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Estado de Minas

Cabo que 'prendeu' algoz de Bolsonaro � candidato, mas nega usar o caso para se promover

Cleines n�o trabalhava como policial militar quando dominou o algoz do companheiro de partido. O aspirante a deputado saiu de Belo Horizonte - cidade onde mora - para acompanhar de perto mais um ato de campanha de Jair Bolsonaro


postado em 07/09/2018 09:33 / atualizado em 07/09/2018 13:59

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
 

Em apenas 30 minutos, Cleines Oliveira concedeu tr�s entrevistas, gravou v�deos e posou para fotos. "N�o me fotografa sorrindo, n�o", pediu. Apesar dos holofotes, ele garante: n�o estava ali, em frente � Santa Casa de Juiz de Fora, na Zona da Mata, para se promover politicamente.

Aos jornalistas, o personagem se identifica inicialmente sem revelar o sobrenome. Prefere, antes disso, citar o pr�prio cargo � frente do nome de batismo. "Cabo Cleines", apresentou-se. Al�m de religioso, o juiz-forano de 32 anos � candidato a deputado estadual em Minas Gerais pelo PSL. Ele foi o respons�vel por imobilizar Adelio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) na tarde dessa quinta-feira.

Cleines n�o trabalhava como policial militar quando dominou o algoz do companheiro de partido. Licenciado do cargo de cabo desde 7 de julho para disputar pela primeira vez as elei��es, o aspirante a deputado saiu de Belo Horizonte - cidade onde mora - para acompanhar de perto mais um ato de campanha de Jair Bolsonaro, a quem admira.

"Eu n�o posso ser leviano a ponto de falar que eu n�o sou candidato pelo PSL e que eu n�o tenho uma certa afei��o pelo Bolsonaro. Mas, em nenhum momento, eu me abstive de fazer com que realmente aqueles procedimentos legais fossem empreendidos", disse, ao narrar o momento em que foi deteu Adelio Bispo de Oliveira.

Pol�tico, eu!?


Sair de Belo Horizonte para acompanhar Jair Bolsonaro em outras cidades de Minas Gerais tem se tornado rotina para Cleines. "Aquilo que ele fala � algo que eu identifico - e muito", prossegue.

As redes sociais comprovam a rela��o entre os correligion�rios. Em 4 de junho, o cabo licenciado publicou v�deo ao lado de Bolsonaro, que brada: "Cabo Cleines de Oliveira aqui. Pr�-candidato pelo nosso querido PSL. Boa sorte a ele".

Em 30 de junho, foi a vez de Cleines posar ao lado de Bolsonaro enquanto o presidenci�vel respondia perguntas em uma coletiva de imprensa. Sem dizer uma s� palavra no v�deo, o cabo direciona o pr�prio olhar para a c�mera e, em seguida, para o colega.

A alcunha de 'pol�tico', entretanto, n�o o agrada tanto quanto o do cargo que alcan�ou na Pol�cia Militar. Cleines se nega a ser identificado dessa forma. "Sou um representante do povo", orgulha-se.

O advogado do cabo licenciado discorda. "J� diria Arist�teles: o homem � um animal pol�tico", disse.

 

"O momento n�o � oportuno para poder falar de quest�es de candidatura ou pol�tica, porque o que importa para n�s agora � a quest�o do quadro cl�nico do nosso presidenci�vel", completa Cleines.

Para ele, a hora n�o era adequada para tratar de pol�tica ou de eventuais pontos em comum com Bolsonaro. Estrat�gias econ�micas, de seguran�a p�blica e quest�es como homofobia e machismo, bastante recorrentes no discurso do candidato a presidente, ficaram para depois.

"Sim, tenho, tenho meus ideais, tenho o meu ponto de vista. Mas eu creio que nesse momento n�o seja o momento prop�cio para que n�s possamos discorrer sobre isso, tendo em vista a gravidade do quadro, da situa��o � qual n�s estamos. At� mesmo por mim. Eu levei v�rios socos, chutes. Meu emocional est� realmente abalado", disse.

O momento da apreens�o


Ap�s ser esfaqueado, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emerg�ncia na Santa Casa. O candidato foi transferido na manh� desta sexta-feira para o Hospital Albert Einstein, em S�o Paulo.

Do lado oposto da narrativa, Adelio foi preso em flagrante e confessou o crime � PM. "Nos afirmou que o motivo do intento se deu por motivos pessoais, os quais n�o ir�amos entender, dizendo tamb�m em certo momentos que foi a mando de Deus", registra o boletim de ocorr�ncia.

O esfaqueamento logo se transformou em ataques a Adelio. Instantes depois, Cleines agiu. "Houve aquele balb�rdio, aquela conten��o, mas eu tomei a frente no que diz respeito a poder tentar imobiliz�-lo e conduz�-lo para um lugar ao qual eu tamb�m n�o fosse agredido", relatou.

Adelio foi levado a um pr�dio nas redondezas das ruas Halfeld e Batista de Oliveira. L�, o cabo licenciado se identificou e disse ter recebido algemas das m�os de um policial militar para conter o homem de 40 anos.

Depois de ir � sede da Pol�cia Federal - que conduz o caso -, Cleines partiu em dire��o da Santa Casa de Juiz de Fora. Durante a madrugada, entrevistas e sinais de preocupa��o com o estado de sa�de de Bolsonaro. Mas ele garante: n�o estava ali para se promover politicamente.


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