Relat�rio da Pol�cia Federal (PF) diz que "s�o robustas as evid�ncias" de que Paulo Skaf, candidato ao governo de S�o Paulo pelo MDB, recebeu R$ 5.169.160 da Odebrecht entre agosto e outubro de 2014. De acordo com a PF, os valores foram omitidos na presta��o de contas � Justi�a Eleitoral, o que enquadraria Skaf no crime de "caixa 2", previsto no artigo 350 do C�digo Eleitoral.
A conclus�o consta em relat�rio final do inqu�rito sobre suposto repasse de R$ 10 milh�es da Odebrecht para integrantes do MDB. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 5, e indica a pr�tica dos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro pelo presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, de Minas e Energia.
"S�o robustas as evid�ncias a demonstrar o encaminhamento de valores pela Odebrecht a Duda Mendon�a, no interesse da campanha de Paulo Skaf, com a ci�ncia deste, confirmando a narrativa dos colaboradores Marcelo Odebrecht, Fernando Migliaccio e do pr�prio Duda Mendon�a", escreve o delegado da PF Thiago Machado Delabary, respons�vel pela investiga��o.
Segundo as declara��es de Marcelo Odebrecht, um jantar ocorrido no Pal�cio do Jaburu serviu para confirmar que, dos R$ 10 milh�es que seriam pagos ao MDB, R$ 6 milh�es seriam revertidos � campanha eleitoral de Skaf.
Em seu acordo de colabora��o, Marcelo Odebrecht apresentou c�pia de mensagens trocadas via e-mail com Hilberto Silva, respons�vel pelo Setor de Opera��es Estruturadas, o "departamento de propinas" da empreiteira, abordando tratativas relacionadas aos pagamentos realizados a "DM" (Duda Mendon�a) no interesse de "PS" (Paulo Skaf).
� PF, Duda confirmou ter recebido valores da Odebrecht como parte do pagamento dos servi�os prestados � candidatura de Skaf ao governo de S�o Paulo em 2014. O publicit�rio alegou, por�m, que a quantia era de R$ 10 milh�es e n�o R$ 6 milh�es como afirmaram os executivos da construtora.
Em depoimento, o ex-diretor da empreiteira Fernando Migliaccio disse que os pagamentos a Skaf foram realizados sob o codinome "kibe" ou "tabule". Trocas de mensagens nos sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht mostram que executivos da empresa, por meio de doleiros, entregaram o dinheiro em hot�is da cidade de S�o Paulo entre agosto e outubro de 2014.
Dados dos h�spedes que efetuaram check-in nos hot�is obtidos pela PF mostram que Nadja Nara Moraes Villas Boas, Milton Luiz Piazenti Santos, Paulo Rossi, irm�o do l�der do MDB na C�mara, Baleia Rossi, e Cristina Laert Cotrim Passos receberam valores em esp�cie em nome de Duda Mendon�a. Os nomes dos cinco foram citados pelo publicit�rio em depoimento como de pessoas que receberam valores provenientes da Odebrecht.
"Duda Mendon�a referiu ter recebido R$ 10 milh�es, dos quais R$ 4 milh�es teriam sido revertidos a Paulo Rossi em raz�o de servi�os prestados � campanha de Paulo Skaf. Muito embora as evid�ncias reunidas na investiga��o n�o contemplem a integralidade de tais pagamentos, o tanto exposto � suficiente para demonstrar a canaliza��o de valores pela Odebrecht a Duda Mendon�a, na forma de contribui��o eleitoral oficiosa, em absoluta conson�ncia com o ajuste inicial celebrado no Pal�cio do Jaburu", escreve o delegado.
"Portanto, a conjuga��o das diversas fontes informativas dispon�veis permite concluir que Duda Mendon�a recebeu da Odebrecht, no interesse de Paulo Skaf, R$ 5.169.160, computados os valores comprovadamente direcionados a Paulo Rossi."
Ouvido pela PF, Skaf negou ter recebido qualquer suporte financeiro extraoficial do grupo, admitindo o recebimento apenas R$ 200 mil como doa��o oficial da Braskem � sua campanha, em 2014. Os valores teriam sido solicitados a Marcelo Odebrecht sem envolver qualquer hip�tese de contrapartida.
O emedebista confirmou ter contratado Duda para cuidar do marketing de sua campanha pelo valor de R$ 16 milh�es e, por fim, disse desconhecer a realiza��o do jantar no Pal�cio do Jaburu assim como ajustes financeiros que teriam sido feitos naquela ocasi�o.
Defesa
"Todas as doa��es recebidas pela campanha de Paulo Skaf ao governo de S�o Paulo em 2014 est�o devidamente registradas na Justi�a Eleitoral, que aprovou sua presta��o de contas sem qualquer reparo de m�rito. A assessoria de Paulo Skaf reitera que ele nunca pediu nem autorizou ningu�m a pedir qualquer contribui��o de campanha que n�o as regularmente declaradas."
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