econ�mico do PT na campanha presidencial, refor�ou a estrat�gia do partido para solucionar as contas p�blicas brasileiras.
"A ideia do PT tem uma premissa diferente da maioria das candidaturas. Queremos primeiro reativar a economia e o emprego, para a� sim atacar o d�ficit fiscal", comentou o economista. "Temos uma serie de propostas para retomar a gera��o de emprego e a atividade econ�mica. � uma ordem diferente do que a maioria das propostas que v�o colocar aqui", declarou o economista.
Ele criticou as pol�ticas de austeridade fiscal implementadas no Pa�s desde que o d�ficit fiscal passou a se aprofundar. "Desde 2015, temos cortado gastos sociais e investimentos p�blicos, reduzido direitos trabalhistas, etc. As coisas s� pioraram desde ent�o, inclusive o d�ficit. Isso aconteceu pois a economia perde dinamismo com essas pol�ticas", disse. "Acreditaram que cortando gasto e tirando direito do trabalhador, o empres�rio volta a investir. N�o foi o que aconteceu e n�o � a nossa vis�o."
Mello citou o inc�ndio no Museu Nacional de Boa Vista, no Rio de Janeiro, para explicar como o corte de gastos pode sair mais caro em pouco tempo. "Agora, o governo vai gastar muito mais para restaurar o Museu", comentou.
Desigualdade
Questionado pelos alunos sobre a abordagem do PT em rela��o � desigualdade social, Mello comentou que, ap�s o governo Lula ter trabalhado a quest�o pelo lado da despesa, aumentando os gastos sociais, a proposta agora � melhorar a distribui��o de renda pelo lado da receita.
"A melhoria dos indicadores sociais depende menos da despesa e mais de uma melhora na receita", disse o economista do PT. "Pretendemos reduzir imposto sobre trabalho e para a popula��o mais pobre, assim como aumentar a tributa��o sobre ganhos de capital e mais ricos", declarou Mello. Uma medida seria implementar a tributa��o sobre lucros e dividendos, reduzindo o Imposto de Renda Pessoa Jur�dica.
Para o economista, o atual n�vel de isen��o do Imposto de Renda Pessoa F�sica "� baixo". "Vamos isentar mais pessoas, at� cinco sal�rios m�nimos, e criar uma nova al�quota m�xima para os muito ricos, pois eles t�m que contribuir mais", comentou. A faixa salarial a ser contemplada pela nova al�quota, disse, deve ficar entre 20 e 30 sal�rios m�nimos. "Ainda estamos fazendo alguns estudos para definir, mas o formato final depende da negocia��o com parlamento", explicou.
Tamb�m dever� ser alvo do PT, comentou o economista, a tributa��o sobre consumo, passando mais imposto sobre patrim�nio e renda.
Previd�ncia
Sobre a reforma da Previd�ncia, o PT pretende "atacar" os privil�gios do funcionalismo p�blico, com regimes pr�prios que permitem aposentadoria com pagamento integral do �ltimo sal�rio. "Nossa vis�o � que o problema s�o os regimes pr�prios, que dizem respeito ao funcion�rio p�blico, que ainda ganham na integralidade. Temos que combater privil�gios, reformando regimes pr�prios", disse Guilherme Mello.
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POL�TICA
Ideia � primeiro reativar emprego e economia, diz economista do PT
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